segunda-feira, 29 de junho de 2009

AS LIÇÕES OCULTAS QUE MICHAEL JACKSON NOS DEIXOU

Existe um lugar no seu coração, E eu sei que [lá] existe amor,E este lugar poderia ser muito mais resplandecente do que o amanhã,

E se você realmente tentar,Você descobrirá que não há necessidade de chorar.Neste lugar você sentirá que não existe dor ou tristeza.

Existem caminhos para chegar lá.Se você preocupa-se o suficiente com a vida,Crie um pequeno espaço,Crie um lugar melhor.Curem o mundo,Façam-no um lugar melhorPara você e para mim e [para] toda a raça humana.

Heal The World - Michael Jackson.


Em meio a declarações elogiosas e/ ou de profundo pesar como de Diana Ross, Lisa Marie Presley, Elizabeth Taylor, Quincy Jones, Paul Mc
Cartney, Spyke Lee, entre outros famosos e milhares de anônimos, resolvi
destacar um.

Foi outro músico famoso que se manifestou a respeito da morte do ídolo pop, Robin Gibb, do lendário grupo Bee Gees. Gibb lamentou a perda do amigo, e declarou que "milhões de pessoas que ainda não nasceram cantarão suas canções".

Em seguida ele continua com um tom de revolta, ao se referir à maneira com que a imprensa tratou os escândalos da vida pessoal de Jackson.
Declaração com a qual discorrerei sobre todo este artigo:

"Se uma pequena proporção dos elogios feitos agora que ele morreu tivessem sido feitos no ano passado, talvez ele ainda estivesse conosco", desabafou.

Essa declaração de seu amigo tem um profundo significado e lição para todos nós.

Porque sempre são valorizados os defeitos das pessoas ao invés de ver suas qualidades? Porque muitas pessoas atem-se na tragédia e no escândalo ao Invés das boas obras e dos feitos pioneiros e/ ou de grande generosidade e virtude?

Michael Jackson mobilizou artistas e levantou milhões de dólares em favor de instituições de caridade e a favor de crianças carentes na Àfrica .Seu sítio em Neverland era para crianças com câncer e aids.

Gostava de ajudar as pessoas, era uma alma generosa, gostava de entrar na realidade das pessoas como o fez entrando em uma, à época, perigosa favela carioca e que teve até que pedir autorização a traficantes.Entre os sinuosos caminhos da favela observava, conversava com as pessoas e até carregou no colo e embalou uma filha de um ano de idade de uma moradora...tinha interesse em como as pessoas viviam e do que necessitavam.

Com uma simples música ,( We are the world), arrecadou milhões de dólares em favor da África.

Mas...antes de sua morte você ouviu noticiarem sobre esses feitos de sua alma nobre .?

Mas quando saía em público era bombardeado de fofocas e chacotas ridículas e criminosas,toda espécie de calúnias sem fundamentos e sem provas...

Quase fizeram (estou me referindo à imprensa e essas pessoas que adoram fazer chacota e fofoca) o público mais jovem – que não lhe acompanhou o auge – esquecer que ele possuía tamanho magnetismo pessoal expressados através da magia de sua dança pioneira e única,de sua voz marcante e de sua produção perfeita e sincronizada.

É ...as lentes da câmeras podem ser armas de fogo mortais quando não se tem um olhar amoroso e compreensivo sobre as pessoas...

Ele era um mega-artista, mas, esqueceram que acima de tudo era um ser humano...Um ser humano que não teve infância pois desde muito cedo foi-lhe imposto severo regime de ensaios e shows sob os auspícios de seu pai.. brutal e inflexível...

E os traumas de infância mal resolvidos e as conseqüentes seqüelas psicológicas disto somado à metralhadora mortífera da imprensa e das pessoas que dela se comprazem conseguiram matar nosso astro...

Um de seus melhores amigos, o paranormal Uri Geller, ao perguntar para Michael se ele era um homem solitário ele demorou uns dez segundos para responder que sim...era um homem solitário...

Ao entrar em sua casa a polícia encontrou anti-depressivos e moderadores de ansiedade... o excesso de medicamentos pode ter sido a causa de sua morte...

É assim que tratamos os gênios e pessoas boas e generosas?...relegando –as a um canto e abandonando –as aos seus próprios infortúnios que a maledicência brutal e as calúnias e difamações sem fundamento potencializam e acabam de matar?...

Qualquer que tenha sido a causa mortis uma coisa é certa: o fim do gênio da música foi causada por uma falta de um olhar carinhoso e de uma compreensão mais amorosa do ser humano...

Se não fosse o amor incondicional de seus fãs que era um refrigério para sua alma, combalida e abandonada, talvez ele tivesse ido embora há muito mais tempo...

Ou como disse seu amigo Robin Gibb: "Se uma pequena proporção dos elogios feitos agora que ele morreu tivessem sido feitos no ano passado, talvez ele ainda estivesse conosco", desabafou.

Uma questão que a gente levanta é a seguinte: Quantos Michael Jackson’s estão próximos de nós e não estamos dando a devida assistência? Quantos gênios temos perto de nós clamando carinho e compreensão e, no lugar disso, estamos despejando críticas e chacotas? Quantos deprimidos, solitários e viciados em remédios estamos encaminhando a tratamento ou doando um pouquinho de nós em favor deles?

Isso estou não estou falando apenas dos nossos filhos, maridos, esposas, pais e mães, mas de amigos,colegas de trabalho,vizinhos,o gerente de banco...e principalmente de nossas crianças...

Há nossas crianças!!!Tão veneradas pelo nosso Rei do Pop por justamente não ter vivenciado essa época sublime da vida, Tão maltratadas com a educação castradora e brutal a que são submetidas em suas escolas ou em casa pelos pais...

Por causa desses tratamentos inadequados quantos Jackson’s se perdem pelo caminho sem cumprirem sua missão...ou quando chegam lá – como o Rei do Pop – estão profundamente mutiladas psicologicamente...

Uma sugestão: por lei não seria interessante que os futuros pais passassem por cursos para lidar com filhos?

É hora de ter olhos para ver e ouvidos para ouvir pois antes que a morte repentina nos deixe com sentimentos de remorsos por ter tido um gênio ao lado e não ter feito nada para ajudá-lo ou pior contribuído com a sua morte por falta de um elogio,compreensão ou com a insanidade das críticas e chacotas destrutivas....

quarta-feira, 24 de junho de 2009

APROVEITE BEM O SEU DIA

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há”. Renato Russo.



Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico.

Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim.

Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos.

Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim. Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo.

Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo.

Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia.

Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.

Por Adriano Silva – Revista Exame (22.06.2009)