quarta-feira, 29 de junho de 2011

Marajó: Os meninos que ‘fisgam’ barcos vão continuar assim?



Texto do Blog Tijolaço


Dá vergonha que situações como a que se retrata no vídeo acima aconteçam.

Dá vergonha que se precise que a Al Jazeera, lá da Arábia, seja quem nos mostra este drama.

É a história de Jesse, um menino que “agarrava barcos”, como vários outros fazem, no Rio Tajaparu, no Pará, por onde passam cerca de 75% da mercadoria e transporte humano movimentado na rota entre Belém até Macapá.

Ele “fisgava” os barcos, com um gancho e cordas, para subir nas embarcações para vender palmitos, bananas e ingás.

Alguns reais e muito risco.

Embora a matéria, naturalmente, explore o exótico e o trágico, o exótico e o trágico estão lá, nas próprias imagens.

Este é o Brasil “com miséria” que nossas elites não gostam de ver.

Nós também não gostamos de ver, mas isso não se faz fechando os olhos.

O Poder Público tem de agir fortemente sobre esta siatuação. O “Brasil sem miséria” que a presidenta lançou, deve ir buscar estes meninos e meninas, expostos ao perigo das hélices dos barcos e ao risco, maior ainda e quase sempre fatal, da degradação de suas infâncias.

São meninos e meninas valentes: ah, como o são!

Será que não podemos deixá-los ter a chance de “agarrar” outro barco, o da educação, e que isso represente os seis ou sete reais que levam para casa arriscando a vida ao “fisgar” as embarcações que passam, velozes, para vender suas frutas e palmitos?


COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO

Infelizmente a Ilha do Marajó é um lindo arquipélago com potencialidades de gerar emprego e renda em alta escala,tem biodversidade, vários biomas, potencial turístico e uma cultura cabocla rica e única, que é subutilizada.

O abandono,porém,embora visível,começa na omissão criminosa e na incompetência das prefeituras municipais.Prefeituras estas que são, salvo exceções que toda regra tem, propriedades particulares de oligarquias familiares que se alternam no poder, sem acrescentar nada a população, sem promover convênios com o governo federal e nem estadual, muito menos parcerias com a iniciativa privada.Quando os promove, o dinheiro some.

Prefeitos oligarcas e corruptos colocam apaniguados nos cargos de secretarias como as de saúde, esporte, finanças, meio-ambiente..etc sem nenhuma qualificação,o que acarreta na ineficiência generalizada dos serviços públicos.

O Resultado são um analfabetismo funcional que atinge 80% da população, que é estimada em 468 mil habitantes, em 16 Municípios.A População Marajoara só não morre de fome porque a riqueza natural do arquipélago é tão grande que há variedade de peixes, frutas que não deixam a população perecer.

Porém o tráfico de drogas, a prostituição - inclusive infantil, e demais flagelos por que passa os marajoaras, que vivem em perigosa vulnerabilidade social,são desafios constantes.

Existe uma associação, chamada AMAM, (Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó) que poderia contribuir bastante, porém há amigos meus que me asseguram que foi aparelhada pelas mesmas oligarquias que devastam as prefeituras, tornando a mesma em um cabide de empregos, ao invés de ser mais uma indutora de desenvolvimento da região.

O que fazer?

Como este Blog sugere exatamente o debate e as discussões de idéias com o fim de que cheguemos a uma solução, fica aqui o convite para que façamos algo que erradique os sofrimentos de gente humilde e hospitaleira, que não merece tamanha omissão e incompetência.

2 comentários:

  1. Caro Fábio
    Vc exemplificou com exatidão as causas de tanto descaso. Vale lembrar que, a manuntenção da miséria patrocinada pela perniciosidade dos poderosos, condenam este povo à perpetuosidade deste quadro... O debate realmente precisa ser levantado, mas, este debate tem que partir de dentro do problemas, ou seja, dos povos massacrados por décadas de abandono
    Parabéns pelo seu comentário acima
    Grande abraço !

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  2. Parabéns! Fantástico! Um achado!
    Brunella Pianna Veronez @brunellapv

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