quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Porcos farejadores vão garantir a segurança nos estádios russos


porcos, segurança, futebol, Zenit

EPA

Funcionários do Zenit São Petersburgo anunciaram que porcos podem se tornar os novos aliados para o combate ao uso irregular de sinalizadores em estádios.

De acordo com o vice-diretor de futebol do clube, Yuri Fedotov, testes realizados com suínos mostraram que esses animais são tão eficientes quanto os cachorros na localização de instrumentos pirotécnicos. Tarefa que, segundo o dirigente, ainda não pode ser realizada com perfeição por nenhuma tecnologia moderna. No último mês de novembro, o Zenit esteve envolvido em uma grande polêmica, quando, durante uma partida válida pelo campeonato russo, torcedores do clube atiraram um morteiro ao campo, atingindo o goleiro Anton Shunin, do Dinamo de Moscou. A vítima sofreu queimaduras na córnea, inflamação nos ouvidos e precisou ser hospitalizada.
Após o incidente, a presença deste tipo de artefato em estádios de futebol passou a ser bastante discutida, chamando a atenção até do primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, que pediu a adoção de retaliações exemplares contra todos os torcedores envolvidos em atividades de vandalismo dentro das arenas esportivas.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/ Diário da Rússia

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

TEMPO DE REFLEXÃO - Por Aécio Neves


Fonte: Folha de São Paulo


Não importa a religião que se tenha, o Natal é sempre tempo de solidariedade e reflexão.
Nessa época, nos afastamos da rotina e é inevitável examinar as perdas e conquistas, as experiências e aprendizados.

Ao olhar para 2012, é forçoso reconhecer que o protagonismo não foi do governo federal nem do Congresso Nacional. Nem um nem outro conseguiram oferecer ao país o que, por direito, deles os brasileiros esperavam.

O primeiro encerra o ano colecionando promessas não cumpridas. O governo Dilma chega à metade sem que importantes compromissos com os brasileiros tenham sido honrados e vendo reforçado o traço da ausência de diálogo com Legislativo e sociedade.

O segundo apequenou-se sob o peso da subserviência de uma maioria pragmática e obediente. O melhor exemplo talvez seja constatar que dorme até hoje nas gavetas da Câmara o projeto que disciplina o uso de medidas provisórias.

Confirmando a tese de que em política não existe vácuo, a boa nova é que o protagonismo político do país está sendo cada vez mais assumido por aquele que é o grande interessado nas mudanças e nos avanços: o cidadão. A lei da ficha limpa, a obrigatoriedade de dar transparência, nas notas fiscais, aos impostos cobrados sobre produtos e serviços e a atuação de diversas entidades civis sinalizam um país de pé, ciente de seus direitos.
Ao lado do cidadão, o Judiciário agigantou-se. Ficará para sempre o marco emblemático do fim da impunidade. O elogio público que devemos ao STF não homenageia a condenação de pessoas, mas o exercício de autonomia e independência do Poder.

Foi uma conquista enorme, cujo mérito é coletivo e a responsabilidade é partilhada. Ninguém simboliza melhor este momento de altivez que o ministro e agora presidente do STF, Joaquim Barbosa, que soube imprimir uma condução processual exemplar, acima das pressões de praxe.

A sociedade também tem outra importante conquista a celebrar: a manutenção da liberdade de expressão. Sob crescentes ataques e insinuações, meios de comunicação e jornalistas independentes atravessaram este difícil 2012 com suas prerrogativas preservadas. Não é batalha ganha, mas revela uma sociedade que não tolera o controle da informação, independentemente do nome que o disfarce.

Estamos nos preparando para deixar 2012 e começamos a imaginar o que 2013 nos reserva. Mas hoje é noite de Natal. Que ela possa abrigar a saudade e o reconhecimento aos que não se encontram mais entre nós e nos ajude a acolher, com afeto e compreensão, aqueles com quem ainda temos a alegria de conviver.

E que ela nos ilumine, para que a solidariedade possa habitar de forma definitiva os nossos corações.

Feliz Natal.
AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras em coluna da Folha de São Paulo, que no Pará é reproduzida no mesmo dia Jornal pelo Diário do Pará.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Empresário brasileiro paga 14º salário a colaboradores que lerem um livro por mês



Em entrevista ao Administradores.com, o empresário Francis Maris Cruz, presidente do Grupo Cometa, conta os detalhes de sua gestão diferenciada voltada à educação - que conta ainda com MBA dentro da própria empresa e até biblioteca em cada uma de suas lojas.


Ele começou aos 12 anos vendendo coxinha de porta em porta. Hoje, Francis Maris Cruz é o presidente de uma das maiores redes de revendas de automóveis e motos do país. O Grupo Cometa, só em 2011, alcançou a venda de mais de 40 mil motocicletas.


No entanto, o que realmente chama atenção no executivo não é a sua ascensão na carreira, mas sim, os diferentes ingredientes que trouxe para a administração da empresa e ajudaram a se consolidar no mercado. Todos os 1.200 funcionários, por exemplo, que leem um livro por mês – e entregam uma resenha – recebem o 14° salário no fim do ano.
Além disso, implementou um projeto audacioso chamado de Universidade Cometa. Nele, oferece um MBA em Gestão de Concessionárias aos seus funcionários. Há também bibliotecas em todas as lojas do Grupo e diversos projetos sociais que vão desde o plantio de árvores frutíferas na casa das famílias carentes, alfabetização de adultos a sessões de filmes para crianças moradoras de cidades em que o cinema mais próximo ultrapassa mil quilômetros.
"A ideia não é dar o peixe, mas sim, ensinar a pescar. Esse é o nosso lema", ressalta Francis, que também foi eleito o próximo prefeito da cidade de Cáceres (MT). O Administradores.com conversou com o executivo para entender melhor todo esse modelo de gestão diferenciado do Grupo Cometa. Leia, abaixo, a entrevista.
Foto: divulgação

Sua história começou aos 12 anos vendendo coxinha. Como foi essa trajetória até chegar ao presidente do Grupo Cometa?

Meu pai era motorista de caminhão, mas chegou uma época em que o dono do caminhão vendeu o transporte e ele ficou desempregado. Então, minha mãe começou a fazer coxinhas e salgadinhos para meus irmãos e eu vendermos na rua. Nessa época, começou nosso trabalho como vendedor de porta em porta. Com isso, as coisas foram melhorando e a família acabou comprando um bar.
Em 1970 mudamos para outra cidade. Quando chegamos lá, o carro quebrou e faltavam peças. Acabou surgindo a ideia de abrir uma autopeças. Então, sem experiência nenhuma, a família embarcou com a cara, a coragem e a loucura. No início não vendia nada, foi difícil e acabamos vendendo roupas nessa época também para ir sobrevivendo.
Até que a autopeças foi melhorando e 1984 conseguimos ter 10 lojas nesse setor. Na época, a gente tinha um consórcio para um fusca e eu acabei trocando ele por uma moto. Minha mãe tinha achando um absurdo. "Como você troca um carro 0 km por uma moto? Você que é visto como um cara que saber fazer negócios". Isso de alguma forma despertou o meu interesse e acabei mandando uma correspondência para a Honda, para abrirmos uma concessionária aqui na cidade. No primeiro momento não deu certo, só depois de muito tempo conseguimos abrir a primeira loja. O negócio foi dando certo, fomos crescendo e consolidando o negócio na região. Hoje, temos 11 revendas Honda, três Volkswagen e duas revendas Hyundai, além de propriedades rurais.

