quarta-feira, 29 de junho de 2011

Marajó: Os meninos que ‘fisgam’ barcos vão continuar assim?



Texto do Blog Tijolaço


Dá vergonha que situações como a que se retrata no vídeo acima aconteçam.

Dá vergonha que se precise que a Al Jazeera, lá da Arábia, seja quem nos mostra este drama.

É a história de Jesse, um menino que “agarrava barcos”, como vários outros fazem, no Rio Tajaparu, no Pará, por onde passam cerca de 75% da mercadoria e transporte humano movimentado na rota entre Belém até Macapá.

Ele “fisgava” os barcos, com um gancho e cordas, para subir nas embarcações para vender palmitos, bananas e ingás.

Alguns reais e muito risco.

Embora a matéria, naturalmente, explore o exótico e o trágico, o exótico e o trágico estão lá, nas próprias imagens.

Este é o Brasil “com miséria” que nossas elites não gostam de ver.

Nós também não gostamos de ver, mas isso não se faz fechando os olhos.

O Poder Público tem de agir fortemente sobre esta siatuação. O “Brasil sem miséria” que a presidenta lançou, deve ir buscar estes meninos e meninas, expostos ao perigo das hélices dos barcos e ao risco, maior ainda e quase sempre fatal, da degradação de suas infâncias.

São meninos e meninas valentes: ah, como o são!

Será que não podemos deixá-los ter a chance de “agarrar” outro barco, o da educação, e que isso represente os seis ou sete reais que levam para casa arriscando a vida ao “fisgar” as embarcações que passam, velozes, para vender suas frutas e palmitos?


COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO

Infelizmente a Ilha do Marajó é um lindo arquipélago com potencialidades de gerar emprego e renda em alta escala,tem biodversidade, vários biomas, potencial turístico e uma cultura cabocla rica e única, que é subutilizada.

O abandono,porém,embora visível,começa na omissão criminosa e na incompetência das prefeituras municipais.Prefeituras estas que são, salvo exceções que toda regra tem, propriedades particulares de oligarquias familiares que se alternam no poder, sem acrescentar nada a população, sem promover convênios com o governo federal e nem estadual, muito menos parcerias com a iniciativa privada.Quando os promove, o dinheiro some.

Prefeitos oligarcas e corruptos colocam apaniguados nos cargos de secretarias como as de saúde, esporte, finanças, meio-ambiente..etc sem nenhuma qualificação,o que acarreta na ineficiência generalizada dos serviços públicos.

O Resultado são um analfabetismo funcional que atinge 80% da população, que é estimada em 468 mil habitantes, em 16 Municípios.A População Marajoara só não morre de fome porque a riqueza natural do arquipélago é tão grande que há variedade de peixes, frutas que não deixam a população perecer.

Porém o tráfico de drogas, a prostituição - inclusive infantil, e demais flagelos por que passa os marajoaras, que vivem em perigosa vulnerabilidade social,são desafios constantes.

Existe uma associação, chamada AMAM, (Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó) que poderia contribuir bastante, porém há amigos meus que me asseguram que foi aparelhada pelas mesmas oligarquias que devastam as prefeituras, tornando a mesma em um cabide de empregos, ao invés de ser mais uma indutora de desenvolvimento da região.

O que fazer?

Como este Blog sugere exatamente o debate e as discussões de idéias com o fim de que cheguemos a uma solução, fica aqui o convite para que façamos algo que erradique os sofrimentos de gente humilde e hospitaleira, que não merece tamanha omissão e incompetência.

domingo, 26 de junho de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Olá, amigos!

Tenham um dia maravilhoso!

Beijos carinhosos repletos de AMOR, ALEGRIA, LUZ e PAZ nos seus corações

Ana Lucia G. Sarcià

Pensamento do dia

"A maioria das pessoas está convencida de que, antes de se dedicar à vida
espiritual, deve resolver as questões materiais. Elas dizem:

«Antes devo ter um trabalho, depois me casarei, e terei filhos para criar. Tudo isso me ocupará por alguns anos, mas depois estarei livre para a vida espiritual».

Elas não percebem que esse modo de pensar é uma armadilha habilmente montada
pela sua natureza inferior, que quer mantê-las o mais longe possível da
única coisa que pode realmente ajudá-las.

Se vocês esperarem resolver todos os seus problemas antes de viver a vida
espiritual, não farão nada, pois essas questões materiais não se resolvem
nunca. Continuamente acontecem imprevistos que devem ser remediados.

É preciso, então, entrar na vida espiritual seja qual for o estado das suas
questões materiais. Por quê? Porque dando prioridade à vida espiritual,
trabalha-se sobre o mundo das causas, preparando as melhores condições para
que o lado material, aos poucos, também seja influenciado favoravelmente."

Omraam Mikhaël Aïvanhov

sábado, 25 de junho de 2011

AS LIÇÕES OCULTAS QUE MICHAEL JACKSON NOS DEIXOU


Dois anos após a morte do ídolo pop, o mundo do Show Business e da própria música ficaram mais pobre ao perder um artista completo.

Segunda-feira, 29 de junho de 2009
(Republico este artigo que fiz em sua homenagem 4 dias após sua morte)


"Existe um lugar no seu coração, E eu sei que [lá] existe amor,E este lugar poderia ser muito mais resplandecente do que o amanhã,

E se você realmente tentar,você descobrirá que não há necessidade de chorar.Neste lugar você sentirá que não existe dor ou tristeza.

Existem caminhos para chegar lá.Se você preocupa-se o suficiente com a vida,Crie um pequeno espaço, crie um lugar melhor.Curem o mundo,Façam-no um lugar melhor para você e para mim e [para] toda a raça humana"

Heal The World - Michael Jackson.


Em meio a declarações elogiosas e/ou de profundo pesar como de Diana Ross, Lisa Marie Presley, Elizabeth Taylor, Quincy Jones, Paul McCartney, Spyke Lee, entre outros famosos e milhares de anônimos, resolvi destacar um.

Foi outro músico famoso que se manifestou a respeito da morte do ídolo pop, Robin Gibb, do lendário grupo Bee Gees. Gibb lamentou a perda do amigo, e declarou que "milhões de pessoas que ainda não nasceram cantarão suas canções".

Em seguida ele continua com um tom de revolta, ao se referir à maneira com que a imprensa tratou os escândalos da vida pessoal de Jackson,declaração com a qual discorrerei sobre todo este artigo:

"Se uma pequena proporção dos elogios feitos agora que ele morreu tivessem sido feitos no ano passado, talvez ele ainda estivesse conosco", desabafou.

Essa declaração de seu amigo tem um profundo significado e lição para todos nós.

Porque sempre são valorizados os defeitos das pessoas ao invés de ver suas qualidades? Porque muitas pessoas atêm-se na tragédia e no escândalo ao invés das boas obras e dos feitos pioneiros e/ou de grande generosidade e virtude?

Michael Jackson mobilizou artistas e levantou milhões de dólares em favor de instituições de caridade e a favor de crianças carentes na Àfrica.Seu sítio em Neverland era para crianças com câncer e aids.

Gostava de ajudar as pessoas, era uma alma generosa, gostava de entrar na realidade das pessoas como o fez entrando numa, à época, perigosa favela carioca e que teve até que pedir autorização a traficantes.Entre os sinuosos caminhos da favela observava, conversava com as pessoas e até carregou no colo e embalou uma filha de um ano de idade de uma moradora...tinha interesse em como as pessoas viviam e do que necessitavam.

Com uma simples música ,(We are the world), arrecadou milhões de dólares em favor da erradicação da miséria na África.

Mas...antes de sua morte você ouviu noticiarem sobre esses feitos de sua alma nobre?

No entanto quando saía em público era bombardeado de fofocas e chacotas ridículas e criminosas,toda espécie de calúnias sem fundamentos e sem provas...

Quase fizeram (estou me referindo à maior parte da imprensa e essas pessoas que adoram fazer chacota e fofoca) o público mais jovem – que não lhe acompanhou o auge – esquecer que ele possuía tamanho magnetismo pessoal expressados através da magia de sua dança pioneira e única,de sua voz marcante e de sua produção perfeita e sincronizada.

É ...as lentes da câmeras podem ser armas de fogo mortais quando não se tem um olhar amoroso e compreensivo sobre as pessoas...

Ele era um mega-artista, mas, esqueceram que acima de tudo era um ser humano...Um ser humano que não teve infância pois desde muito cedo foi-lhe imposto severo regime de ensaios e shows sob os auspícios de seu pai.. brutal e inflexível...

E os traumas de infância mal resolvidos e as conseqüentes seqüelas psicológicas disto somadas à metralhadora mortífera da imprensa e das pessoas que dela se comprazem conseguiram matar nosso astro...

Um de seus melhores amigos, o paranormal Uri Geller, ao perguntar para Michael se ele era um homem solitário ele demorou uns dez segundos para responder que sim...era um homem solitário...

Ao entrar em sua casa para investigar sua morte a polícia encontrou anti-depressivos e moderadores de ansiedade... o excesso de medicamentos pode ter sido a causa de sua morte...

É assim que tratamos os gênios e pessoas boas e generosas?...relegando–as a um canto e abandonando–as aos seus próprios infortúnios que a maledicência brutal e as calúnias e difamações sem fundamento potencializam e acabam de matar?...

Qualquer que tenha sido a causa mortis uma coisa é certa: o fim do gênio da música pop foi causada por uma falta de um olhar carinhoso e de uma compreensão mais amorosa do ser humano...

Se não fosse o amor incondicional de seus fãs que era um refrigério para sua alma, combalida e abandonada, talvez ele tivesse ido embora há muito mais tempo...

Volto a repetir o que seu amigo Robin Gibb disse, em tom de desabafo: "Se uma pequena proporção dos elogios feitos agora que ele morreu tivessem sido feitos no ano passado, talvez ele ainda estivesse conosco".

Uma questão que a gente levanta é a seguinte: Quantos Michael Jackson’s estão próximos de nós e não estamos dando a devida assistência? Quantos gênios temos perto de nós clamando carinho e compreensão e, no lugar disso, estamos despejando críticas e chacotas? Quantos deprimidos, solitários e viciados em remédios estamos encaminhando a tratamento ou doando um pouquinho de nós em favor deles?

Isso não estou falando somente dos nossos filhos, maridos, esposas, pais e mães, mas de amigos,colegas de trabalho,vizinhos,o gerente de banco...e principalmente de nossas crianças...

Ah! nossas crianças!!! tão veneradas pelo nosso Rei do Pop por justamente não ter vivenciado essa época sublime da vida, tão maltratadas com a educação castradora e brutal a que são submetidas em suas escolas ou em casa pelos pais...

