segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MULTIDÃO NO ROCK IN RIO 'HOMENAGEA' SARNEY EMBALADOS POR DINHO OURO PRETO



Uma semana após ter o filho, Fernando Sarney, beneficiado por decisão judicial em processo que apura corrupção, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi alvo de críticas no maior evento musical do ano no Brasil, o Rock in Rio. A banda Capital Inicial dedicou a música “Que País É Esse” especialmente a Sarney durante críticas a “oligarquias que parecem ainda governar o Brasil” e a políticos.

“(Oligarquias) que conseguem deixar os grandes jornais brasileiros censurados durante dois anos, como O Estado de S. Paulo, cara. Coisas inacreditáveis”, disse o cantor da banda, Dinho Ouro Preto, ao anunciar a música. “Essa aqui é para o Congresso brasileiro, essa aqui, especial para José Sarney”, nominou o cantor, perante um público estimado em 100 mil pessoas.

Texto do Blog Marrapá

Veja em vídeo:






sábado, 24 de setembro de 2011

REMO É NOTÍCIA NACIONAL POR RELAÇÕES FINANCEIRAS COM RICARDO TEIXEIRA VIA CORONEL NUNES

DEVENDO R$ 400 MIL à CBF, REMO PREPARA HOMENAGEM A RICARDO TEIXEIRA

Por Bruno Bonsanti*


Na contramão das denúncias de corrupção, manifestações populares e protestos de torcidas organizadas, o Remo-PA planeja uma homenagem ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, na segunda partida do Superclássico das Américas, entre a Seleção Brasileira e a Argentina, no estádio Mangueirão, na próxima quarta-feira.

O presidente do clube, Sérgio Cabeça, argumenta que Teixeira sempre ajuda o futebol da região. Isso é verdade. Na gestão de Amaro Klautau, anterior à atual, a CBF emprestou R$ 400 mil ao Remo, que cedeu o dinheiro dos direitos televisivos do Campeonato Paraense como garantia, mas nunca pagou a dívida.

"Ele é uma pessoa que tem, não só pelo Pará, mas pelo futebol do Brasil, feito bastante coisa boa. O Brasil já ganhou títulos com ele à frente da CBF. Vamos fazer uma homenagem a ele por tudo que tem feito pelo esporte na região", explicou Cabeça à reportagem da GE.Net. Teixeira está desde 1989 à frente da entidade. Nesse período, a Seleção ganhou as Copas do Mundo de 1994 e 2002.


Sergio Barzaghi

Desde 1989 na CBF, Ricardo Teixeira está garantido até 2014 por causa da Copa do Mundo do Brasil


Avalista do empréstimo, o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, conta que o pedido foi inicialmente de R$ 1 milhão, mas apenas a primeira parcela foi liberada. A homenagem tem o objetivo de manter o Remo nas boas graças da Confederação. "É para mostrar o lado bom do Clube do Remo. A diretoria atual não tem culpa do que a outra não cumpriu. A CBF ajudou e não cobrou nada, nem juros, não mandou bloquear nada. É na esperança futura de que a CBF continue dando atenção ao Remo", reforçou.





Sérgio Cabeça, atual presidente do Remo, fará homenagem à Ricardo Teixeira no superclássico das Américas, em retribuição a empréstimo de 400 mil feito na gestão do polêmico ex-presidente Amaro Klautau.


Cabeça não se preocupa em ficar queimado com a torcida. Este ano, houve manifestações populares nas ruas de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre contra Teixeira, além de uma revolta coletiva da Confederação Nacional das Torcidas Organizadas na última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Um grupo de insatisfeitos anônimos criou o site FORA Ricardo Teixeira e organizou uma onda de mensagens no Twitter, conseguindo levar frases como "Fora Ricardo Teixeira" aos tópicos mais comentados do mundo. "Estamos em um regime democrático e podemos externar o que pensamos. Eles pensam desta maneira e estão exercendo a democracia", ponderou o dirigente do Remo.

Embora também analise fazer a sua própria homenagem, o presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro, não está tão satisfeito com as boas ações de Teixeira. Ele é mais um a pleitear ajuda financeira junto à CBF e reclama que a entidade com lucro de R$ 83 milhões em 2010 precisaria investir apenas R$ 5 milhões para financiar toda a Série C do Campeonato Brasileiro.