Você tem uma iniciativa com livros bastante peculiar com seus funcionários, que envolve um 14º salário. Você pode nos explicar como funciona e como surgiu essa ideia?

Toda vez que você tem uma deficiência, você procura suprir de uma maneira. Em nosso caso, tínhamos uma deficiência em achar pessoas com nível superior, pessoas já formadas. Diante disso, precisávamos capacitar nossos funcionários. Então, além deles participarem de todos os cursos, treinamentos, congressos, nós fizemos esse projeto dos livros. Instituímos que todo o colaborador deveria ler um livro por mês e entregar um resumo.
Então, a loja atingindo as metas, o funcionário recebe o 14º salário e até o 15º salário. O detalhe é que para o funcionário receber, ele tem que ter ler os 12 livros e entregar os resumos. Isso é uma maneira de incentivá-los para que leiam e estejam sempre se atualizando. É uma formação pessoal e profissional muito boa que tem dado ótimos resultados. Isso ajudou os nossos colaboradores a crescerem muito. Só para você ter uma ideia, 99% dos nossos gerentes começaram de baixo, são prata da casa, e foram desenvolvendo suas habilidades.

É uma iniciativa direcionada para todos os funcionários?

Sim. Para todos. Cada loja tem uma biblioteca de 200 a 300 livros disponíveis para uso comum, o que torna uma oportunidade intelectual para o crescimento de cada um.

Qual é a média de adesão dos funcionários com essa iniciativa?

A média de leitura é muito alta, aproximadamente 95% dos funcionários. Enfim, temos uma confraternização, onde celebramos os aniversariantes do mês. E nesses momentos, fazemos o sorteio de 10 colaboradores para comentarem sobre o seu livro e dizer o que acharam. Inclusive, há muitos colaboradores que, mesmo não sendo sorteados, pedem para falar sobre o livro que leram.

Outra ação que chamou bastante atenção foi a Universidade Cometa. Vocês fizeram um MBA em Gestão para seus funcionários?

A cada trimestre eles têm uma matéria e aí os funcionários vão recebendo um suporte daquilo que vem no dia a dia do trabalho. É um MBA de formação de administradores de concessionárias. Eu fui dar uma palestra recente em Curitiba e todo mundo reclamando que não encontra funcionário capacitado no mercado e que não acha para contratar. E me perguntaram como fazemos isso já que estamos sempre abrindo novas lojas em expansão. E a resposta é: nós formamos. Nós investimos pesado na formação deles, e é o que nos tem dado tranquilidade, pois às vezes o funcionário recebe propostas até maiores do que pagamos, mas ele prefere permanecer.

Fora isso, há também projetos socioambientais como o incentivo a plantar árvores e cinema. Você pode nos contar mais detalhes sobre esses projetos que fazem?

Temos o projeto Cometa Educação, aonde o professor vai à casa do aluno e dá aula. É uma parceria com a UNEC e os alunos de Pedagogia. Tem o Cometa Fortificar, que é um projeto ecológico de plantio de árvores, onde plantamos árvores frutíferas na casa das famílias carentes.
Tem ainda o Cine Cometa, onde levamos os alunos de escolas municipais e estaduais para assistir filmes em nossos auditórios. Depois da sessão, eles fazer um trabalho em grupo sobre as mensagens principais do filme para que ampliem sua percepção. É servido até pipoca, refrigerante, enfim, para que aconteça o aspecto lúdico do cinema.
Temos o Cometa Solidariedade que é de doação de motocicletas para entidades. Enfim, temos vários projetos, como a Inclusão Digital, o Cometa Redação que, de alguma maneira, vem colaborando para o crescimento da comunidade. A ideia não é dar o peixe, mas sim, ensinar a pescar. Esse é o nosso lema.

Notamos que existe uma preocupação muito grande com os colaboradores. Poderíamos dizer que essa é o segredo de sucesso de grandes empresas, pelo menos o seu? Dar uma grande atenção aos funcionários...

Sem sombra de dúvida. Você não consegue desenvolver um sonho sozinho. É preciso que você tenha pessoas, que estejam ao seu lado e que acreditem. Aquelas que estejam dispostas a lutar junto com você. É isso o que faz o sucesso do Projeto Cometa. O tripé colaboradores, ética e clientes bem atendidos está permitindo abrirmos novas lojas e crescermos.

Você conhece bem como administrar uma empresa privada e acabou de ser eleito prefeito na cidade de Cáceres. O que você acredita que dá para extrair da administração privada para aplicar na administração publica?

Eu pretendo levar esse sistema de gestão e valorização que nós temos para administração pública. A ideia é que eles se motivem e trabalhem com afinco, para que também sejam reconhecidos pela sociedade como bons prestadores de serviço. É acabar com aquela imagem que todo funcionário público que é vagabundo e não trabalha. Nós precisamos mudar essa imagem. É isso que vou propor na prefeitura: que os servidores trabalhem com empenho no atendimento da população para que tenhamos um resultado satisfatório e consigamos fazer uma boa administração.

Por Fábio Bandeira de Mello em www.administradores.com

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Diplomação de ZENALDO COUTINHO COMO NOVO PREFEITO DE BELÉM SERÁ HOJE


O Prefeito eleito de Belém, Zenaldo Coutinho, será diplomado hoje, às 17h no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia - O Hangar.

O Evento é aberto ao público.

Sua posse será no dia 1º de Janeiro de 2013, quando oficialmente se inicia sua gestão de 4 anos à frente da Prefeitura de Belém, no Palácio Antônio Lemos.

Muito boa expectativa se criou pela população em torno do trabalho do futuro prefeito de Belém, dado sua seriedade e competência com a coisa pública, demonstradas anteriormente quando esteve à frente de cargos legislativos na qualidade de Vereador,  Deputado Estadual e posteriormente Federal, último cargo que ocupou vindo a se licenciar quando da sua candidatura à Prefeito de Belém.

Também esteve à frente de cargos executivos, pois foi presidente da Assembléia Legislativa (ALEPA) e Chefe da Casa Civil da atual gestão Estadual, quando precisou sair para defender o Pará no Plebiscito que se realizou em 12 de Dezembro de 2011, e que a população de todo o estado teve que escolher entre o 'Sim' ou 'Não' à divisão territorial do atual estado do Pará em três outras unidades federativas.