Por causa desses tratamentos inadequados quantos Jackson’s se perdem pelo caminho sem cumprirem sua missão...ou quando chegam lá – como o Rei do Pop – estão profundamente mutiladas psicologicamente...

Uma sugestão: por lei não seria interessante que os futuros pais passassem por cursos para lidar com filhos?

É hora de ter olhos para ver e ouvidos para ouvir pois antes que a morte repentina nos deixe com sentimentos de remorsos por ter tido um gênio ao lado e não ter feito nada para ajudá-lo ou pior contribuído com a sua morte por falta de um elogio,compreensão ou com a insanidade das críticas e chacotas destrutivas...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

'Ele disse que ia me matar devagar', diz jurada de morte no AM




do portal terra

"Ele disse que ia me matar bem devagar". Essa foi a mensagem que um pistoleiro fez chegar a Nilcilene Miguel de Lima, 45 anos, através de sua cunhada em maio. A produtora rural assentada pelo Incra há sete anos em Lábrea, cidade no Amazonas próxima à fronteira com o Acre e Rondônia, fugiu da própria casa e hoje está escondida sob a proteção da Pastoral da Terra por conta de ameaças de morte na região.

Desde maio, cinco produtores rurais foram assassinados na região Norte do País, e Nilcilene não quer ser a próxima vítima. "Meu sonho era ter uma terra minha e eu consegui isso. Mas já me espancaram, queimaram minha casa, minhas plantações. Tudo isso que sofri e até hoje nada foi feito", disse Nilcilene em entrevista à BBC Brasil.

"Eu quero voltar, reconstruir tudo, mas não vou mais aguentar, porque sei que vou morrer. Não sei se um dia vou ter uma vida tranquila lá e de pensar nisso estou ficando doente". Ela e o marido, Raimundo de Oliveira, constam em uma lista de agricultores jurados de morte na região. Os nomes foram repassados pela Comissão Pastoral da Terra ao governo, que criou um gabinete de crise para lidar com o problema.

Enquanto Nilcilene está escondida, Raimundo continua em Lábrea. "Ele está correndo um risco muito grande, mas diz que só sai de lá enrolado em uma lona".

"Morte lenta"
A agricultora conta que a tensão vem lhe causando diversos problemas de saúde, como pressão alta e necessidade de tomar remédio para dormir. "É tanta dor de cabeça, tanto nervoso, sinto dor em tudo. Parece que minha carne está caindo dos ossos".

Presidente da associação de agricultores familiares de Lábrea, Nilcilene conta que sua situação se agravou em maio, quando o Ibama fez apreensões na região e madeireiros acreditaram que ela havia feito a denúncia ao órgão. A mando de um madeireiro da região, conta, um pistoleiro permaneceu três dias de tocaia nas proximidades de sua casa. Como Nilcilene não aparecia, resolveu abordar uma cunhada que sempre a acompanhava.

"Ele disse que minha cunhada estava atrapalhando e que se não saísse de perto de mim, ia morrer também. E disse que ia me matar bem devagar", diz Nilcilene. A agricultora diz ainda que tentou, em vão, recorrer à polícia e às autoridades locais contra as ameaças.

Entretanto, a delegacia de uma cidade vizinha não permitiu que ela fizesse o boletim de ocorrência. O mesmo ocorreu em Extrema, já em Rondônia, onde inicialmente alegaram que ela deveria fazer o registro no Estado do Amazonas. Após insistir, Nilcilene conseguiu fazer o BO, mas não houve menção ao conflito nem às agressões por parte do madeireiro.

O caso está sendo analisado pela Secretaria de Direitos Humanos, e o suposto mandante da tentativa de assassinato contra ela está sendo investigado pela polícia local. Entretanto, a agricultora lamenta a impunidade que deixa à solta os mandantes de crimes contra pequenos produtores rurais. "Quem manda lá (na Amazônia) são os madeireiros. Não tem Estado, não tem Justiça, não tem (Ministério do) Meio Ambiente, não tem autoridade nenhuma".

Violência
As ameaças contra Nilcilene já vinham ocorrendo desde o ano passado e entram nas estatísticas da Pastoral, que registram um recrudescimento da violência agrária em 2010.

De acordo com o levantamento, 34 agricultores ou ambientalistas foram assassinados no ano passado, um número 30% maior que em 2009, quando foram registradas 26 mortes no campo. Em 2008 foram 28 assassinatos. A região Norte é a mais violenta nesses casos, já que em 2010 concentrou 21 desses crimes. Apenas no Pará houve 18 mortes, número 100% maior que as nove de um ano antes. Em segundo lugar está a região Nordeste, onde 12 pessoas foram mortas no campo no ano passado.

Além das mortes, foram registradas no ano passado 55 tentativas de assassinato, 4 pessoas torturadas, 88 presas e 90 agredidas. Outros 125 agricultores e ativistas ambientais foram ameaçados de morte. Depois da recente onda de assassinatos no Norte, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de um grupo interministerial para discutir os problemas de violência no campo. O grupo é integrado pela Secretaria de Direitos Humanos e a Secretaria Geral da Presidência, além dos ministérios da Justiça, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e do Gabinete de Segurança Institucional.

Entre as medidas anunciadas estão a liberação de R$ 500 mil para serem direcionados ao Incra no Pará e no Amazonas e a intensificação do combate ao desmatamento na região amazônica.

Denúncia
Para a porta-voz da comissão interministerial, a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, é vital que pessoas ameaçadas, como Nilcilene, entrem em contato com o serviço de disque denúncia, ligado à Secretaria dos Direitos Humanos.

Questionada sobre o fato de a agricultora ter enfrentado dificuldades em registrar o caso com as autoridades locais, a secretária ressaltou que os policiais não poderiam ter se recusado a lavrar um boletim de ocorrência. Regina Miki admite que pode ter havido interferência de policiais corruptos da região. Miki, que integra a área de contenção de crise no grupo, afirma que a opção da secretaria foi a de proteção coletiva dos ameaçados. "Fazemos a segurança pessoal quando a ameaça é mais iminente", disse a secretária à BBC Brasil.

Segundo ela, para proteger todas as pessoas ameaçadas seria necessária a utilização de quase todo o efetivo da Polícia Federal. A Pastoral da Terra, no entanto, acredita que não é a segurança pessoal dos ameaçados que resolverá o problema, e sim a investigação dos crimes e o fim da impunidade.

A secretária explica que atualmente a comissão está fazendo uma checagem in loco da situação de todas as pessoas listadas pela organização. Enquanto o braço civil da secretaria ajuda no auxílio às investigações dos assassinatos, o militar faz o monitoramento das regiões mais críticas. Miki afirma que os próximos passos incluem políticas de longo prazo desenvolvidas pelo Ministério da Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente. "Não podemos ter policiais lá eternamente. É preciso criar alternativas para que essas pessoas continuem em suas terras com segurança, com medidas como aceleração da reforma agrária feita de maneira sustentável".

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A orla é do Povo: Justiça suspende obras de prédios na orla de Belém


Para o Juiz, “a própria alteração legislativa municipal, que tornou juridicamente possível, em tese, os empreendimentos, não se encontra sustentada em qualquer base técnica,(...)parecendo muito mais uma alteração oportunista indicada por interesses que não estão claros”.







O Prefeito de Belém, Duciomar Costa, alcunhado muito apropriadamente pelo jornalista Barata em seu Blog como "nefasto Dudu" perdeu mais uma e a justiça suspendeu as obras das construtoras Cyrella e Premium, que o prefeito, sorrateiramente e para atender interesses particulares em detrimento do coletivo,(uma marca de sua gestão corrupta e incompetente),alterou lei Municipal para atender as tais construtoras, que agora se vêem obrigadas a fazer estudos de impacto ambiental e de impacto de vizinhança,(vide documento abaixo, na íntegra).

Foi um duro golpe nas pretensões do Prefeito, que transformou o Palácio Antônio Lemos (sede do prefeitura de Belém)em um antro de corrupção e balcão de negócios escusos e que atendem única e exclusivamente seus interesses, e claro, de seus apaniguados, como se demonstra nos inúmeros processos que tramitam contra ele.

Duciomar Costa tomou posse na prefeitura de Belém em 1º de janeiro de 2005 e encerrou seu primeiro mandato em 1º de janeiro de 2009. Nas eleições de 2008, foi reeleito para o mesmo cargo, que ocupa atualmente.

Teve seu mandato cassado no dia 4 de dezembro de 2009 pelo juiz Sérgio Andrade de Lima, da 98ª Zona Eleitoral, por abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral para a reeleição em 2008. Entre as acusações está a de compra de votos. Voltou ao cargo poucos dias depois.

Voltando ao assunto dos prédios espigões erguidos irregularmente em Belém, não tem seis meses caiu um prédio de 34 andares no centro da cidade, e que só não causou uma tragédia de proporções maiores porque chovia e foi em um sábado a tarde, período de pouco movimento, e milagrosamente só morreram três pessoas.

Mas quem está enceguecido em aumentar ilicitamente seu patrimônio, e que isso é o único móvel de sua ensandecida cruzada torpe, as lições recentes não tem importância.

Porém o povo de Belém mostrou que não se curvará ante alcaides que se transformaram em criminosos e usurpadores do bem público.

Parabéns povo de Belém! Parabéns às nossas honradas instituições públicas de controle! (MPF, AGU e MPE)e a REVOLEA, que foi in loco fazer o protesto.

Porém a batalha continua, infelizmente enquanto os processos contra esse nefasto prefeito estão emperrados, o teremos que aguentar por mais um ano!











A pedido do MPF, AGU e MP Estadual, empreendimentos ficam paralisados até a realização de estudos de impacto ambiental e de impacto de vizinhança

O juiz Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, da 9ª Vara da Justiça Federal em Belém, ordenou a suspensão das obras dos edifícios Premium e Mirage Bay, das construtoras Premium e Cyrella, projetados para a orla da Baía de Guajará, na capital paraense.

A ordem atende a pedido (íntegra aqui) do Ministério Público Federal, da Advocacia Geral da União e do Ministério Público Estadual, que apontaram falta de estudos de impacto e irregularidades na autorização das obras.

“Defiro o pedido de liminar para determinar aos requeridos que suspendam a realização das obras dos edifícios Premium e Mirage Bay até a realização do estudo de impacto ambiental e do estudo de impacto de vizinhança, sob pena de multa diária de R$ 50 mil”, diz a decisão judicial.