Luis Omar Pinheiro, presidente do Paysandu, questiona o fato de a CBF ter Lucros exorbitantes, e relegar clubes tradicionais que estão na série C e D ao abandono.

"Estamos aqui, no Norte, 'fumados', a pão e água. Gastamos R$ 60 mil para jogar em Rio Branco-AC. Não recebemos nem uma bola. Ninguém ajuda. Com passagens aéreas e hospedagens, a Série C não custa nem R$ 5 milhões e dizem que não têm dinheiro para ajudar. Isso é desumanidade. O futebol forte não pode ser só o das Séries A e B. As Federações e a CBF deveriam olhar com mais carinho para a C", declarou.

O presidente ainda dirigiu as suas críticas aos clubes da primeira divisão, como Corinthians e Flamengo, e ao mandatário do Clube dos 13, Fábio Koff. Além disso, reclamou bastante da imprensa. "Estão matando a gente e os jornalistas também. O segmento esportivo tem culpa da atual situação do Brasil. As grandes emissoras de televisão não dão nem resultado das Séries C e D. Preferem passar o Big Brother caindo de paraquedas em Copacabana a um gol da Série C. Esquecem que tem clubes que estão nessa situação, mas são importantes para a sua região", disparou Omar Pinheiro.
Coronel Nunes não gostou de ser envolvido nas reclamações do seu colega, pois garante que a Federação faz de tudo para ajudar seus filiados. Torcedor do Paysandu, ele não cobra nenhum clube por trabalhos burocráticos, como registro de jogadores. "O cara dizer que é desamparado pela Federação? À p... que o pariu! Deve ter sido força de expressão. Eu não tenho patrocínio de nada, a Federação é pobre. Vou amparar ele em quê?", indagou.

Saiba como Ricardo Teixeira angaria votos para se perpetuar no poder
Os presidentes dos clubes elegem mandatários de Federações locais, que votam no presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desde 1989 no poder, Ricardo Teixeira utiliza diversas práticas para manter seus eleitores felizes e garantir múltiplas reeleições. Veja oito delas:

Empréstimo aos clubes - O Paysandu não foi o único e nem o primeiro a ser ajudado financeiramente pela CBF. Embora negue que haja relação, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, recebeu, em 2010, R$ 8 milhões de adiantamento de futuras cotas de televisão - na mesma época em que mudou de lado na votação para presidente do Clube dos 13 e passou a apoiar Kléber Leite, candidato de Ricardo Teixeira.

Lobby político - Apesar de ter passado por duas Comissões de Inquérito Parlamentar (CPIs) no começo da década, Ricardo Teixeira tem influência em Brasília. O deputado Anthony Garotinho tentou instaurar outra CPI neste ano e conseguiu 117 das 171 assinaturas necessárias. Após uma visita do presidente da CBF à Câmara dos Deputados, a Comissão foi esvaziada e o ex-governador do Rio de Janeiro desistiu. Ele também mantinha uma boa relação com o ex-chefe da República, Luis Inácio Lula da Silva.
Pressão na Rede Globo - Sabedor da influência da Rede Globo, Teixeira mantém uma relação de troca de favores. Em recente entrevista à revista Piauí, ele disse que só ficaria preocupado com as denúncias de corrupção da emissora britânica BBC se elas repercutissem no Jornal Nacional.

Em 2001, durante a CPI da Nike, ele ficou descontente com uma matéria do Globo Repórter e transferiu um clássico entre Brasil e Argentina para as 19h45, impossibilitando a transmissão da emissora carioca. Neste ano, a Globo veiculou uma matéria apontando irregularidades na organização do amistoso contra Portugal, em 2008. Pouco depois, os jogos das 18h30 do Campeonato Brasileiro foram adiantados em meia hora, começando antes do término da rodada da segunda divisão aos sábados. O canal fechado da emissora, o SporTV, costumava transmitir os dois torneios. A mudança de horário também alterou a programação em pay-per-view.

Adiamento de jogos - Como o Campeonato Brasileiro não é paralisado durante datas Fifa para jogos de seleções, alguns clubes acabam prejudicados quando seus jogadores são convocados. Para manter seus aliados contentes, Ricardo Teixeira aprova o adiamento de partidas. O Santos disputaria rodadas da competição deste ano sem Neymar e Paulo Henrique Ganso, por exemplo, e quatro duelos foram postergados: contra América-MG, Fluminense, Grêmio e Botafogo. O clássico com o Corinthians mudou de dia por causa da final da Copa Libertadores da América.