Zenaldo Coutinho teve participação decisiva ao liderar as frentes contra a divisão do estado, bem como sempre o defendeu quando dos seus mandatos sucessivos de Deputado Federal.

O ex-Deputado tem 51 anos e tem formação superior em Direito, pela Universidade Federal do Pará.Seu partido, o PSDB, terá pela primeira vez oportunidade de estar a frente da Prefeitura da Capital.

[CHARGE] Qual o futuro de nosso Planeta?

 (Clique na imagem para ampliá-la)

domingo, 16 de dezembro de 2012

A REDE TEM ORIGEM INDÍGENA


A rede tem origem indígena - hamaka - e era feita com cipó e lianas (planta). Trata-se de uma espécie de tecido com alças que é bastante usada para descanso e dormir.
Durante o Brasil colônia também era utilizada para sepultamentos – meio rural – e como transporte. Os escravos carregavam os brancos em passeios pela cidade e até viagens.
Atualmente são confeccionadas em diversas formas e materiais. Na Amazônia e no Nordeste do país ainda é muito utilizada para dormir em substituição a cama e tradicionalmente usada para descanso, casas de veraneio e em embarcações na Amazônia.


Foto _ João Ramid
FIQUE POR DENTRO

A rede tem origem indígena  - hamaka - e era feita com cipó e lianas (planta). Trata-se de uma espécie de tecido com alças que é bastante usada para descanso e dormir.
Durante o Brasil colônia também era utilizada para sepultamentos – meio  rural – e como transporte. Os escravos carregavam os brancos em passeios pela cidade e até viagens.
Atualmente são confeccionadas em diversas formas e materiais. Na Amazônia e no Nordeste do país ainda é muito utilizada para dormir em substituição a cama e tradicionalmente usada para descanso, casas de  veraneio e em embarcações na Amazônia.

Foto _ João Ramid

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"O preço da omissão". Por Miriam Leitão


Presidente Dilma Rousseff: Sua omissão pode gerar um perigoso conflito entre Estados, de consequências potencialmente desastrosas.



De novo, houve falha geral da liderança em relação aos royalties do petróleo. Líderes lavaram as mãos e não assumiram funções indelegáveis. Desde o começo, a Presidência da República não fez o papel de defender o pacto federativo. Na noite de quarta-feira, o senador José Sarney se omitiu, e uma deputada fraca e sem liderança achou que poderia mais do que po
de.

O governo tomou a iniciativa de provocar o conflito em torno do dinheiro do petróleo, quando propôs a mudança do marco regulatório sem dizer exatamente como faria a redistribuição dos impostos. Era necessário rediscutir a divisão do bolo, diante do fato de que a perspectiva de arrecadação havia subido muito com o pré-sal, mas o então presidente Lula tinha que saber que isso atiçaria a cobiça sobre todos os recursos do petróleo. E que Rio de Janeiro e Espírito Santo são minoria e seriam esmagados pela união dos outros.

Ao incentivar a cobiça e abdicar do papel de comandar o processo, o presidente Lula e, depois, a presidente Dilma abriram mão de uma função que é unicamente da Presidência da República: a de salvaguardar o pacto entre os entes federados.

Dilma vetou, mas não comandou sequer o seu partido; uma dubiedade que só aumenta a confusão. Vetou o que era mais absurdo, como a mudança de contratos já em vigor, mas o PT liberou sua bancada, e o presidente da Câmara, Marco Maia, sempre trabalhou pela manutenção da lei como ela foi aprovada no Congresso. Ao vetar, ela agradou a dois estados; ao se omitir e não liderar a base governista, ela agradou a todos os outros.

O senador José Sarney aproveitou a oportunidade perfeita e fugiu da área da confusão. Com a desculpa de que à noite ocuparia a Presidência da República, ele abandonou o tema e assim atendeu ao pedido da sua filha, Roseana Sarney, para ajudar a manter o projeto aprovado no Congresso. Típico de Sarney: não se comprometer, não escolher, fingir estar com um lado estando, de fato, com o outro.

A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) achou que era uma boa oportunidade para pavimentar sua ambição de presidir a Câmara. Fracassou. A balbúrdia que não conseguiu controlar mostra que ela não tem a liderança que imaginava ter. É uma temeridade deixar que um assunto que fratura a federação seja conduzido com todos se omitindo e com as ambições falando mais alto do que o bom senso.

O Rio, o Espírito Santo e os municípios que hoje recebem as partes maiores dos royalties teriam mesmo que ceder em relação à arrecadação futura dos impostos que incidem sobre o petróleo, mas o que está para ser consagrado pelo Congresso é mais grave e tem repercussões para além do petróleo. Fica estabelecido que na Federação brasileira vale a lei do mais forte, em qualquer tema, porque os líderes não liderarão e usarão a ambiguidade para fugir de suas responsabilidades quando houver bolas divididas.

Há assuntos que o Congresso deve comandar, mas sempre que estiver em questão o equilíbrio federativo a Presidência da República tem o dever de presidir todas as etapas do processo.

Não há uma boa solução agora. A saída de brigar na Justiça cria mais insegurança e mais tensão. A declaração da presidente Dilma, que já não há mais nada que possa fazer, só confirma que foi isso: ela se omitiu quando deveria liderar, vetou e não trabalhou pela aceitação do veto, e deixará que os estados briguem. Estados que estão submetidos à União que ela preside. Conflitos federativos devem ser evitados antes de serem iniciados. Depois, é sempre mais difícil resolver.

No caso do petróleo nós estamos no pior dos mundos. A mudança do marco regulatório e a demora na decisão sobre a redivisão do bolo tributário paralisaram as novas rodadas de licitação. O Brasil tem produzido menos e está esgotando o que foi licitado em outras rodadas. Nesse vazio, a perspectiva é de produção cada vez menor. O Brasil vive uma séria crise federativa em torno de recursos que estão ficando mais incertos. Não estamos garantindo a riqueza do petróleo, mas já estamos vivendo sua maldição. O Brasil está em conflito em torno de recursos que nem sabe se conseguirá.



Alguém pode dar um recado ao Ministro Guido Mantega?






Alguém avisa ao ministro da economia, Guido Mantega, que para um país crescer é preciso investir em infra-estrutura, educação de qualidade, pesquisa, diminuir impostos, e  acabar com a burocracia?

Sem competitividade não há crescimento!

Acorda Cidadão!