Para o juiz, a prefeitura de Belém, que também é ré na ação, está obrigada pela Constituição a ser ativa na defesa do meio ambiente equilibrado e não poderia ter autorizado as obras. A prefeitura concedeu autorização para os empreendimentos sem observar que a cidade integra a Zona Costeira brasileira e, portanto, o território municipal está sujeito a uma série de normas legais que devem ser observadas antes do uso de áreas da orla.

A aprovação das construções – Edifício Premium, de 23 andares e Torres Mirage Bay, de 31 andares – se deu após uma mudança na lei municipal, que alterou o coeficiente de ocupação na região da orla da Baía de Guajará, de 3 andares para uma média de 30 andares.

Para o MPF, o MP Estadual e a AGU, “a própria alteração legislativa municipal, que tornou juridicamente possível, em tese, os empreendimentos, não se encontra sustentada em qualquer base técnica, de caráter científico, parecendo muito mais uma alteração oportunista indicada por interesses que não estão claros”.

As autoridades que pediram a suspensão das obras se apoiaram em vários estudos de especialistas de universidades e centros de pesquisa paraenses que mostram riscos sanitários, acústicos e ambientais da verticalização desordenada da região da orla de Belém. Nenhuma dessas questões tem merecido qualquer atenção ou preocupação da prefeitura da cidade

O caso tramita na 9ª Vara da Justiça Federal em Belém, especializada em questões ambientais. O número do processo é 16934-22.2011.4.01.3900 e pode ser acompanhado no site www.jfpa.jus.br, apenas no navegador Internet Explorer.

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Fones: (91) 3299-0148 / 3299-0177
E-mail: ascom@prpa.mpf.gov.br
Site: www.prpa.mpf.gov.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_PA

domingo, 19 de junho de 2011

RESPOSTA DA SECRETÁRIA DE MEIO AMBIENTE TERESA CATIVO ao RELATÓRIO DO INST. OBSERVATÓRIO SOCIAL


‘Afastei mais de 90 funcionários’, diz secretária de Meio Ambiente do Pará Teresa cativo


Jair Stangler, do estadão.com.br

Procurada para comentar o relatório do Instituto Observatório Social, a secretária de Meio Ambiente do Pará, Teresa Cativo, negou que seu Estado trabalhe para quem destroi a natureza, como afirmou o jornalista Marques Casara, autor do estudo. “Isso não existe”, reage ela, que foi secretária de Gestão e da Fazenda do primeiro governo de Simão Jatene no Estado, entre 2003 e 2006.

A secretária disse ter assumido a pasta em condições críticas, mas afirma que está combatendo a corrupção. “Já afastei mais de 90 funcionários em apenas seis meses”, conta. Ela diz que não é possível garantir que não haja mais corrupção na secretaria, mas que se souber de algo, dará combate. Mostra-se até indignada quando o repórter se refere ao problema da corrupção que há na secretaria. “Há não! Havia!”, responde, indignada.

Nessa entrevista ao Estadão.com.br, Teresa lembra que a ocupação do Pará começou a partir dos anos 1960 e 70, com a ideia de ocupar a região, sem preocupação ambiental e fala ainda das políticas ambientais que estão sendo implementadas no Estado pelo governo de Simão Jatene para reverter o processio predatório.

A senhora já viu o relatório?

Sim. O que eu estou estranhando é que nós tomamos conhecimento há uns dois ou três meses atrás, desse mesmo conteúdo de relatório. E eu tive a oportunidade de dizer que essa foi uma situação de 2010, e nós só assumimos em 2 de janeiro deste ano.

Uma das coisas que ele fala é que a situação é um processo que vem de vários governos e atravessou inclusive o governo anterior, da Ana Júlia, e também passou pelo primeiro governo do Simão Jatene.

Esse processo de ocupação econômica do Pará foi fomentado a partir de instrumentos de indução de atividades. A partir dos anos 1970 se desenvolveu um processo de ocupação da Amazônia. O objetivo era ‘integrar para não entregar’. Foi todo um estímulo de incentivos dados pela Sudam e tal para pecuária estensiva, atividades nas lavouras. Fica essa preocupação com a questão do desenvolvimento sustentável. Agora não cabe dizer que o governador Jatene… Porque foi no primeiro governo que ele criou uma quantidade maior de unidades de conservação e aprovou o macrozoneamento econômico e ecológico do Estado. Ele é uma pessoa que, como eu, vem da universidade, com formação na área de economia amazônica. E é uma pessoa que também é um estudioso na área ambiental. No primeiro governo dele, ele, como governador, viu a possibilidade de poder tomar essas medidas que já foram muito importantes nesse processo que a gente retomou agora para deslanchar.

Por que o jornalista Marques Casara não foi atendido pelo governador?

Olha, não posso lhe responder nessa condição. Porque o governador atende todo mundo, eu não saberia lhe dizer. Agora, especificamente, com relação à Secretaria de Meio Ambiente, a porta é aberta para todo mundo. A gente dialoga com todo mundo, nós temos investido pesado em mecanismos de transparência, nós estamos negociando para tentar identificar cadeias produtivas problemáticas, como por exemplo, a do carvão, que o primeiro (estudo do) Observatório denunciava, matéria até que eu vi repetida nessa nova edição que chegou ao meu conhecimento numa síntese. O que a gente tem feito, ele inclusive colocou na agenda mínima o programa exitoso Municípios Verdes, que tem como base a questão do desmatamento zero, que é um programa integrado que a gente está fazendo com o governo federal e com o Ministério Público. Foi o governador Simão Jatene que pediu que o Estado integrasse essa ação conjunta com o Ministério Público no combate ao desmatamento.

Uma das coisas que o Casara me disse é que o governo do Estado do Pará trabalha a favor das empresas que destroem o meio ambiente.

Isso não é verdade.

Ele diz isso dentro de um contexto, ele não diz ‘é o governo Simão Jatene’. É um processo que transcende governos, que veio da Ana Júlia, tendo passado antes por Almir Gabriel e pelo próprio Simão Jatene, e, ainda, que o problema é basicamente a Secretaria de Meio Ambiente, que tem uma estrutura podre, com dezenas de funcionários corruptos… Ele diz que tem gente com salário de mil reais e que anda com carro de R$ 120 mil. Enfim, seria uma questão estrutural e ele deixa essa pergunta, que o governo deixou sem resposta no estudo: como o governo avalia o envolvimento da secretaria em esquemas criminosos de esquentamento de carvão?
Eu vou lhe dizer como eu avalio, e eu tenho credencial pelo governador, que me escolheu como secretária, eu sou uma funcionária pública de carreira, tenho formação técnica, não tenho filiação partidária e minha história de vida no Estado é sempre nessa área de gestão pública. Nós recebemos realmente a secretaria em uma situação crítica. Polícia Federal lá dentro. Ministério Público, denúncias de corrupção, de valores vultosos, e foi em cima desse problema onde eu tinha, na porta da rua, eu tinha máfias de corrupção e iam de despachantes, motoristas de táxi, até as informações que me chegaram do núcleo de transações que se davam dentro da própria secretaria. Quando nós chegamos, imediatamente, nós criamos o núcleo de inteligência, instalamos uma corregedoria forte, e fizemos parceria com o Ministério Público do Estado e com o Ministério Público Federal e Estadual, e chamamos para dentro da secretaria todos os órgãos controladores. Segundo caminho, escolhemos gestores que também tinham história com ética para fazer parte da nossa equipe. Recebemos do governador um fardo, mas com uma total liberdade de formar uma equipe técnica gerencial com perfil para gerenciar uma secretaria complexa como é essa. Onde está o ‘x’ da questão? Não posso garantir para o senhor que a corrupção acabou. Agora, eu posso lhe garantir que hoje existe no Estado uma situação completamente diferente. Não se associa mais a Sema à corrupção. Não sou eu que estou dizendo. Quem está dizedo isso são os formadores de opinião da terra, que vão desde a Federação da Indústria, da Agricultura, até os trabalhadores rurais, que tem se reunido conosco. Nós pegamos aquelas áreas que eram críticas, como por exemplo o Sistema de Controle de Papéis de Madeira – o senhor sabe que é tipo uma conta bancária – que era onde existia maior problema, esquentamento de madeira e mandamos fazer uma auditoria no sistema, colocamos uma pessoa de nossa confiança e acima dele dois outros gestores, além do coordenador. Então hoje, esse processo todo, antes de chegar a mim, passa por quatro instâncias, inclusive, a instância jurídica. Agora, se tem corrupção, me diga. Porque assim como eu tirei alguns, eu vou continuar tirando os outros.

A secretária está removendo esses funcionários?

Já removeu! Só se tiver um fato novo.

Quantos funcionários já foram removidos?

Só de uma primeira leva, nós tiramos mais de 90. Eu tirei por conta de um histórico que tinha indícios de problemas e outros que a Polícia Federal e o Ministério Público mandaram afastar. Coisa que, aliás, a gente continua trabalhando com eles. Já estou recebendo relatórios da Polícia Federal, da ação que foi feita em 2010 e a gente já está encaminhando para a corregedoria para abrir os processos, tudo que eles recomendam

Além dessas ações no sentido de remover essas pessoas, o que mais está sendo feito?

O problema era basicamente de gestão, era uma Secretaria paralela aonde saía da porta da rua direto para o gabinete. Agora, o que me causa estranheza é que essas cosias que foram já apuradas, não acontece nada.

Como assim?

Não acontece nada! Eu ainda não vi nada nos jornais de que as pessoas que ocupavam cargos na época tivessem sido punidos ou pelo menos chamados. Agora, associado a isso, o que nós estamos fazendo? Nós estamos avançando na descentralização com os municípios, nós estamos revendo procedimentos burocratizantes, nós estamos colocando na web as informações que dão transparência à gestão. Todos os mecanismos que a própria lei nos assegura e a própria transparência que o governador colocou como diretriz de seu governo e que a lei já exigia, nós estamos colocando em prática. Nós também temos mecanismos de gestão que brinda os gestores que são éticos, que são comprometidos com o trabalho. O problema é que tinham duas secretarias. E isso que eu estou lhe dizendo quem me disse foi a Polícia Federal.

E com relação às carvoarias que continuam fazendo esquentamento de carvão?

Eu não tenho conhecimento hoje (de carvoarias que esquentam carvão). Nós criamos uma parceria no sentido de escalar uma câmara técnica, com os sindicatos, com os governos, para eles identificarem a cadeia produtiva do carvão. E estamos trabalhando pesado na fiscalização, para implodir essa clandestinidade. Como fazer isso? A fiscalização hoje ela não é pulverizada. Ela é seletiva. Por exemplo, tem uma volumetria grande de projetos que foram aprovados. Aí a gente vai lá e vê a condição de regularidade. Para o senhor ter uma ideia, foram aprovados tantos projetos no ano passado que ninguém me pressiona ainda este ano por novos projetos, novas aprovações. A situação é muito diferente da que eu encontrei.