Seleção Brasileira - O sucesso esportivo, como as duas Copas do Mundo conquistadas, em 1994 e 2002, também ajuda o presidente a se manter no poder. Além disso, levar a Seleção Brasileira para jogar em estádios modestos, como em Campo Grande (2009) ou em Gama (2008), agrada às Federações locais.

Represália a opositores - Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, é um de seus rivais. Na eleição do Clube dos 13, o são-paulino apoiou a reeleição de Fábio Koff, contra o candidato de Teixeira, Kléber Leite. No dia seguinte, surgiram as primeiras informações de que o Estádio do Morumbi não abrigaria jogos da Copa do Mundo de 2014. O também presidente do Comitê Organizador Local (COL) confirmou o veto, em junho de 2010, no site da CBF.

Reconhecimento de títulos - Santos, Cruzeiro e Botafogo votaram no candidato da CBF na eleição do Clube dos 13, em 2010. No final daquele ano, foram presenteados com o reconhecimento da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como títulos do Campeonato Brasileiro. Os clubes mineiro e carioca ganharam uma conquista, enquanto o paulista foi de dois troféus para oito. No começo do ano, a entidade resolveu oficializar o Flamengo como campeão de 1987, mas voltou atrás depois devido à decisão judicial.

Inchaço de campeonatos - Como depende dos votos dos presidentes das Federações estaduais para se reeleger, Teixeira atribui poder quando aumenta a importância e o tamanho dos Campeonatos Estaduais. Além disso, infla a Copa do Brasil com clubes menores - prática parecida à do partido da ditadura, a Arena, que cedia lugares no Campeonato Brasileiro a times de regiões onde não tinha muitos votos. O torneio nacional chegou a ter 94 participantes em 1979.


* Bruno Bonsanti, especial para a GE.Net São Paulo (SP)


Levi Bianco/News Free/Gazeta Press

Cerca de 400 pessoas foram ao vão do Masp, em São Paulo, para protestar. Aconteceu o mesmo em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, inclusive no sorteio do grupo das Eliminatórias da Copa de 2014

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Governador do Pará, Simão Jatene, toma Providências rápidas contra mortes e cobra eficácia de comissão do Senado



"Não temos compromisso com erro e impunidade", afirma Jatene

“Não temos compromisso com o erro e nem com a impunidade”, voltou a afirmar o governador Simão Jatene ao conversar com a imprensa nesta quinta-feira (22), sobre o caso da adolescente de 14 anos que teria sido abusada por detentos dentro da Colônia Agrícola Heleno Fragoso, em Santa Izabel do Pará, Região Metropolitana de Belém. A conversa aconteceu na Estação das Docas, antes do chefe do Executivo se reunir com a Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Simão Jatene mais uma vez lamentou o ocorrido e fez questão de acrescentar que o Estado em nenhum momento se omitiu de sua responsabilidade no episódio. “Desde o momento em que tomamos conhecimento dos fatos começamos a dar uma resposta ao que aconteceu, responsabilizando as pessoas que podem ter contribuído para que isso tenha chegado a esse ponto, exonerando-as dos cargos que ocupavam e pedindo o apoio da Secretaria de Estado de Administração (Sead) e Procuradoria Geral do Estado (PGE) para saber quais tipos de procedimentos precisam ser tomados”, explicou.

Jatene lembrou ainda que, desde o início da atual gestão, o Estado vem dando respostas rápidas. "Prova disso é que já estão presos o mandante e os dois responsáveis pela morte do casal de ambientalistas de Nova Ipixuna. Da mesma forma nossa polícia agiu rapidamente ao desvendar a morte brutal ocorrida em um motel da cidade. E esses são apenas dois casos em que demonstramos que o Estado está alerta", afirmou.

“É importante também que se diga que eu agradeço às pessoas que tornaram o fato público, porque dessa forma, com uma atitude coletiva, a sociedade tende a se tornar cada vez melhor”, reiterou. Sobre a presença da comissão do Senado em Belém, Jatene afirmou que espera que a presença dos representantes leve a algum avanço na melhoria das condições do sistema penal.