Fonte: https://www.facebook.com/Acorda.Cidadao.Oficial?fref=ts


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aécio Neves: concentração de recursos no governo federal é raiz dos problemas do Brasil




Foto: Geoge Gianni/ PSDB
O senador Aécio Neves (PSDB/MG) afirmou, nesta quarta-feira (12/12), que a concentração de recursos na União é a raiz dos mais graves problemas do país. A declaração foi dada na abertura do Congresso Brasileiro de Gestão Pública Municipal, que reuniu prefeitos em Brasília, organizado pela Frente Parlamentar da Gestão Pública. Aécio Neves lembrou a grave situação fiscal enfrentada por estados e municípios, agravada pelas medidas do governo federal que têm retirado recursos das prefeituras.
“A raiz maior dos graves problemas que o Brasil vive hoje está na concentração absoluta e absurda dos recursos tributários nas mãos da União. Recente reunião do Confaz, dos secretários da Fazenda, mostrou que, dos 27 estados, 15 estão com dificuldades de fechar suas contas em dezembro. Houve uma perda média de 15% das receitas dos estados entre 2011 e 2012. O governo federal é pouco generoso com a Federação. Toma atitudes absolutamente autoritárias”, afirmou Aécio.
Estavam presentes o presidente da Frente Parlamentar, deputado federal Luiz Pittman (PMDB/DF), o empresário Jorge Gerdau, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, os senadores Valdir Raupp (PMDB/RO) e Pedro Taques (PDT/MT) e o vice-governador do Ceará, Domingos Filho, além de deputados, prefeitos e gestores.
Ao comentar a postura do Partido dos Trabalhadores (PT) diante da revelação de um novo escândalo, com a suposta participação do ex-presidente Lula no mensalão, Aécio disse que a preocupação excessiva do PT com a criação de um projeto de poder, ao invés de priorizar o desenvolvimento do país, é uma ameaça à federação. “O que temos que lamentar como cidadãos é essa dificuldade que o PT sempre teve de separar o que é público do que é privado, de confundir interesses partidários com interesses de Estado. O PT abdicou, abriu mão há muito tempo de ter um projeto de país reformador, transformador, descentralizador, para se concentrar em ter um projeto exclusivamente de poder. E é exatamente essa busca da eternização do poder que leva à confusão entre público e privado e às denúncias sucessivas que o Brasil assiste horrorizado a cada dia”, afirmou.
O senador tucano reiterou que tem plena confiança nas instituições públicas. “A Procuradoria-Geral da República e a justiça brasileira têm demonstrado independência e altivez. É isso que faz com que a nossa democracia seja sólida, como tem demonstrado ser”, destacou.
Aécio enfatizou ainda o papel da oposição na cobrança da ética e da idoneidade do governo federal, na expectativa para que sejam abertas novas investigações para apurar as declarações do publicitário Marcos Valério ao Ministério Público. “Na verdade, é difícil até para nós acompanharmos e reagirmos a tantos escândalos de tão sucessivos que eles se tornaram”.
Baixo investimento federal
Durante o evento, o senador tucano citou áreas fundamentais para o Brasil que sofrem com a baixa participação financeira do governo federal, como saúde, educação e segurança pública.
“Hoje, cerca de 66% de tudo que se arrecada no Brasil está concentrado nas mãos da União. Mas, na área de segurança pública, em 2011, 87% de tudo investido vêm dos cofres municipais e estaduais e apenas 13% da União. Em transportes, 63% dos estados e municípios e 37% da União. Na educação, 76% vêm das arrecadações estaduais e municipais. Na habitação, são 93%. Na saúde, estados e municípios participam com 64%, a União com 36%. E, há doze anos, a União participava com 44%”, disse o senador em palestra.
Contribuições x Impostos
Aécio Neves lembrou que o impacto de medidas como a redução do IPI nos cofres estaduais e municipais, não é ressarcida pelo governo federal e o aumento das contribuições perante os impostos ajuda a explicar a concentração financeira da União. “Tive o privilégio de ser deputado constituinte. Em 1988, a soma das contribuições, que são os impostos não compartilhados com estados e municípios pela União, representava algo em torno de 12% a 15% do total arrecadado pelo IPI mais imposto de renda, que constituem a cesta do fundo a ser repartido entre estados e municípios. Hoje, as contribuições representam mais de 120% daquilo que se arrecada com IPI e com imposto de renda. E, toda vez que o governo anuncia a redução do IPI, seja no setor automotivo, seja na linha branca ou em qualquer outro setor, ele está obviamente interferindo nas receitas dos estados e dos municípios”, ressaltou.
Gestão de qualidade
O senador Aécio citou três fatores que considera essenciais para uma boa administração. Segundo ele, a meritocracia, a transparência e a administração por resultados formam o tripé de uma gestão pública de qualidade. “Para a boa gestão pública, é preciso que se construa um tripé. Em primeiro lugar, passa pela meritocracia. Não se administra solitariamente absolutamente nada, é preciso uma equipe qualificada. Os indicados em Minas Gerais, por exemplo, têm que passar por uma certificação feita por órgão externo ao governo, no caso a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A transparência é outra parte fundamental, pois é dela que advém o apoio da sociedade – sem esse apoio, transpor barreiras, muitas delas impopulares, fica muito difícil. O terceiro tripé é aquilo que implementamos em Minas e muitos outros governadores Brasil afora vêm fazendo e prefeitos se interessando, que é o que chamamos de Estado para Resultados: metas a serem alcançadas. E a remuneração a partir do alcance dessas metas”.
Assessoria de Imprensa do Diretório Nacional do PSDB

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Projeto de ‘cura gay’ avança na Câmara



Briga a vista
O deputado Roberto Lucena (PV) deu ontem parecer favorável ao polêmico projeto da ‘cura gay’ na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Apresentado pelo goiano João Campos, a proposta tenta regulamentar o tratamento psicológico para a “cura do homossexualismo” (Mais detalhes em De Onde Saiu a Ideia).
O avanço do projeto já gerou polêmica. O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo já recolheu mais de 15 000 assinaturas virtuais contra a proposta.

Por Lauro Jardim

Nota do Blog: Enquanto projeto absurdo como este avança, o país retrocede......

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Empresa Paraense de Cervejas com frutas amazônicas é destaque no Portal dos Administradores


Empresa lança três novas cervejas feitas com frutos da Amazônia

Red Ale Priprioca, IPA Cumaru e Açaí Stout são os novos sabores produzidos com ingredientes da região

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e a fim de explorar esses recursos, a Cervejaria Amazon Beer, de Belém do Pará criou novos sabores inspirados na região. Com a colaboração do mestre cervejeiro Reynaldo Fogagnolli foram criadas três novas cervejas, Red Ale Priprioca, IPA Cumaru e Açaí Stout.


Fruto tradicional da região norte do Brasil, a Priprioca serviu de inspiração para criar a Red Ale Priprioca. Maturada com a raiz do fruto, a cerveja apresenta notas herbais, frutadas e amadeiradas. A IpaCumaru é maturada com sementes de Cumaru, também conhecida como baunilha da Amazônia e que possui propriedades medicinais.