Em seis meses já deu para mudar tanta coisa?

Pois é. Nós já saímos da página policial! Quando eu assumi era página inteira de jornal denunciando.

Bem, mas nas últimas semanas aconteceram essas mortes todas…

Mas uma coisa é a morte que se dá por um problema de segurança pública, que é um problema do Estado, tanto no âmbito estadual, federal e municipal. Eu estou conversando com o senhor sobre gestão ambiental na Sema. Eu não posso ser responsável pela morte que tem no campo.

Concordo. Mas nesse caso nós temos ambientalistas sendo mortos.

Veja bem, eu não estou divergindo nem discutindo com o senhor. Até porque eu, quando vim para a Secretaria de Meio Ambiente, não vim por acaso. Eu vim também pela sensibilidade que eu tenho com a questão ambiental. Então eu não posso compactuar, nem achar que está certo. Agora, o que o Estado não pode é se precipitar com relação ás ações que estão acontecendo no campo. A morte dos ambientalistas o governador mandou apurar de imediato, para punir os responsáveis. Que incomoda tanto o governador, quanto a mim, quanto a toda sociedade, de dentro e de fora do Estado. É tema de indignação.

Agora, o Casara acusa o Estado de ter responsabilidade direta na morte desses ambientalistas. Ele diz assim: ‘Pela omissão e pela corrupção’.

Eu não posso responder nem por um nem por outro. Primeiro porque eu não sou omissa e nem acho que o governo seja. Segundo porque eu não sou corrupta, nem acho que na cena se estimule a corrupção.

Ele diz assim ainda: “Do governo do Pará, dos servidores que estão se vendendo para o crime organizado.”

Isso já sai da minha dimensão, não é isso? isso é um problema maior de crime organizado que não está localizado na Amazônia e no Pará. Isso é um problema que, infelizmente, em cada área do Brasil, ele tem por trás uma atividade econômica que sustenta esse caos que ninguém consegue dar conta. Isso eu concordo com o senhor. E aí só uma ação integrada de governo federal, estadual e municipal, e a sociedade. Que os conselhos que atuam nos municípios denunciem o que tiver de errado na área municipal. Porque no gabinete você não administra um Estado do tamanho do nosso, com toda dificuldade de acessibilidade. Nós estamos fazendo políticas públicas descentralizando a gestão ambiental para os municípios, estudando como dar condições de legalidade ambiental para o ribeirinho.

O Casara diz no estudo que se acabar com a ilegalidade, as empresas quebram. Além disso, ele denuncia que muitas empresas usam a própria condição legal para acobertar ilegalidades. Como se resolve a questão da ilegalidade das empresas?

Para a Secretaria não existe empresa clandestina porque a gente não trabalha na clandestinidade. Como eu lhe disse, a gente está indo buscar na ponta (no município onde o problema acontece) para acabar com esse problema. O segundo aspecto, que é a questão do esquentamento da madeira, nós estamos fazendo um rigoroso controle no sistema chamado Sisflora comparando as operações interestaduais e as operações estaduais. Hoje eu tenho o controle disso. Não estou lhe dizendo que algo não possa fugir ao meu controle, porque eu sou humana. Mas não existe ambiente para que isso floresça na Sema.

Voltando à questão, de que essas empresas quebrariam…

Eu não posso lhe dizer isso, eu precisaria ter um estudo econômico. Eu sei que algumas estão até paralisadas em função do preço do minério no mercado internacional… Agora, sei que eles estão sentados conosco para discutir a proposta de política, para assinar o Termo de Ajuste de Conduta, e nesse termo ele vai identificar a cadeia produtiva dele, e nós vamos fiscalizar para ver se aquilo que ele está se comprometendo ele vai fazer.

Aí que eu queria chegar: como trazer as empresas para a legalidade?

Só tem um jeito. É cobrando dos que compram que eles digam para o Estado de quem eles compram, que é o que eu chamo de cadeia produtiva. Exigir deles, que eles só vão ter o licenciamento da atividade se eles disserem de quem eles compram e de onde eles compram.

Eu achei curioso o que o secretário de Comunicação Social, Ney Messias, me disse, que o relatório do Observatório Social não tem nenhuma novidade.

Do que eu tive de síntese, deste que vem por aí, eu não li nada diferente do que eu li no anterior. Agora, eu não tive acesso ao conteúdo.

Mas o problema não seria justamente o fato de não ter novidade?

Eu não diria que não tem novidade. Quando eu tiver acesso ao conteúdo do relatório eu posso fazer uma comparação entre o primeiro momento de como eu encontrei e de como está agora. Agora, em seis meses você coibe muita coisa, você acaba com muita coisa. Mas um processo que perpassa décadas… Você tem que resolver uma questão fundiária, que é crítica na Amazônia e no Pará, você tem que resolver uma questão dos assentamentos, que hoje nem o Incra consegue garantir a legalidade dos assentamentos, você não consegue fazer uma política para o ribeirinho, porque ele não consegue ter autorização da GRPU (Gerência Regional do Patrimônio da União) e fica na mão do atravessador. É isso que a gente está tentando coibir. Mas está avançando, avançando bem, em todas as instâncias que dizem respeito ao meio ambiente, já estivemos com a ministra em uma longa audiência, o presidente do Ibama… Todo mundo que tem interface a gente está buscando contato em Brasília, aqui, para baixo, tentando parceria com os município, conscientizando da importância da prioridade do programa Municípios Verde

Gostaria que a senhora comentasse a declaração do Casara de que o Estado do Pará trabalha para as emrpesas que destroem o meio ambiente.

Isso não existe. O Estado do Pará é o Estado que mais sofreu pelo processo de ocupação que se teve a partir dos anos 60. Do capitalismo que precisava avançar, e a partir do rodoviarismo chegar aqui, abrir estradas. e com outra diferença, fundamental, a partir de 1996, com a Lei Kandir, desonerou todos os produtos primários de exportação. O Estado deixou de receber o imposto, o ICMS, e além do mais teve que arrumar o crédito, que é o outro lado do imposto. Só por conta disso, veja quanto o Estado perdeu. Essas empresas que o senhor está citando, por exemplo, foram empresas que nós brigamos no Estado para pagar o ICMS. O Estado não beneficiou. O Estado, como outros Estados brasileiros, participa dessa infâmia dessa guerra fiscal, que o governador tem sido porta voz da mudança dos critérios, foi no primeiro governo, está sendo agora. Essa é uma questão. Como você vai exigir de um Estado que não avance em uma área que é a base econômica desse Estado? É madeira, é minério, é extrativismo.

Acho até que seria mais no sentido de que há tanta corrupção no governo que o Casara fala…

Que há não, que havia! Porque se você souber que há, você até me denuncia, que eu vou em cima e resolvo.

Um Raio-X da destruição do Meio Ambiente no Pólo Carajás no Pará e os atores envolvidos: Siderúrgicas, Carvoarias, Empresas, e políticos corruptos

‘Governo do Pará trabalha a favor de empresas que destroem o meio ambiente’, diz jornalista.




Carvoarias do polo de Carajas são marcadas por trabalho escravo e crimes ambientais. Foto: Sergio Vignes/Divulgação


Jair Stangler, do estadão.com.br

“O governo do Estado do Pará trabalha a favor das empresas que destroem o meio ambiente. Eu não tenho nenhuma dúvida em afirmar isso.” A denúncia é do jornalista freelancer Marques Casara, que coordenou o estudo ‘O aço da devastação’, financiado pelo Instituto Observatório Social, uma instituição financiada pela CUT e pelas centrais sindicais FNV, da Holanda e DGB, da Alemanha. Segundo explicou Casara, suas decisões são tomadas com a participação de outras organizações – como o Dieese e a Unitrabalho. Disse ainda que foram gastos R$ 60 mil, incluindo pessoal e gráfica e que o estudo terá uma tiragem de 10 mil exemplares. O lançamento será na próxima quarta-feira, 22, às 9h, na rua São Bento, 413, em São Paulo.

Para realizar a pesquisa, Casara fez três viagens ao polo siderúrgico de Carajás, no Pará, totalizando 30 dias na região. A região ganhou as páginas dos jornais após o assassinato dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, no dia 24 de maio, em Nova Ipixuna.

Casara esteve em Nova Ipixuna em março, antes da morte dos ambientalistas. Diz que não chegou a conversar com Zé Cláudio, mas admite que as palestras do ambientalista que estão disponíveis na internet o inspiraram a ir para a região.

O trabalho de 2011 dá continuidade a outro, realizado sete anos antes. “A coisa toda começou em 2004, quando eu fiz o primeiro trabalho lá para o Observatório, que é tentar estudar um pouco a cadeia produtiva do carvão, ou seja da onde vem o carvão e para onde vai o carvão”, conta.

Segundo ele, em 2004 a pesquisa conseguiu provas documentais que mostravam que as siderúrgicas de ferro-gusa (insumo produzido a partir da mistura de carvão vegetal e ferro, fundamental para a fabricação do aço) estavam usando carvão do trabalho escravo – contaminando toda a cadeia produtiva do aço. De acordo com Casara, 90% do aço que é produzido ali é exportado para os Estados Unidos, para empresas como a Nucor Corporation e para a National Material Trading (NMT).

Após esse primeiro trabalho, explica ele, houve uma grande mobilização de organizações da sociedade civil e de entidades de classe. “Foi assinada em Brasília, com a participação da Fiesp, do Instituto Ethos, do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Observatório Social e das empresas, das siderúrgicas, a carta compromisso pelo fim do trabalho escravo no setor do aço. As empresas iniciaram naquela época uma série de atividades para controlar o trabalho escravo nas carvoarias. Elas criaram o Instituto Carvão Cidadão (ICC) que passou a auditar as carvoarias que fornecem para as siderúrgicas. Então o ICC visita as carvoarias e verifica se os trabalhadores estão registrados, se eles têm água potável, se eles têm as condições mínimas de direitos como pessoas, se têm seus direitos fundamentais respeitados”, explica.

Agora, a convite do Observatório Social, Casara voltou à região para ver como estão as coisas na região. Em entrevista ao portal Estadão.com.br, ele descreve um cenário de violência e crimes no polo de Carajás. Faz duras críticas às empresas e às instituições governamentais – principalmente ao Estado do Pará. Casara descreve a Secretaria de Meio Ambiente do Pará como um lugar totalmente tomado pela corrupção.