“O que a gente vê normalmente é que essas comissões vêm aqui e o que fazem depois que voltam para Brasília? Temos algum aumento de recursos para a saúde ou para a educação ou para a segurança? É preciso que essas comissões saiam daqui com o compromisso de apoiar o governo estadual na missão de melhorar as condições do sistema”, asseverou o governador.

Segundo Simão Jatene, a expectativa do governo estadual é que, ao voltarem para Brasília, os representantes do Senado não deixem esse fato cair no esquecimento e que “a partir daí lutem na República para rediscutir o sistema penal brasileiro, que hoje todos sabemos que está falido. Que eles também lutem pelo financiamento da saúde e por um melhor sistema de educação”

A IMPORTÂNCIA DO MARKETING POLÍTICO NAS ELEIÇÕES (POR CHICO SANTA RITA)






Chico Santa Rita*

Em todo o mundo civilizado não se concebe mais uma campanha eleitoral sem a assessoria de profissionais do Marketing Político.

No Brasil já caminhamos para essa posição, apesar da atividade ainda não ser completamente entendida e utilizada de modo a se tirar dela o melhor proveito. É bem verdade que aqui também padecemos da falta de formação técnica para quem trabalha na área e isso enseja que muitos “curiosos” se arvorem em “entendidos”. Ainda não contamos com cursos de formação básica, mas apenas com boas experiências de pós-graduação, mais teóricas do que práticas.

Entre os políticos também há muita desinformação. Ora se entende que esse trabalho é capaz de realizar milagres; ora se desdenha da sua eficácia. Nem lá, nem cá. Minha experiência contada em dois livros já editados (o terceiro a caminho) mostra uma realidade a ser melhorada.

Ao ser consultado sobre um trabalho, a primeira pergunta que tenho recebido, em geral, é sobre a expectativa financeira: quanto vai custar a campanha? Costumo responder com outra pergunta: qual campanha?

E explico que o correto é se definir primeiro o trabalho que será feito, para depois poder quantificá-lo. Qual linha estratégica usaremos? Como será o desenvolvimentoprevisto? Quais equipamentos e quantos profissionais serão necessários? Essas e mais uma dezena de questões básicas precisam ser respondidas previamente. O Marketing Político praticado corretamente não é fator de encarecimento da campanha. Pelo contrário, tem que ser o elemento que utilize as ferramentas adequadas, dentro de um custo programado, possível.

Na campanha do “Não” no referendo sobre a venda de armas, estruturei uma campanha com recursos extremamente limitados, enfrentando uma poderosa máquina midiática. O bom resultado veio no bojo do acerto naquilo que considero o coração e a alma de uma campanha: a estratégia corretamente definida e utilizada. É nesse ponto que o Marketing Político mostra a sua força.

A campanha eleitoral não pode se tornar errática, com tentativas de acerto/erro como temos visto até em campanhas presidenciais. Tem que partir de um estudo aprofundado do momento eleitoral, de uma estruturação correta, de um desenvolvimento competente e de um acompanhamento atento, capaz de antever facilidades ou problemas de percurso, para acelerar ou frear nos momentos adequados.

Quem faz isso é o candidato? Não. É isso o que o Marketing Político faz. O candidato vai pra rua, para os encontros, para o corpo a corpo, para as atividades que ninguém pode fazer por ele. É esse entendimento que muitas vezes falta nas campanhas eleitorais, com a presença do político faz-tudo e sabe-tudo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à revista “Politicom” (julho/2010), que circula principalmente nas Universidades que trabalham com o tema, revela a sua experiência:

“Nós temos profissionais altamente qualificados para trabalhar no marketing político (...) não tenho dúvidas que eles são preparados (...) os políticos não acompanham o ritmo dos profissionais do marketing, são mais atrasados.”

Sem tirar a razão do ex-presidente, ouso acrescentar que essa situação existe, mas está em mutação, com o conhecimento e o entendimento, cada vez maior, da importância do Marketing Político feito com seriedade.