Entre os índios, essa semente é conhecida como tônico cardíaco. Já a Açaí Stout – estilo Dry Stout - apresenta notas de café, toffee, chocolate, malte torrado e traz a força e a energia do açaí, um dos frutos mais conhecidos da região. 
Fonte: Portal dos Administradores >>> http://www.administradores.com.br/

Prefeitura de Paragominas se manifesta sobre ataques em Nova Esperança do Piriá







Por imprecisão de informações e pela Reserva abranger vários municípios, foi noticiado que a área onde o do taque teria acontecido ficava dentro do município de Paragominas, quando na verdade, fica em Nova Esperança do Piriá e por madeireiros daquela região. Em nota, o prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, (na foto, acima) afirma que já denunciou várias vezes, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a extração ilegal de madeira na Reserva em terras do “Piriá”. Segundo ele, “madeireiros daquele município entram pelos fundos, em pequena parte da reserva no território de Paragominas”.

“Entramos em contato com o Ministério Público Federal e colocamos o município de Paragominas a disposição do Ibama no sentido de ceder, se preciso, caminhões para transportar máquinas apreendidas, além de disponibilizar local adequado para guardar bens e máquinas, ônibus para transportar a PM para a estrada que dá acesso à Nova Esperança do Piriá”, afirma Demachki.

Segundo informações do MPF, a madeira foi apreendida em 2011 depois de ser extraída ilegalmente de dentro da terra Indígena, mas só agora o Ibama pôde fazer cubagem, para posterior retirada. Os policiais e fiscais teriam sido surpreendidos pelos madeireiros, que atiraram contra a equipe. Ainda de acordo com o órgão federal, não há notícia de feridos, mas dois policiais militares e o índio Valdecir Tembé estão desaparecidos.

[Atualização 4/12/2012] – Segundo informações dos jornais Diário do Pará e O Liberal, o índio Valdecir Tembé já foi encontrado e passa bem.

Sobre o caso

Nova Esperança do Piriá foi palco de mais um ataque.  Madeireiros que atuam no município atacaram fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), policiais militares e índios no sábado (3). A equipe de agentes fazia a retirada de madeira apreendida dentro do território de índios Tembé, na Reserva Indígena Alto Rio Guamá, na área localizada dentro do município de Nova Esperança do Piriá. A Reserva indígena fica no limite do Estado do Pará com o Maranhão, em territórios de 6 municípios paraenses: Paragominas, Garrafão do Norte, Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá, Capitão Poço e Cachoeira do Piriá.

Texto: assessoria de imprensa da Prefeitura de Paragominas e Programa Municípios Verdes

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O mamute incontrolado


Por Lúcio Flávio Pinto

Durante os próximos 30 dias, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social pretende liberar 19,6 bilhões para o projeto, que já recebeu do mesmo BNDES, em duas parcelas, neste ano, R$ 2,9 bilhões. O total do comprometimento, assim, é de R$ 22,5 bilhões. O montante representa 80% dos R$ 28,9 bilhões previstos para serem usados até tornar Belo Monte a terceira maior hidrelétrica do mundo.
Os títulos desta transação impressionam. Trata-se do maior empréstimo de toda história de 60 anos do banco. É três vezes maior do que a operação que ocupava até então o primeiro lugar no ranking do BNDES, os R$ 9,7 bilhões destinados à refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A usina do Xingu engolirá quase todos os recursos previstos — R$ 23,5 bilhões — para a área de infraestrutura nesse segmento, excluindo o metrô.
Os elementos de grandiosidade não param aí. Belo Monte é a maior obra em andamento no Brasil e a joia da coroa do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, transmitido por Lula a Dilma.
Com a aprovação do empréstimo, o governo dá o recado: contra todos os seus adversários e enfrentando atropelos pelo caminho, a enorme hidrelétrica continuará em andamento acelerado. Quer que a primeira das 24 gigantescas turbinas comece a gerar energia em fevereiro de 2015 e a última, em janeiro de 2019. Não por acaso, Belo Monte ganhou do governo Lula o título de hidrelétrica estratégica, a primeira com esse tratamento no Brasil.
Principal item do Plano Decenal de Energia (2013/2022), Belo Monte, com seus 11,2 mil megawatts nominais, contribuirá — nos cálculos oficiais — com 33% da energia que será acrescida à capacidade brasileira de produção durante o período da motorização das suas máquinas, entre 2015 e 2019. Teria condições de atender à demanda de 18 milhões de residência e 60 milhões de pessoas, ou ao consumo de toda população das regiões Sul e Nordeste somadas.
Não surpreende que o BNDES, com uma carteira de negócios desse porte, tenha se tornado maior do que o Banco Mundial, sediado em Washington, algo "nunca antes" inimaginável, como diria o ex-presidente Lula. Além dos milionários recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que estão à sua disposição, apesar da paradoxal relação, e da sua receita própria, o banco tem recebido crescentes aportes do tesouro nacional, uma preocupante novidade nos últimos tempos. A opinião pública parece não atentar para a gravidade desse fato.
Tanto dinheiro público chegou ao caixa do BNDES a pretexto de fortalecer o capitalismo brasileiro, que agora se multinacionaliza. Um dos focos das aplicações intensivas do banco é o controverso setor dos frigoríficos, alçado ao topo do ranking internacional pela pesada grua financeira estatal.
Com paquidérmicos compromissos de desencaixe de dinheiro, o BNDES tem sido cada vez mais socorrido pelo governo federal. É o que acontece no caso de Belo Monte. Dos R$ 22,5 bilhões aprovados para a hidrelétrica, apenas R$ 9 bilhões são recursos próprios do banco, que não os aplicará diretamente: R$ 7 bilhões serão repassados através da Caixa Econômica Federal e R$ 2 bilhões por meio de um banco privado, o BTG Pactual. Os outros R$ 13,5 bilhões sairão do caixa do tesouro nacional, o que quer dizer dinheiro arrecadado através dos impostos federais — do distinto público, portanto.
É interessante a composição dessa transação. O BNDES recorreu às duas outras instituições financeiras, ao invés de fazer ele próprio o negócio, sob a alegação de risco de inadimplência. Se o tomador do dinheiro, que é a Norte Energia, controlada por fundos e empresas estatais federais, não pagar o empréstimo, os intermediários responderão pelo calote. Naturalmente, cobrando o suficiente (e algo mais) para se resguardarem desse risco.
Já o dinheiro do cidadão, gerido pela União, terá aplicação direta pelo BNDES. Da nota divulgada ontem pelo banco deduz-se que esta parte do negócio é imune à inadimplência. Provavelmente não pela inexistência de risco, o que é impossível nesse tipo de operação. Talvez porque, se o dinheiro não retornar, quem sofrerá será o erário, e o contribuinte, no fundo do seu bolso.
O orçamento da hidrelétrica de Belo Monte começou com a previsão de R$ 9 bilhões. Hoje está três vezes maior. Nem o "fator amazônico", geralmente considerado complicador imprevisível em virtude das condições das regiões pioneiras, de fronteira, nem a inflação ou os dados disponíveis sobre as obras em andamento, que já absorveram quase R$ 3 bilhões em menos de dois anos, explicam esse reajuste.
Foi assim com a hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, no Pará, a quarta do mundo. Ela começou a ser construída em 1975 e a primeira das 23 turbinas entrou em atividade em 1984. O orçamento era inicialmente de 2,1 bilhões de dólares. Chegou a US$ 7,5 bilhões por cálculos extraoficiais, numa época em que a moeda nacional estava desvalorizada. Mas talvez tenha ido além da marca de US$ 10 bilhões.
O precedente devia estimular a opinião pública a se acautelar, ao invés de se omitir, como se a parte mais sensível do corpo humano já não fosse mais o bolso