A reportagem do Estadão.com.br conversou também com a secretária de Meio Ambiente do Pará, Teresa Cativo, que negou que o Estado trabalhe em favor destas empresas. “Isso não existe”, rebateu ela. Teresa, que assumiu a pasta no início de 2011, informou também ter afastado 90 funcionários desde que assumiu o posto. “Em apenas seis meses dá para fazer muita coisa”, conta. Leia abaixo a entrevista com Marques Casara e leia aqui a entrevista com Teresa Cativo.

Vocês fizeram um primeiro estudo em 2004. Como começou esse trabalho?

A coisa toda começou em 2004, quando eu fiz o primeiro trabalho lá para o Observatório, que é tentar estudar um pouco a cadeia produtiva do carvão, ou seja da onde vem o carvão e para onde vai o carvão. A gente conseguiu algumas provas documentais que mostravam que as siderúrgicas de ferro-gusa instaladas na Amazônia, no Polo de Carajás, estavam usando carvão do trabalho escravo. Trabalho escravo era o quê? Eram carvoarias onde os trabalhadores trocavam mão de obra por, no máximo, um prato de comida. A gente fez esse trabalho, ele teve uma repercussão enorme, principalmente no exterior, porque 90% do aço que é produzido ali é exportado para os Estados Unidos, para a Nucor Corporation e para a National Material Trading (NMT).

Eles continuam sendo os principais compradores?

Continuam. Naquela época houve uma grande mobilização de organizações da sociedade civil e de entidades de classe. E aí foi assinado em Brasília, com a participação da Fiesp, do Instituto Ethos, do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Observatório Social e das siderúrgicas envolvidas, a carta compromisso pelo fim do trabalho escravo no setor do aço. As empresas iniciaram naquela época uma série de atividades para controlar o trabalho escravo nas carvoarias. Criaram o Instituto Carvão Cidadão (ICC) que passou a auditar as carvoarias que fornecem para as siderúrgicas. Então o ICC visita as carvoarias e verifica se os trabalhadores estão registrados, se têm água potável, se eles têm as condições mínimas de direitos como pessoas, se têm seus direitos fundamentais respeitados. Isso foi feito de 2004 até agora. O que aconteceu esse ano? Eu tinha algumas apurações que eu vinha fazendo desde o ano passado e a gente foi checar de fato se a produção de carvão estava sendo de forma sustentável. E aí nós chegamos à seguinte situação: as carvoarias auditadas pelas empresas estão sendo usadas como fachada para esquentar carvão do desmatamento e do trabalho escravo. Em resumo: as siderúrgicas resolveram o problema das carvoarias que são auditadas. Só que essas carvoarias produzem muito mais do que a sua própria capacidade. Elas produzem o que elas conseguem produzir e elas vendem o que as outras, ilegais, produzem. Quando digo ilegal eu digo o seguinte: madeira roubada de terra indígena, madeira retirada ilegalmente de área de preservação ecológica e muitas vezes produzida com trabalho escravo. Entra, contamina a cadeia produtiva do aço, ou seja, o problema, apesar dos esforços realizados até aqui, ele permanece. A gente está numa situação em que os recursos naturais da Amazônia estão quase que privatizados. E extraídos de forma predatória por um pequeno grupo de empresas. Quem se beneficia com isso? Empresários locais, políticos e muitos servidores do Estado do Pará que estão sendo comprados pelos esquemas de lavagem de carvão.

Seriam então três os principais crimes…

A gente tem o trabalho escravo, devastação ilegal e corrupção. Corrupção ativa e passiva. E aí você tem pequenas carvoarias que estão sendo usadas como fachadas para esquentar carvão, e você tem uma quadrilha que opera nos porões da secretária de Meio Ambiente do Estado do Pará. E essa quadrilha foi muito fortalecida ao longo dos últimos anos. No governo do PT, ela cresceu muito no governo da Ana Júlia. E ela permanece no governo hoje do PSDB. Ela transcende agremiações políticas. Ela sobrevive a partidos, a governos, a gestões.

O senhor poderia dar nomes ou funções?

Existem dezenas de funcionários envolvidos na corrupção. Não existe um ou outro. São dezenas. Funcionário que, por exemplo, ganha mil reais por mês e tem um carro de R$ 120 mil. Salvo exceções, o chefe do esquema é o secretário do Meio Ambiente.

Na sua pesquisa você conta que falou com o ex-secretário, o Walmir Ortega (secretário de Meio Ambiente do Pará entre 2007 e 2009, no governo de Ana Júlia (PT))…

O Ortega foi colocado lá para tentar moralizar o negócio. Só que ele mesmo falou que não segurou a onda. Ele não conseguiu. Ele afastou mais de 200 funcionários da Secretaria de Meio Ambiente. Mesmo assim ele não conseguiu resolver o problema.

Quem são esses funcionários?

São fiscais, são burocratas que trabalham internamente. São profissionais que trabalham com a parte de informática, porque eles conseguem jogar no sistema créditos de carvão de madeira, créditos legais, virtuais, são autorizações virtuais. Você consegue ter um lote de madeira virtualmente legal. Só que você preenche uma autorização de desmate com madeira ilegal. Existem caixas e caixas de documentos em poder do Ibama e da Polícia Federal e também nossa que mostra como operam esses esquemas. Eles estão fartamente documentados.

Você disse que o chefe é o secretário de Meio Ambiente. Hoje também?

Hoje eu não sei. Porque é nova a a secretária de Meio Ambiente que está lá. A gestão dela não tem nem seis meses.

O gestor que encerrou no final do ano passado era chefe?Ele, no mínimo, conhecia o esquema. O governo do Estado do Pará trabalha a favor das empresas que destróem o Meio Ambiente. Eu não tenho nenhuma dúvida em afirmar isso. É uma questão de Estado. Ela transcende o governo. É uma ação de Estado para proteger a devastação ambiental, a privatização dos recursos naturais. Então é um crime contra a humanidade o que está acontecendo lá.

É possível dizer que o principal responsável é o governo do Estado do Pará?

O governo e as empresas. O governo tem uma atitude passiva. Ele é o passivo da história. E as empresas aplicam a corrupção ativa. A siderurgia hoje, no Pará, só funciona porque existe a corrupção e porque existem crimes ambientais não investigados.

Quais são esses crimes ambientais?

Devastação ilegal, roubo de madeira de terra indígena, contaminação do meio ambiente, e aí você tem grilagem de terra e você tem assassinatos. Quer dizer, as pessoas estão sendo assassinadas para que esse esquema continue de pé. O Zé Cláudio, a mulher dele, toda essa turma que foi assassinada lá nas últimas semanas, eles morreram porque denunciavam a devastação ambiental para produzir carvão e para produzir madeira.

É uma infeliz coincidência que o seu estudo saia tão pouco tempo depois da morte do Zé Cláudio e da sua esposa e de todos esses outros assassinatos. Como é isso lá? É um faroeste mesmo?

É faroeste. É uma situação medieval. O que impera lá é a lei da pistola.

Quem são esses assassinos?

São pistoleiros contratados por madeireiras, pelos grupos econômicos que retiram a madeira para fazer carvão e para fazer toras para beneficiamento e para produção de madeira.

Essas mesmas empresas que estão denunciadas no seu trabalho?

As carvoarias. As siderúrgicas financiam esse processo.

O serviço sujo não é com elas….

Elas não sujam a mão de sangue. Elas financiam. As siderúrgicas têm responsabilidade diretas por esses assassinatos. Eu não estou dizendo que eles não têm responsabilidade. Eles são diretamente responsáveis por esses crimes na medida em que financiam as empresas que desmatam e usam trabalho escravo. Isso precisa ficar bem claro. Eu não estou dizendo que eles mandam matar. Eles só financiam quem patrocina os assassinatos.

O Estado do Pará também é responsável por esses assassinatos?

Exato. Pela omissão e pela corrupção. Existe uma responsabilidade direta por esses crimes por parte do Estado. Do governo do Pará, dos servidores que estão se vendendo para o crime organizado. Grandes empresas e o governo do Pará têm responsabilidade por essas mortes.

E o governo federal?

O governo federal também tem responsabilidade na medida em que ele não oferece a logística necessária para os órgãos federais que estão lá, a Polícia Federal e o Ibama. A corrupção no Ibama e na Polícia Federal é infinitamente menor.

Não chega a corromper a estrutura?

No caso do governo do Pará, a estrutura está podre. No caso do Ibama e da Polícia Federal o principal problema é a falta de pessoas e de equipamentos para fazer isso. Quer dizer, se você visitar o escritório do Ibama em Marabá, eles têm duas ou três equipes de fiscalização. Para uma região enorme. Eles precisariam ter de 15 a 20 equipes de fiscalização.

Quem dá o combate é o governo federal?

O governo federal tem uma responsabilidade e o governo estadual tem outra. O controle eletrônico, de quanta madeira e de quanto carvão é movimentado é feito pelo órgão estadual, pela Secretaria de Meio Ambiente. O poder de manipular eletronicamente os dados está nas mãos do governo do Estado. O governo federal, através do Ibama, concede autorizações mediante as próprias autorizações já concedidas pelo governo do Estado. Ele fiscaliza. Ele fiscaliza os planos de manejo, ele fiscaliza as rodovias para ver se o caminhão que está transportando carvão está com toda a documentação necessária. Deveria ser uma atividade compartilhada. Só que essa atividade tem falhas porque, primeiro, o órgão estadual é completamente corrupto e, segundo, o órgão federal não tem recursos humanos e financeiros suficientes para desenvolver essa atividade. A Polícia Federal acaba atuando mais com a investigação dos crimes a partir do momento em que ele acontece. Não existe uma ação preventiva. Quer dizer, a Polícia Federal entra quando a coisa já esta feita ou dá suporte quando necessário para a fiscalização do Ministério Público Federal, do Ibama, do Ministério Público do Trabalho.

Que tipo de abusos existem na questão do trabalho escravo?

Existem vários conceitos do que é o trabalho escravo hoje. Um deles é a escravidão por dívida. Ou seja, você é contratado para trabalhar num lugar e para chegar lá eles te cobram o transporte, eles te cobram o equipamento de proteção – capacete, luva, bota – que eles deveriam te dar. E você trabalha, trabalha, trabalha e você está sempre devendo na caderneta do chefe da carvoaria. Isso chama-se escravidão por dívida. O outro tipo de escravidão é aquela em que o seu direito de ir e vir está cerceado, em que você é proibido de se movimentar. Essa acontece com muito menos intensidade no caso do carvão. No caso do carvão o que acontece mais hoje é a escravidão por dívida e onde você não tem nenhum dos seus direitos fundamentais preservados. Não tem nem água potável. Mas você precisa daquele trabalho, se você não trabalhar naquelas condições, você morre de fome. Isso caracteriza a escravidão moderna. Você trabalha para comer. Você trabalha por um prato por comida. Você tem a liberdade de pegar suas malas, pegar sua trouxinha e ir embora. Mas você vai para onde? Você vai para outra carvoaria do lado, fazer a mesma coisa. É um sistema econômico extremamente perverso, que não respeita os direitos humanos, não respeita os direitos trabalhistas e as pessoas vivem num regime de opressão brutal por conta disso.