*Chico Santa Rita é Consultor em Marketing Político com mais de 120 campanhas realizadas. Nas últimas eleições municipais dirigiu 5 campanhas, todas vitoriosas. www.chicosantarita.com.br
** Artigo publicado na Revista Congresso Nacional, Ano 1, no. 06, Julho 2011.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

CARÊNCIAS MARAJOARAS



Por Franssinete Florenzano

Numa região onde o deslocamento é feito quase que exclusivamente por meio dos rios, o Marajó é um desafio à capacidade de o poder público agir de forma integrada, otimizando recursos humanos e financeiros. Em vez de cada órgão de governo buscar soluções separadamente, a parceria entre instituições pode dar eficiência às políticas públicas no arquipélago, além de proporcionar economia aos cofres públicos.

A proposta foi recorrente durante as palestras dos membros do grupo gestor do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável para o Arquipélago do Marajó. Um dos exemplos, dado pelo comandante regional da PM, José Osmar Rocha Neto, é na área do transporte. Em vez de cada órgão das áreas de segurança, saúde, educação, pesca, meio ambiente, assistência técnica rural e de outros setores, como a Marinha, terem que se esforçar isoladamente para adquirir e manter embarcações para o transporte fluvial de suas equipes de trabalho, poderiam compartilhar equipamentos, o que permitiria resposta imediata a uma série de demandas socioambientais da região.

Outra integração importante é a de informações, observa o pesquisador João Meirelles Filho, diretor do Instituto Peabiru e um dos coordenadores do Programa Viva Marajó. “Instituições de pesquisa e de monitoramento de informações como o IBGE, o Inpa, o Sivam, o Sipam, universidades e órgãos como o Incra e o ICMBio têm que juntar suas experiências e conhecimentos para gerar e monitorar dados sobre a região”, sugere, apontando que uma das maiores dificuldades enfrentadas ao fazer um diagnóstico da região é justamente encontrar dados socioeconômicos sobre do arquipélago.

Um dos representantes da sociedade marajoara no comitê e integrante da Coordenação de Desenvolvimento do Território do Marajó, Assunção Novaes, o Cacau, reivindica integração da sociedade na definição e execução de políticas públicas, como, por exemplo, a instalação do linhão de energia elétrica. A população não tem respostas sobre o destino da madeira extraída para a implementação do projeto. “Havia um acordo com a secretaria estadual de Meio Ambiente para que essa madeira fosse utilizada nos municípios, mas ninguém sabe para onde esse material foi”, criticou.

A falta de informações sobre o projeto do linhão também foi alvo de questionamentos pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, que disse ter sentido falta da apresentação de dados sobre a atuação governamental nas áreas da saúde e educação e de informações mais concretas sobre programas como a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras.

Mesmo já tendo resposta do Banco do Brasil, que se comprometeu a instalar 5 agências no arquipélago ainda este ano, Alan Mansur vai reunir com representantes da Casa Civil da Presidência da República e pedir apoio para cobrar mais agências na região.

O representante do MPF-PA discutirá com a Setran medidas que o governo estadual pode tomar para agilizar a instalação de pistas de pouso no arquipélago. “O MPF vai continuar acompanhando de perto a execução do plano de desenvolvimento do Marajó. Queremos que essas medidas realmente se concretizem, e que não venham a se tornar meros cosméticos para mascarar a realidade da região”, enfatizou o procurador da República

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

índios Caiapós tomam a BR-163


Índios Caiapós tomam a BR-163 - 16/09/2011

Local: Belém - PA
Fonte: Diário do Pará
Link: http://www.diariodopara.com.br/

Revoltados com as promessas não cumpridas pelo ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, demitido pela presidente Dilma Rousseff por suspeitas de irregularidades no órgão, os índios caiapós decidiram radicalizar um protesto que começou na segunda-feira com a apreensão de caminhões e máquinas que trabalham na pavimentação de vários trechos da BR-163 (Santarém-Cuiabá). Ontem, os índios resolveram atear fogo em trechos da ponte localizada sobre o rio Disparada, próximo da cidade de Novo Progresso.

Foto: DIGITAL NOTICIAS


Os índios afirmam que só deixarão a estrada quando autoridades federais forem à região para tratar das promessas feitas por Pagot, que antes de cair esteve com os índios garantindo que, além de melhorias nos acessos às estradas que levam às aldeias Baú e Mekranotire, os caiapós receberiam benefícios nas área de saúde. Nada disso foi feito até agora. “Se o homem branco não tem memória e esquece facilmente as promessas que ouve das autoridades, os índios têm a memória muito boa para cobrar as coisas que são ditas e prometidas”, disse o índio João Mekranotire.