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

"O sorriso e o esgar". Por Augusto Nunes


A foto de Dida Sampaio é mais que o registro do momento em que Dilma Rousseff, presidente da República há quase dois anos, cumprimentou o ministro Joaquim Barbosa, que acabara de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal. A imagem documenta a colisão frontal, estridentemente silenciosa, entre sentimentos antagônicos.

O chefe do Poder Judiciário está feliz. A chefe do Poder Executivo está contrafeita, nas fímbrias da amargura. Joaquim Barbosa é o anfitrião de uma festa. Dilma Rousseff é a conviva involuntária que nada tem a festejar. Ele se sente em casa e pensa no que fará. Ela pensa no que ele anda fazendo e se sente obrigada a enviar um recado fisionômico aos condenados no julgamento do mensalão: se pudesse, estaria longe dali.

Só ele sorri. O sorriso contido informa que o ministro não é homem de exuberâncias e derramamentos. Mas é um sorriso. Os músculos faciais se distenderam, os dentes estão expostos, o movimento da pálpebra escava rugas nas cercanias do olho esquerdo. O que se vê no rosto da presidente é um esgar. A musculatura contraída multiplica os vincos na face direita, junta os lábios num bico assimetricamente pronunciado e desvia o olhar do homem à sua frente.

O descompasso das almas é sublinhado pelas mãos que não se apertam. A dele ao menos se abre. A dela, nem isso. Dilma apenas toca Joaquim com a metade dos quatro dedos. Ele cumprimenta como quem chegou. Ela cumprimenta como quem não vê a hora de partir.

Conjugados, tais detalhes sugerem que, se Joaquim Barbosa sabe que chefia um dos três Poderes independentes, Dilma Rousseff imagina chefiar um Poder que dá ordens aos outros. O julgamento do mensalão já deixou claro que não é assim. A maioria dos ministros é imune a esgares. Os que temem carrancas nem precisam disso para atender aos interesses do governo. Não são juízes. São companheiros.

sábado, 24 de novembro de 2012

Entrevista com Especialista sobre Economia Verde


Correção de Rumo – Entrevista com Pavan Sukhdev

José Alberto Gonçalves/Página 22
Pavan Sukhdev foi executivo sênior do Deutsche Bank, liderou o estudo A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (2010) e é o principal autor do relatório Rumo à Economia Verde, publicado em fevereiro de 2011 pelo Programa de Meio Ambiente da ONU (PNUMA), que o nomeou Embaixador da Boa Vontade no mês passado. Preside desde abril de 2011 a consultoria internacional Gist, especializada em economia verde
“Os modelos corporativos mais bem-sucedidos (tais como a Apple) de fato inserem a obsolescência dentro de seus produtos e estratégias de marketing.”Tal afirmação é uma das mais tênues considerações do recém-lançado livro Corporation 2020 (Island Press; Nova York) sobre os problemas provocados por um modelo empresarial centrado no lucro. Escrito pelo economista indiano Pavan Sukhdev, o livro tornou-se uma espécie de porta-voz do movimento Corporation 2020, liderado pelo próprio autor, que o lançou na Rio+20, e sediado no Centro de Negócios e Meio Ambiente da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Nesta entrevista concedida via Skype, Sukhdev – que participava da 11a Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, na Índia – é ácido em suas críticas às corporações do capitalismo de livre mercado. Diz que muitas praticam um lobby agressivo para impedir os governos de regulá-las e fisgam os consumidores com propaganda enganosa.
Mas não faz críticas sem apresentar sugestões para uma correção de rumo.O economista propõe uma reforma profunda no sistema econômico, não apenas em nível macro, como também na esfera dos negócios. Ele crê que o lucro não é um mal em si, desde que as corporações atuem com propósitos sociais. Sua receita para as companhias inclui transparência nos impactos socioambientais, tributos pela extração de recursos naturais, limites mais rigorosos de endividamento como antídoto contra crises financeiras, além de publicidade inteligente e ética.
O livro Corporation 2020 é uma derivação dos prévios estudos que o senhor coordenou – A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (TEEB) e o Relatório sobre Economia Verde (REV), produzido para o PNUMA, o programa das nações Unidas para o Meio Ambiente?
Corporation 2020 é certamente uma extensão lógica do Relatório sobre Economia Verde. O que fiz foi levar o pensamento da economia verde do nível da macroeconomia para o da microeconomia. Se temos as condições para viabilizar a transição em um nível macro, o que significa subsídios, acesso ao mercado, incentivos para negócios verdes e regulação, entre outras, podemos prever o que é necessário fazer ao mesmo tempo na microeconomia.
Nesse nível mais micro, isso significa o pagamento de impostos sobre os recursos naturais utilizados na produção, a natureza ética da propaganda, a imposição de limites para o endividamento e a comunicação pública (sobre o desempenho financeiro e as externalidades, ou seja, os impactos positivos e negativos da atividade empresarial sobre o meio ambiente e a sociedade).
Suas críticas ao mundo corporativo parecem estar mais afiadas neste seu novo livro do que nos estudos anteriores que o senhor coordenou.
É certamente uma crítica mais afiada, mas segue a mesma direção de meus trabalhos anteriores. Para mudar a direção dos negócios, da economia marrom à verde, precisamos remover subsídios aos combustíveis fósseis e adotar subsídios às tecnologias limpas, entre outras medidas. Mas penso que também necessitamos nos distanciar de um modelo econômico em que a natureza da corporação é puramente guiada pelo lucro e não mais por quaisquer propósitos sociais.
Desse ponto de vista, precisamos também olhar para a natureza do Produto Interno Bruto, que é calculado tanto em âmbito nacional quanto na esfera corporativa, que emprega apenas os componentes financeiros da medida. Temos, porém, um problema com esse modo de medir o desempenho corporativo.