Quanto do aço consumido no País vem dessa região?

30% do ferro-gusa é produzido lá. Por que o ferro-gusa de lá é tão bom? Porque ele usa carvão vegetal, que tem baixíssimo teor de impurezas, enxofre, essas coisas. Quando você tem um gusa com baixa impureza, você consegue tirar os aços especiais, que é o aço para a indústria aero-espacial, para a indústria automobilística, para usar em computadores, celulares, é um aço muito puro. Mas para isso você precisa de carvão vegetal. Por isso que aquele carvão é tão importante na cadeia produtiva. 30% da produção nacional de ferro-gusa está lá no pólo da Amazônia. O restante está em Minas Gerais, tem alguma coisa no Mato Grosso, na Bahia, no Espírito Santo… Eu não sei quanto, hoje, isso representa em termos de contaminação pela devastação, mas até agosto a gente vai divulgar um estudo que vai pegar os três biomas. Pantanal, Cerrado e Amazônia. A gente vai fazer um cruzamento das informações desses três biomas para saber quanto o setor siderúrgico contribui para a devastação ambiental no País. A indústria siderúrgica no Brasil é controlada por oito grandes corporações. Essas que a gente está falando elas são links dessas oito grandes corporações. Elas abastecem a indústria global do aço. Mas é um recorte. Precisa estudar todos os biomas. Nós estamos fazendo isso. A parte de campo já está pronta.

É possível que em outros biomas tenha problemas similares?

É possível não: com certeza. No pantanal tem problema de devastação para fazer carvão, tem problema de contrabando de carvão do Paraguai para alimentar as siderúrgicas de Minas Gerais e tem a devastação do Cerrado para alimentar as siderúrgicas de Minas Gerais. Então você tem três dos mais importantes biomas nacionais, Cerrado, Pantanal e Amazônia,sendo devastados para produzir aço.

Com trabalho escravo nos três?

Com trabalho escravo e devastação ambiental. O trabalho escravo está mais presente no Pará. O Pará é o Estado que mais tem trabalho escravo hoje em atividade.

Quanto tempo você esteve lá para fazer esse trabalho?

Eu fiz três viagens para a região, totalizando mais de 30 dias de trabalho. Foi em etapas. Eu ia, coletava os dados, fazia copilação, cruzava com os dados que a gente tinha, e depois voltava. Na região do pólo dos Carajas, que é entre Marabá, no Pará, e Imperatriz, no Maranhão. E aí, entrando ali na região de Nova Ipixuna, lá onde mataram o Zé Cláudio, lá foi o primeiro lugar que eu visitei. Porque lá tem uma grande quantidade de carvoarias clandestinas fornecendo carvão para as siderúrgicas.

Chegou a travar contato com o Zé Cláudio?

Não conversei com ele. Na época que eu estive lá, eu não procurei ele, porque eu tinha já uma pauta definida. Tinha já os endereços onde eu ia, as carvoarias onde eu ia. Muito da minha motivação para eu ir até lá foi de ter ouvido o Zé Cláudio falando que lá era uma região muito complicada. Tem algumas palestras dele, inclusive disponível na internet. Então a partir dessas palestras eu pensei: ‘ali é um lugar que eu preciso ir de todo jeito’.

Como você vê a chegada da Vale à região?

A Vale tem uma história de responsabilidade social e empresarial que deve ser levada em conta. Ela tem um poder enorme de influência sobre o governo, sobre outras empresas e tal. A Vale assinou em 2008 um acordo com o Ministério Público que não iria mais fornecer minério de ferro para as emresas ligadas ao desmatamento. Com essa pesquisa eu conversei com a Vale e a Vale me disse que vai apurar. Eu acho bacana a Vale apurar e ela se colocar diante disso. Ou seja, como ela vê essa questão, e como é que ela vai se posicionar depois do lançamento da pesquisa. Porque ela disse “a gente não tem dados suficientes, a pesquisa ainda não foi lançada, mas de imediato eu posso garantir que nós vamos apurar”. É o que eu espero, que a Vale tome a postura correta, pelo tamanho que ela tem, pela influência nacional e internacional.

Aquela é uma região que tem tido um boom populacional. Isso piora a situação?

Não sei se piora. Precisaria fazer um estudo. Se elas forem para lá e tiverem um emprego qualificado, trabalhando para uma indústria responsável do ponto de vista socio-ambiental, eu acho que é ótimo. Quanto mais gente melhor. A mesma coisa acontece lá em Altamira. Altamira é uma cidadezinha linda de morrer. E que agora vai ficar oito vezes maior por causa de Belo Monte. Que impacto isso vai causar? Vai ter um impacto enorme. A cidade não vai mais ser a mesma. As pessoas lá dormem de porta aberta. Vai chegar lá pesado o tráfico de drogas, a exploração sexual infantil, que isso sempre chega com as grandes obras se você não tem uma ação social paralela. No polo de Carajár, o que falta ali é formação, as pessoas não tem formação. Elas não estão preparadas para o mercado de trabalho não predatório. Elas foram criadas para devastar a floresta. Claro, tem os grupos que vivem e interagem, são aquelas comunidades mais tradicionais, que aprenderam a conviver com a natureza, como as populações indígenas e as comunidades extrativistas. Agora, os caras que estão chegando lá, do Maranhão, que desce lá pra Marabá e tal, eles sabem operar motosserra, derrubar árvore, plantar área para pasto. E eles ganham uma merreca quando ganham alguma coisa.

A legalidade quebraria as siderúrgicas?

Se hoje você parar de usar madeira do desmatamento e do trabalho escravo, o setor siderúrgico entra em colapso. Da região da Amazônia. O desafio é brutal. Como produzir aço sem destruir o planeta? É possível? É totalmente possível.

Como se faz isso?

No caso do carvão você tem que usar a floresta plantada. Tem que plantar eucalipto para fazer carvão. Por que isso não acontece se é tão simples assim? Porque o preço do carvão de eucalipto plantado é dez vezes mais caro que o da Mata Nativa retirado ilegalmente.

Mas é o mesmo carvão que gera um aço de melhor qualidade?

Exatamente. Continua sendo o carvão vegetal. O eucalipto demora mais para crescer e é mais caro. O valor da natureza não está sendo levado em conta. A árvore já está lá prontinha para ser abatida. Então você paga um cara para abater a árvore e você gasta uma merreca e você tem o carvão rapidamente, um carvão de ótima qualidade. Já faz logo um pasto, já bota um gado. As empresas precisam levar em conta o valor da natureza. A natureza não é das empresas. A natureza é da humanidade, é da população, é do povo. Não pode privatizar os recursos naturais desse jeito predatório. Não tem pé nem cabeça, é uma coisa medieval, uma coisa de príncipes encastelados com seu vassalos lá no vale plantando para eles viverem.

E o financiamento público de empresas, que você cita no estudo?

O MPF está acusando o BNDES e o BB de emprestarem dinheiro para as empresas que estão devastando a floresta, usando trabalho escravo na cadeia produtiva. É um exemplo do Estado cúmplice do processo predatório. No meu entender não pode. O Estado e as empresas públicas, e os bancos públicos eles não podem financiar a devastação ambiental, é absolutamente inaceitável você ter o BB e o BNDES financiando trabalho escravo. Não pode acontecer, de forma alguma. Precisa mudar, precisa ficar mais atento. E precisa aprovar a PEC do trabalho escravo.

E o que é possível fazer no caso do Pará? Vem de vários governos, passou pelo Jatene, Ana Júlia, voltou para o Jatene…

É muito poder, é muita grana. Eles controlam, eles dominam a região. Eles mandam e desmandam. E aí você tem desde a influência econômica dos altos escalões, a compra, a corrupção e na linha de frente, na linha mais baixa, você tem a pistolagem. Ou seja, ou você se enquadra ou nós vamos passar fogo mesmo. É tudo o mesmo esquema, é tudo o mesmo negócio. Seja a alta corrupção, o crime do colarinho branco, ou a pistolagem, é tudo para beneficiar os esquemas de devastação ambiental.

O principal negócio a se beneficiar disso tudo é o aço?

No caso do carvão é o aço. Agora, você tem a madeira, por exemplo, e aí você tem a indústria da construção civil. E aí você tem as grandes incorporações imobiliárias. A cidade de São Paulo está calçada na devastação da Amazônia. Esses prédios novos que estão sendo erguidos é com madeira ilegal. 60% da madeira usada na construção civil aqui em São Paulo é madeira do desmatamento ilegal.

E usa o mesmo esquema do carvão?

Lavagem. É o mesmo esquema do carvão. O princípio é o mesmo e as quadrilhas são as mesmas. Só que a madeira de melhor qualidade vem para cá, para móveis, pisos e construção civil e o que sobra vai para o carvão. (As madeireiras ilegais) entregam para a madeireira legal e aquela madeireira legal vai distribuindo. Mas para que isso aconteça a madeireira precisa ter o documento dessa madeira. E esse documento é fornecido pelos esquemas de corrupção do governo do Estado. O documento que acompanha essa madeira é forjado. E só é possível isso porque você tem a corrupção do governo do Estado. Carimba a madeira ilegal com uma maquiagem de madeira legal. A pecuária também se beneficia porque você limpa as áreas, são as mesmas quadrilhas também. Que se beneficiam das áreas. E aí a carne também está contaminada. E os frigoríficos usam a madeira para as caldeiras. E não é o povo da Amazônia que se beneficia. São grandes corporações industriais que não valorizam o preço da natureza. Depredando o planeta em nome de interesses mesquinhos.

Como por exemplo as siderúrgicas americanas?As siderúrgicas daqui que financiam as carvoarias e as carvoarias fazem o serviço sujo.

Quem está em cima?Quem está em cima são as grandes tradings de aço globais. E você tem as montadoras. A Nissan, a Toyota… Elas estão envolvidas, estão comprando esse produto. Não é uma acusação que a gente está fazendo, é um alerta. Essas empresas financiam a devastação da Amazônia. À medida que elas compram de siderúrgicas que se beneficiam do trabalho escravo e da devastação, elas financiam uma cadeia produtiva perversa. Se elas levassem em conta seus próprios estatutos, não poderiam comprar. Elas têm responsabilidade, elas não têm culpa. O que o estudo está fazendo é responsabilizar as grandes tradings de aço e as grandes montadoras por comprarem o aço feito com carvão ilegal.

Essas empresas tem responsabilidade e culpa quem tem?O governo do Estado do Pará e as siderúrgicas do pólo de Carajás. Essas têm culpa criminal.

Quem são os políticos que se beneficiam?

Uma das quadrilhas é liderada pelo vice-prefeito de Anapu, Laudelino Délio Fernandes Neto. Ele está envolvido na morte da irmã Dorothy Stang, e é um dos chefes da quadrilha. Desviou no ano passado um milhão de m³ de carvão. Usou 33 empresas de fachada para abastecer as siderúrgicas com carvão do desmatamento. Aí você vai ver as associações. Quem é o Délio? O Délio é o principal sócio do Jader Barbalho na máfia da Sudam, naquele mega-desvio de R$ 270 milhões, em uma investigação que está engavetada porque envolve gente muito poderosa. Então o alto escalão da política paraense está envolvido.

O que você acha do novo Código Florestal?

Se for aprovado da forma como está, vai ser uma brutal contribuição para os crimes ambientais que acontecem na região.

A anistia é para essa gente?

É para essa gente. O governo federal vai perder o poder que tem hoje de fiscalização. As atribuições do Estado vão aumentar. O poder de corrupção vai aumentar. O poder público estadual está totalmente corrompido, os caras vão deitar e rolar. E com a anistia então… Tem carvoaria com mais de R$ 400 milhões em multa.

Se for aplicar isso aí, quebra.

Quebra. Mas ela não pode funcionar. Não tem condições de continuar funcionando. Totalmente ilegal. Figueiredo Magalhães, por exemplo, fornece para a Tramontina. Essa empresa tem quase R$ 400 milhões em multa e ela já foi embargada várias vezes e continua operando. Por que continua operando? Porque tem costas quentes na política local. Financia campanha, elege prefeitos.

sábado, 18 de junho de 2011

A SAUDAÇÃO DOS INICIADOS ESPIRITUAIS (Quando o Grande Amor Fala ao Coração)





Amigo, escuta a canção em teu coração...
O universo inteiro está em ti, e as estrelas cantam contigo.
Lá, onde retumba o eco dos grandes ensinamentos… E a voz dos mestres é só
silêncio, é onde está a tua sintonia.
O Grande Arquiteto Do Universo opera sutilmente em ti, para o teu bem; e só
Ele conhece o teu coração.
Amigo, levanta o teu olhar para o céu… E admira as estrelas, tuas irmãs.
Olha para dentro de ti, e vê a mão do Grande Ancião dos dias sustentando o
teu viver... Porque o mesmo Poder Incomensurável que criou a vida e gerou
bilhões de sóis, também te criou. E Ele é a Luz do teu viver
Então, declara o teu Amor a Ele, na quietude da prece e da meditação.
Diz, com todo teu coração, que tu és filho da Luz e que todo teu Ser vibra
na sintonia dos bons propósitos.
Assevera, para ti mesmo, que a tua senda é a do Bem!
Proclama os Magnos Valores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade em teus
atos e em tuas escolhas.
Trabalha pela Luz e honra a tua jornada!... Para que os teus passos sejam
justos e equânimes, pois o Todo está em ti!
Não duvides disso, e nem te esqueças de quem tu és verdadeiramente.
Reverencia a vida, em todos os planos…
Diz, com todo coração, que o Amor é tudo... Porque, quando tu afirmas isso,
em Espírito e Verdade, as estrelas te escutam. E os espíritos também!
Então, diz, meu irmão, com todo teu coração… Que a tua jornada é a da Luz!
Não duvides: as consciências elevadas velam em silêncio e te conhecem.
E quando olham, elas só veem a verdade que está em teu coração.
E elas também conhecem os que te acompanham.. . E, através de ti, elas operam
sutilmente e vibram por todos.
Não te lamentes: nenhum cadáver conhece a Luz. E tumba alguma é capaz de
sepultar a consciência.
Teu porvir será de Luz… Se a tua jornada for verdadeira – com Amor na senda.
O Todo está em tudo! Nunca te esqueças disso.
Os iniciados te saúdam!

Paz e Luz.
- Os Iniciados* -
São Paulo, 25 de Maio de 2011.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ESPIRITUALIDADE (PENSAMENTO DO DIA)



Bom dia, amigos!

Tenham um dia maravilhoso!

Beijos carinhosos repletos de PAZ, AMOR, LUZ e ALEGRIA nos seus corações

Ana Lucia G. Sarcià

Pensamento do dia

"Se vocês deixarem que o seu pensamento se perca noite e dia em futilidades
de todo tipo, não se espantem se na hora de meditar e de se ligar à luz,
encontrarem grandes dificuldades...

Quantos se lamentam: «Ah, como é difícil
concentrar-me em um tema espiritual! Sou constantemente invadido por
pensamentos e sentimentos disparatados que me dispersam». Também existem
casos dramáticos: nesse frente a frente consigo mesmo que é a meditação,
algumas pessoas ficam tão desconcertadas e tomadas pela natureza das
impressões e das correntes que as atravessam, que chegam a acreditar que
elas foram enviadas por outros, mal intencionados, para lhes fazer mal.

Mas atribuir a uma causa externa as perturbações que se sente não resolve nada.
Através da vida que levam, os seres criam, multiplicam e amplificam
pensamentos e sentimentos caóticos dentro de si. No curso normal da
existência, talvez nem percebam isso. É no momento em que, no silêncio,
querem finalmente fazer uma pausa para se ligarem à luz, que se sentem
invadidos por todo tipo de presenças indesejáveis.

Mas não se iludam: foram eles que as atraíram. Então, comecem procurando dentro de si a causa das suas dificuldades, e trabalhem para dominar o seu pensamento: um dia
acabarão triunfando."

Omraam Mikhaël Aïvanhov

QUEREM APAGAR NOSSO PASSADO - CBN


Sarney e Collor antes inimigos mortais agora unidos contra o vazamento de informações do péssimo governo que ambos exerceram como presidentes.


Comentários em três minutos de Arnaldo Jabor sobre o país secreto que Sarney e Collor querem legar aos nossos filhos e netos...

Os dois ex-presidentes são contra que se revelem documentos de suas respectivas gestões como presidentes.

Sarney (PMDB-AP)caiu de para-quedas na presidência do Brasil depois que Tancredo Neves veio a falecer antes de tomar posse, oficialmente morrera de diverticulite, mas a causa mortis ainda é envolta em mistérios, e Sarney era seu vice e então assumiu, e assim foi presidente de 1985-1990.

Seu mandato caracterizou-se por uma grave crise econômica, que evoluiu para um quadro de hiperinflação e moratória. Uma de suas medidas foi a criação do Plano Cruzado, em 1986, que a princípio teve efeito na contenção dos preços e no aumento do poder aquisitivo da população. O plano perdeu sua eficiência com uma grave crise de abastecimento, a cobrança de ágio disseminada entre fornecedores e a volta da inflação. Outros planos posteriores vieram, como o Plano Bresser e o Plano Verão, todos fracassaram.

Fernando Collor de Mello(hoje do PTB/AL) sucedeu Sarney e foi presidente de 1990 até 1992 Seu governo foi marcado pela implementação do Plano Collor e a abertura do mercado nacional às importações e pelo início de um programa nacional de desestatização. Seu Plano, que no início teve uma boa aceitação, acabou por aprofundar a recessão econômica, corroborada pela extinção, em 1990, de mais de 920 mil postos de trabalho e uma inflação na casa dos 1200% ao ano; junto a isso, denúncias de corrupção política envolvendo o tesoureiro de Collor, Paulo César Farias, feitas por Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, culminaram com um processo de impugnação de mandato (Impeachment). O processo, antes de aprovado, fez com que o Presidente renunciasse ao cargo em 2 de outubro de 1992, deixando-o para seu vice Itamar Franco. Collor ficou inelegível durante 8 anos (até 29 de dezembro de 2000).

Além desses fatos públicos e notórios, o que querem esconder?

Políticos que são oligarcas em seus respectivos estados, Maranhão e Alagoas, (respectivamente o 1º e 2º colocado no quesito miséria segundo o IBGE), e em final de carreira querem distorcer os fatos ou ocultá-los para que as gerações porvindouras não saibam o que esses dois coronéis fizeram de tramóias nos seus estados e no próprio governo federal?

Arnaldo Jabor dá sua opinião no Link Abaixo:

Querem apagar nosso passado - CBN

terça-feira, 14 de junho de 2011

Brilhante discurso sobre Reforma Política no Senado do Sen.Álvaro Dias



Para o senador, a reforma política sendo concretizada, as outras reformas necessárias ao país ocorrerão com maior rapidez




Uma das reformas mais importantes, a "matriz de todas as reformas" como bem disse o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), que é a reforma política, vale a pena ser "degustada", no link abaixo,isso mesmo, pois o senador foi tão brilhante em sua fala que você nem sente os minutos passarem.

Eu fiquei embevecido com o discurso, espero que você fique também, pois no Brasil existem políticos íntegros e que querem reformar para permitir, como disse o senador "que pessoas pessoas vocacionadas e talentosas não se afastem da vida pública por causa do retrógrado modelo político vigente", vejam no link:

Discurso sobre Reforma Política no Senado

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amazônia: Plataforma de exportação de commodities

Do site ecodebate

O Ibama acaba de dar a licença para a construção que autoriza o início das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. A obra é emblemática do modelo neodesenvolvimentista. Cientistas, pesquisadores, especialistas, ministério público, Ongs nacionais e internacionais, Igrejas e movimentos sociais têm questionado o projeto que configura-se economicamente perdulário, socialmente desastroso e ambientalmente devastador.

Onde é que estamos errando?, pergunta-se Telma Monteiro. Segundo a ativista ambiental, “a sociedade se esmera e vem a público mostrar as inconsistências dos projetos e seus respectivos objetivos. A comunidade científica transcende o seu papel nas análises e desconstrói os fundamentos do governo e seus técnicos. Os especialistas elaboram relatórios que demonstram claramente que vai haver prejuízo. Movimentos sociais e Ongs se posicionam difundindo as informações produzidas pela academia. Ministério público recorre ao judiciário. Os indígenas por seu lado bradam pela sua autodeterminação e direitos de escolher como querem viver. No entanto, assistimos abismados à continuidade daquilo que abominamos em nome de um desenvolvimento que não está muito bem explicado”, diz ela.