Não podemos mensurar o que não gerenciamos. Se os reais componentes da atividade empresarial não estão sendo mensurados, não será possível alcançar o modelo corporativo que projeto para 2020.
No ano passado, no sumário do REV para formuladores de política (o documento Rumo à economia verde), um dos argumentos utilizados foi o de que os investimentos na economia verde levariam a um crescimento no PIB superior ao da economia convencional. Em seu livro, porém, o senhor não considera o crescimento do PIB um fator relevante para a economia verde.
O PIB era um dos seis argumentos para convencer os políticos sobre a importância da economia verde. Usamos esse argumento porque frequentemente as pessoas dizem que a economia verde é algo positivo, mas que provoca queda no PIB.

Nosso modelo projetou que, mesmo quando o PIB é medido sob a metodologia convencional hoje utilizada, que não contabiliza ganhos e perdas no capital natural, alcançamos uma resposta melhor após cinco a sete anos de investimentos em produção limpa.

O capital natural é um outro bom motivo para investir na economia verde, uma vez que ele cresce imediatamente, já nos primeiros cinco a sete anos da transição, em decorrência da redução na pegada ecológica, no uso de energia e água.

Os políticos ouviram o que tinham de ouvir (com o REV). Agora precisamos conversar com as corporações e perguntar a elas se pensam que podem continuar crescendo o tempo todo. As companhias do modelo descrito em Corporation 2020 focam na criação de valor de maneira distinta, não se restringem ao aumento nos volumes de venda (e da margem de lucro).
O sumário do REV foi muito criticado por ambientalistas, e mesmo por alguns especialistas em sustentabilidade, por conta do uso do aumento do PIB como uma razão para convencer os governos sobre os benefícios da economia verde.
Nunca foquei simplesmente no PIB, essa crítica é errada. E a publicação – o sumário – era focada nos formuladores de políticas. Estamos saturados, francamente, com os questionamentos dos ministérios de finanças dos países a uma suposta incapacidade de a economia verde gerar crescimento no PIB.

O ponto é que o aumento no PIB no cenário de investimentos em tecnologias verdes, que acaba superando as previsões de crescimento da economia marrom, é a vantagem menos importante da economia verde. As vantagens reais são outras. Se a linha de argumentação do REV for seguida, a pegada ecológica diminuirá e será possível aumentar o capital natural, ajudando na erradicação da pobreza.

Evitaríamos, portanto, os problemas dos limites do planeta se prosseguíssemos a rota da economia verde, que precisa ser acelerada, porque não temos 100 anos para resolver os problemas – a transição precisa ser realizada nos próximos 10 a 15 anos.
Como o senhor argumenta em seu livro, a mudança no funcionamento das empresas depende de modificações estruturais no mundo corporativo e forte regulação dos governos. Contudo, o senhor também diz que os governos são alvos prediletos dos lobbies corporativos para que afrouxem a regulação sobre as empresas. Como sair desse círculo vicioso?
Esse é um desafio muito difícil. Para obter lucro, ao mesmo tempo gerando externalidades negativas, é exatamente o que elas estão fazendo: lobbying, lobbying e lobbying. Um exemplo recente do problema é o do lobby na Austrália que veiculou propaganda enganosa a fim de pressionar o governo a cancelar o imposto sobre recursos naturais introduzido em 2010.

Esse foi o primeiro movimento realizado por um governo nacional na correta direção da taxação de recursos naturais. A única solução para isso é tornar o lobby transparente, o que significa comunicar publicamente seus objetivos e apelar aos líderes corporativos.

Os cidadãos podem desafiá-los declarando que seus nomes serão lembrados na história como criminosos se prosseguirem fazendo esse tipo de lobby. Espero que os líderes sejam persuadidos a nos seguir. Mas reconheço que este é o maior desafio entre os problemas que descrevo.Mudar o comportamento dos lobistas é um desafio psicológico.


O senhor destaca o comportamento ético quando discute o tema da publicidade e mesmo outros aspectos do DNA das empresas da economia verde. A postura ética é essencial nas empresas dessa nova economia?O que tal atitude tem a ver com a ética individual?


Não é correto argumentar que algumas corporações serão desonestas porque algumas pessoas são desonestas. As corporações são instituições que proveem quase 60% do PIB global e 70% dos empregos. Uma instituição precisa apresentar os mais elevados padrões de conduta ética e moralidade. As corporações são as mais importantes instituições de nosso tempo. É inaceitável que uma companhia seja desonesta como um ladrão que rouba algo de meus amigos na Índia.
Em seu livro, o senhor afirma que não se sabe ao certo se as empresas tendem a se comportar de maneira mais antiética do que a média dos seres humanos. É factível esperar que as companhias atuem com padrões éticos mais elevados do que a média dos humanos?
Há leis para prevenir comportamentos antiéticos nos humanos. Mas suas externalidades não são significativas como as das empresas. Existem leis para combater atos como roubos e crimes, e elas também se aplicam às corporações. Porém, não há leis de combate aos lobbies. Nos Estados Unidos, é positivo que os lobbies sejam obrigados a se registrar no Congresso.

Infelizmente, o mesmo não se aplica à maioria dos países. É importante controlar a atividade de lobby, torná-la mais transparente, divulgar a origem de seus fundos no relatório financeiro da companhia. Se observarmos as outras mudanças que sugiro no livro, se formos sérios em levá-las adiante, é possível promovê-las em dez anos.
Recomendo a comunicação pública das externalidades positivas e negativas (impactos socioambientais), o estabelecimento de normas éticas pelas associações de agências publicitárias, a criação de limites sobre o endividamento das empresas e a tributação do uso de recursos naturais e seus efeitos negativos. A atividade de lobby será a mais difícil de mudar.
Muitos estudiosos da economia verde sublinham o papel da tecnologia da informação na economia de recursos naturais. Mas esse setor também é um dos mais beneficiados financeiramente pela obsolescência programada de seus equipamentos.