A obra tornou-se uma questão de Estado. “O governo não abre mão de Belo Monte”, avisa o ministro Gilberto Carvalho. O argumento do governo é de que a hidrelétrica é absolutamente indispensável para suprir a crescente demanda por energia. “Sem as hidrelétricas o Brasil pára”, tem sido o discurso do Estado. Não basta, porém Belo Monte, são necessários uma dezenas de outros projetos.

Apenas para a região da Grande Amazônia, o governo tem 19 projetos de usinas hidrelétricas. Para o país, o governo prevê até 2020 24 hidrelétricas. Na região amazônica, entre elas, destaca-se a construção do Complexo Madeira que faz pouco tempo foi notícia com a rebelião de Jirau. Outro megaprojeto que sobressaí na região é do Complexo Tapajós – o projeto prevê a construção de cinco usinas hidrelétricas no mesmo rio.

A Amazônia se tornou prioridade na expansão de fontes energéticas. A suspeição é de que a proliferação de hidrelétricas na região tem como objetivo central privilegiar, sobretudo, grandes empresas consumidoras de energia como Alcoa, Votorantim, Vale, Gerdau e CSN, entre outras. Empresas em sua maioria produtoras de commodities para exportação.

A energia produzida no Amazonas será ainda transportada por milhares de quilometros para abastecer a região sudeste. Os linhões do Madeira, por exemplo, sairão de Rondônia e irão atravessar o país em mais de 2.300 quilômetros para chegar a São Paulo, o que exige enormes investimentos e impactos ambientais. Para facilitar as coisas, há meses o governo trabalha em torno de um decreto federal que vai simplificar o procedimento de licenciamento ambiental para projetos de transmissão.

Não são, porém, apenas as hidrelétricas que pressionam os recursos naturais da região e as populações locais, outras “frentes” econômicas ameaçam o equilíbrio regional e provocam desastres sociais e ambientais. Destacam-se entre outros, a revitalização da rodovia 319 – com uma extensão de 880 km – 98% no estado do Amazonas – que liga Manaus-Porto Velho.

Ambientalistas são contra sua reabertura, que ligaria o arco do desmatamento em Rondônia à Amazônia Central, região onde a floresta ainda é bem preservada e a presença humana é pequena. Segundo Marina Silva, “podemos recuperar os trechos já consolidados da BR 319, mas no trecho não consolidado a recuperação [da estrada] não se justifica, pelo alto impacto ambiental e pela inviabilidade econômica. Serão milhões a serem investidos apenas para as pessoas passearem com seus carros, já que nesses trechos não há atividade produtiva. É melhor subsidiar a passagem de avião”, disse a senadora. A pavimentação, entretanto, nessa que é mais uma polêmica das obras do PAC na Amazônia foi decicida pelo governo Lula e deverá seguir em frente no governo Dilma.

A expansão das monoculturas da soja e da cana-de-açucar e a intensificação da pecuária na Amazonia Legal também pressionam enormente a região. O Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo, de soja e de etanol. O conjunto dessas commodities está arrasando o bioma amazônico. Já faz algum tempo a floresta está virando capim, soja e, agora, ameaçada pela cana-de-açucar.

“O boi devora a Amazônia” estampou em manchete não faz tempo, o jornal francês Libération face ao crescimento galopante da pecuária em detrimento da floresta. Motosserras e tratores pondo abaixo extensas áreas de florestas, toras de todos os tamanhos circulando em caminhões com enorme dificuldade, córregos e nascentes soterradas. No lugar das imponentes árvores, a pecuária e a soja extensiva. Até onde a vista alcança, a floresta vem dando lugar ao pasto.

A intensificação da pecuária é coerente com a concepção desenvolvimentista do governo e têm sido uma doas grandes beneficiárias de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Por detrás do contínuo desmatamento na região está principalmente a pecuária e também a soja. As duas commodities se constituem em grandes vilões do desmatamento. A aprovação da Medida Provisória 458, da qual já nem mais se fala, e a aprovação agora, da reforma do Código Florestal, precisam ser compreendidas nesse contexto, são medidas que flexibilizam a legislação e ambiental e ampliam a potencialidade de exploração. Nos últimas semanas proliferaram as notícias do desmatamento na região por ocasião da expectativa da aprovação do Código Florestal. Alarmado com a situação, o governo chegou a criar um gabinete de crise para enfrentar o problema.

A ameaça da expansão da cana-de-açucar para a Amazônia, por ora, encontra-se bloqueada em função da Lei do Zoneamento Agroecológico da Cana. A lei assinada por Lula, entretanto, proíbe apenas novos empreendimentos nessas regiões. Dessa maneira, as nove usinas que já operam na Amazônia e na área do entorno do Pantanal mato-grossense, têm sua permanência e produção garantidas. A lei não surgiu tanto da vontade de preservação do governo, mas da pressão do mercado internacional, que poderia boicotar o etanol brasileiro. Revelou-se, pois uma tentativa mais de “esverdear” o biocombustível brasileiro, e dar uma resposta aos críticos internacionais e fazer passar uma imagem de um país preocupado com o ambiente. Ou seja, o argumento determinante foi o econômico e não o ambiental.

A agressiva expansão do capital na Amazônia está por detrás da violência crescente que se assiste na região, bem como dos anunciados desastres ambientais. Ao longo dos últimos anos, várias foram as posições e decisões que passaram a pressionar o bioma da Amazônia, muitos referidos aqui: intensificação da pecuária com subsídios do governo; aprovação da MP 452 (afrouxamento das regras de licenciamento ambiental para intervenções de reparo, melhoria e duplicação em rodovias federais); aprovação da MP 458 (favorecendo a grilagem);alteração do Código Florestal; asfaltamento da BR-319; enfraquecimento do Ibama (órgão de fiscalização do meio ambiente); liberação açodada dos transgênicos; entusiasmo com a produção de etanol; postura vacilante em relação a proposta de retalhar a Amazônia Legal; hesitação frente à idéia de expansão da plantação de cana-de-açucar na região amazônica.

A mais grave de todas as decisões, entretanto, é a decisão da construção de hidrelétricas nos rios Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu. Esses projetos são economicamente, socialmente e ambientalmente devastadores e claramente favorecem grandes grupos exportadores de commodities. O Brasil em vez de assumir a vanguarda no processo de descarbonização da economia investe em matrizes energéticas questionáveis. Essas grandes obras implicam em grandes inundações de terras, em significativos deslocamentos de pessoas e em devastação ambiental gigantescas. Essa é também a lógica subjacente aos agrocombustíveis – que pressionam o bioma amazonico – e utilizam grandes extensões de terra, produção em larga escala, avançando sobre terras agricultáveis e voltadas para suprir preferencialmente o mercado externo.

SANEAMENTO BÁSICO: A VERGONHA DO BRASIL

Posto um Vídeo sobre o Instituto Trata Brasil, que fala de tratamento de esgoto e água,ou seja o Saneamento Básico, que mais da metade da população Brasileira não possui, e Belém, nossa Capital, FIGURA ENTRE AS ÚLTIMAS,nesse quesito.Faalrei mais sobre esse assunto neste Blog mais a frente.

allTV - Ciclo Vivo - Chat sobre Saneamento - Parte 1

PALESTRA DE GESTÃO EMPRESARIAL NO CONJOVE

segunda-feira, 6 de junho de 2011

VÍRUS querendo seus dados bancários

Prezados,

Eis aqui um dos inúmeros vírus que recebo via e-mail, que mandam você atualizar dados, clicando em um link, que na verdade é um vírus que captura todos seus dados, e "limpam" sua conta ...Fique de olho!

Recebi este (abaixo) ontem, e um detalhe importante: Nem tenho conta no Banco SANTANDER...mas já recebi e-mails semelhantes de quase todos os Bancos, cuidado!

Provavelmente é um programa robô que é monitorado por algum hacker remotamente,(à distância) que fica só na espreita dos incaltos e/ou distraídos....

Também quem tiver conhecidos que trabalham na área de TI do referido banco por favor sinta-se a vontade para mostrar aqui e denunciar, desde já muito agradecido!

Eis o e-mail-Vírus:

Mensagem sinalizada
Domingo, 5 de Junho de 2011 19:32
Corpo da mensagem

Cliente Real (Santander),

Comunicamos que a partir de 13/06/2011 o acesso ao internet banking está sendo realizado somente pela nova ferramenta e-banking por medidas de segurança, assim necessitando efetuar a atualização para a nova versão (obrigatória).

Informamos que ainda não recebemos a ativação da sua ferrramenta até a data de hoje 05/06/2011.
Caso não sejá efetuada, seu acesso a sua conta será bloqueado (Internet Banking, Caixa Eletrônico e Fone Fácil) por medidas de segurança.

Clique aqui para iniciar o ativação. (Aqui é o Link do vírus)


Dúvidas? Ligue para o SAC Real (SANTANDER), todos os dias, 24h.
O Santander agradece a cooperação.

© 2011 Banco Santander (Brasil) S.A. Todos os direitos reservados.

domingo, 5 de junho de 2011

Brasil: As novas táticas da repressão política

Por Lúcia Rodrigues (www.avozdoporto.com)

Além de utilizar a polícia para perseguir os lutadores sociais, agora, além da violência direta, os poderes do Estado movem processos jurídicos para intimidar os ativistas.

A ditadura militar acabou, mas alguns resquícios desse passado sombrio nunca foram enterrados e teimam em se perpetuar como verdadeiros fantasmas que pairam sobre as cabeças daqueles que resistem e não se curvam diante das imposições dos donos do poder.

A perseguição aos que ousam se levantar contra as injustiças sociais neste país continua regra. E a criminalização da luta dos ativistas do campo e da cidade, uma constante. Apesar das torturas e dos assassinatos não terem deixado de ocorrer, principalmente nos rincões mais afastados deste país e nas periferias das grandes cidades, a repressão inovou em seu modo de agir. Sofisticou o discurso, para transmitir um ar de legalidade às ações.

Se durante os anos de chumbo, o Estado prendia, torturava e assassinava, pura e simplesmente, sem se preocupar com as consequências de seus atos, na democracia formal lança mão de recursos mais refinados para alcançar seus objetivos. Agora, lideranças populares do campo e da cidade são obrigadas a conviver também com o medo da punição legal.

Uma avalanche de processos é impetrada todos os dias contra ativistas populares de norte a sul do país. Em muitos casos, o aparato processual resulta na prisão dessas lideranças. Esse foi o verniz encontrado para revestir e encobrir as verdadeiras intenções da criminalização dos movimentos sociais.

A aversão a qualquer forma de mudança, que faça pender a balança para o lado dos mais pobres, é vista como uma ameaça real e movimenta a força motriz dessa engrenagem que envolve os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, a mídia, o aparato militar e as forças policiais a serviço do poder econômico.