Como lidar com o tema da obsolescência no DNA das corporações da economia verde?
A solução pode vir da inclusão de informação sobre a longevidade dos produtos nos anúncios publicitários, o que chamo de publicidade inteligente. Se um anúncio diz que determinados modelos de iPhone e baterias duram dois anos e outro informa que o modelo dura seis meses, o consumidor tenderá a se interessar pelo produto com maior expectativa de vida.
Já existem empresas praticando essa publicidade inteligente, como a Patagonia (empresa de roupas e acessórios esportivos com sede na Califórnia), que publicou um anúncio grande no New York Times na Black Friday em 25 de novembro de 2011 com a seguinte expressão acima do desenho de uma jaqueta: “Não compre esta jaqueta”. Abaixo do desenho, a companhia informava dados da pegada ecológica, consumo de água para fabricá-la e emissões de gás carbônico, entre outros.
Eles estavam disseminando a ideia de que a jaqueta pode ser usada por um longo tempo, em até dez anos, o que implica transformar a psicologia do consumidor para que pense em termos de relação entre custo e benefício (tratava-se de um produto da própria Patagonia, com 60% de poliéster reciclado e inúmeros cuidados ambientais na produção da peça; a empresa declara no anúncio que pretendeu sensibilizar os consumidores para comprarem apenas o necessário na temporada gorda de vendas nos Estados Unidos que se inicia anualmente na Black Friday, um dia depois do Dia de Ação de Graças).
O senhor está propondo uma transformação profunda e rápida, em 10 a 15 anos, no sistema econômico e nos objetivos das empresas. Como ela ocorreria?
Chamo essa mudança de capitalismo tridimensional, visto que ele não deixa de gerar lucro, mas ao mesmo tempo cria externalidades positivas. O negócio do futuro precisa gerar benefícios colaterais em vez de danos colaterais, como já pregaram outros pensadores. Os benefícios colaterais são as externalidades positivas. Isso ainda é capitalismo, mas significa que é necessário mensurar as externalidades negativas, informá-las publicamente e gerenciá-las para que diminuam.
A companhia precisa investir (na produção limpa) e mostrar que suas externalidades positivas estão aumentando. É isso que alinha as empresas que possuem o DNA da Corporação 2020 com o propósito social. Hoje, propósito social são bens comuns, como ar limpo, água potável, lei e ordem, harmonia comunitária, amizades.

Ninguém no mercado paga o preço por essas coisas, pois não há mercado para esses bens comuns. As corporações de hoje não se importam com essas coisas. As corporações em um futuro próximo precisarão observar o espaço público onde operam, o espaço público do capital.
Como as corporações sobreviverão em um mercado que carece de recursos naturais, onde há danos causados pelas mudanças climáticas, problemas com a biodiversidade, a água, conflitos nas comunidades, as pessoas se enfrentando nas ruas, sem lei e ordem?
Quais são as três dimensões do capital?Uma é o capital natural. A segunda dimensão é uma combinação do capital humano com o capital social. O capital humano é o que pertence ao indivíduo em termos de boa saúde, inteligência e habilidades. Capital social é a estrutura da sociedade, o que viabiliza a existência de comunidades, amizades, lei e ordem, harmonia comunitária, instituições. E a terceira dimensão é a do capital físico, que inclui o capital financeiro.

Chamo o capital financeiro também de físico porque, na forma de dinheiro, possibilita a compra e venda de bens físicos, tais como automóveis e edifícios. Mas converter dinheiro em saúde ou lei e ordem não é algo que um indivíduo possa fazer. Se uma companhia possui capital físico e financeiro, isso não significa que necessariamente ela também cria capital humano. Se ela tiver capital natural, isso não levará por si só a deter os dois outros lados desse capitalismo tridimensional.

A Corporação 2020 precisa aumentar seu capital nessas três dimensões.
Não há o risco de companhias mais avançadas nesse projeto 2020 sofrerem concorrência desigual com empresas da economia marrom que produzem a custos mais reduzidos?
Por isso, é necessário haver regulação, envolver os reguladores, os órgãos que fiscalizam as obrigações de transparência nas operações financeiras das empresas, os departamentos tributários, bancos centrais, agências de publicidade, todos na mesma direção da economia verde. Dessa forma, pode ser criado aquele tipo correto de ambiente para os negócios.
A publicidade ética é uma das quatro características da nova empresa verde de Corporation 2020. Como fazer a publicidade mais ética sem ser acusado de limitar o princípio da livre expressão?
(Risos) A liberdade para enganar nunca foi a intenção da liberdade de expressão. Basicamente, há dois princípios. Um deveria ser o da transparência, em que a empresa divulga publicamente sua política de publicidade. Mensurar as externalidades também ajudará a empresa a ser transparente.

O outro princípio é o de que nunca use anúncios publicitários diferentes a depender da situação de desenvolvimento da sociedade. Três estratégias devem ser observadas.

Uma é a da informação no produto sobre o uso de água, energia e materiais para fabricá-lo. A segunda é divulgar a origem do produto. Os cidadãos devem ter a opção de não comprar um produto que vem de regiões de mineração na África onde há conflitos com mortes ou calçados provenientes de um país onde se utiliza o trabalho infantil, por exemplo. A terceira é a comunicação da expectativa de duração do produto.
Na sua visão, isso depende de regulação sobre a publicidade ou de autorregulação?
Na Europa, a associação europeia de cosméticos criou uma diretriz interessante. Não é compulsória, mas deveria ser. Estabeleceram regras claras para não usar crianças na propaganda, o que é aceitável ou não em anúncios para crianças, e como a sexualidade deveria ser representada na publicidade destinada aos consumidores de cosméticos. É uma boa ideia porque cria uma publicidade mais ética. A Comissão Europeia deve logo aprovar uma diretriz sobre a publicidade de produtos alimentícios – se a indústria diz que o alimento é mais saudável, deverá apresentar prova científica clara do que anuncia.
As montadoras no Brasil anunciam carros rodando em vias vazias, enquanto as grandes cidades, como São Paulo, estão sendo paralisadas pelos congestionamentos. Teremos de aguardar uma autorregulamentação da propaganda sobre carros para que eles sejam apresentados de forma mais realista aos potenciais compradores?
(Risos) As montadoras não estão se movendo naquela direção da Corporação 2020. Talvez uma saída esteja nas pressões de consumidores e algumas ONGs e no aconselhamento pelo governo, que pode pedir às montadoras que estabeleçam uma autorregulamentação para a propaganda de veículos, seguindo bons exemplos de outros setores. O que acontece é que as pessoas não veem a propaganda como opinião. Na realidade, a propaganda é justamente uma opinião, às vezes uma opinião enganosa que pode levar à compra de um produto danoso ao indivíduo e ao meio ambiente. Infelizmente, a propaganda não pode ser levada à Justiça.

PARTICIPE DO FÓRUM AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL NOS DIAS 5, 6 e 7 de DEZEMBRO (INSCRIÇÃO GRATUITA)





Partindo da premissa que a o diálogo é a chave que pode levar a Amazônia ao desenvolvimento sustentável,  participe do Fórum Amazônia Sustentável, a ser realizado nos dias 5, 6 e 7 de Dezembro, no Hangar - Centro de convenções e feiras da Amazônia.

Nestes dias, representantes dos países amazônicos se reúnem em Belém do Pará, bem como também empresários, cientistas, estudiosos, Ong's e lideranças sociais, que farão parte das conversas, oficinas e debates.

E vc? o que pensa do futuro da região?

vamos conversar conosco em busca de um futuro viável para a região.

Veja o link abaixo do teaser (em português) e lá consta o site onde poderá se inscrever para o grande encontro.Participe! >>>>> http://www.youtube.com/watch?v=zrlceKtnjp8

Site>>> http://www.forumamazoniasustentavel.org.br/ (Para inscrições)

Veja também o Slide Show sobre os rios voadores>>> http://www.forumamazoniasustentavel.org.br/?page_id=233