A prefeita de Novo Progresso, Madalena Hoffmann, esteve reunida com a diretoria-geral do Dnit em busca de uma solução para o problema. Pagot disse para os índios que os ramais de acesso à área Mekranotire receberiam cuidados do órgão, que também concluiria os ramais até a aldeia Baú. A estrada vicinal que leva à aldeia está em péssimas condições. Ela começa às margens do rio Curuá e desemboca na BR-163, próximo ao distrito de Alvorada da Amazônia.

Para os caiapós, a presença do diretor da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, e do secretário de saúde indígena, Antonio Alves, para tratar de questões ligadas à saúde dos índios, evitaria tantos transtornos. Hoje, para buscar atendimento médico, os caiapós precisam se deslocar até Itaituba, num percurso de mais de 400 quilômetros. O problema também atinge os índios das aldeias Pukanu, Baú Pungraity e Kawatum.

Na segunda-feira, centenas de caiapós, armados com flechas, espingardas e revólveres atacaram os operadores de máquina, tomando as chaves dos veículos das mãos dos homens que trabalhavam no asfaltamento da rodovia, paralisando totalmente a obra. Eles enviaram uma carta à direção do Dnit reivindicando construção da casa da saúde, casa do artesanato, casa cultural e a compra de dois veículos. E avisaram: se nada for feito, começarão a incendiar as máquinas. (Diário do Pará)

MEDO

Ao longo do dia de ontem, a tensão só aumentou na região. Empregados das empresas que trabalham na pavimentação da Santarém- Cuiabá afirmam que os índios prometeram incendiar, a partir de hoje, também os canteiros das empreiteiras. Cerca de 3,6 mil trabalhadores estão na área atuando nas obras que são realizadas por nove empresas.

O Dnit prometeu enviar uma equipe ao local, para negociar com os índios, mas a viagem deve ocorrer apenas na próxima quarta-feira. “Estamos desesperados. Não sabemos mais a quem apelar. Nosso medo é de que os índios não tenham paciência para aguardar a equipe do Dnit”, desabafa Michel Souza, supervisor de obras da JM Terraplanagem, que está entre as empresas que atuam no local.

Souza contou que os trabalhadores já procuraram a Polícia Federal e o Dnit em Belém, mas os dois órgãos estariam aguardando decisões de Brasília para agir.

Segundo informações dos operários que atuam na rodovia, os índios já incendiaram três pontes que ficam no trecho entre Novo Progresso e Itaituba. “Nossa maior preocupação é com as pessoas que estão na área e não têm como sair”, disse Michel.

O PARAENSE, O PORTUGUÊS E ICOARACY.....



Cerâmica Marajoara e Tapajônica, umas das atrações de Icoaracy: Um lindo Distrito de Belém, mas com a população entorpecida.



Estive em icoaracy a trabalho, e conversei com um português,dono de um estabelecimento comercial de peças de carro, e fiquei algo surpreso quando, ele disse que em Portugal e na Europa como um todo, não existem praticamente Hospitais Privados...

Ele também disse que as escolas todas são públicas...

Não há escolas privadas, e nós conversamos sobre o modelo brasileiro, que faz com que paguemos caro por escolas, hospitais, planos de saúde..etc, mesmo tendo nossos impostos arrecadados para nos dar isso, e, no entanto, não há retorno, os serviços públicos brasileiros em geral são péssimos, e até o referido jovem português (em contraste com a maioria que reside em Belém, que são bem idosos)citou a cidade de Guimarães, em seu país, que tem cerca de 100 mil habitantes, e possui um hospital público todo equipado, funcional, que é melhor - ainda segundo ele - que qualquer hospital privado em Belém...

Como estávamos em Icoaracy, que calculamos possuir cerca de 400 mil habitantes, possui o distrito o hospital Abelardo Santos, que está longe de atender a enorme demanda do distrito, e ainda de ilhas ao redor...

O Português disse que em comparação com os do seu país, este hospital não passa de um pronto-socorro, ou menos que isso....

Ele falou que não por falta de dinheiro que essas demandas públicas básicas não são atendidas aqui, o que concordei, e complementei dizendo que no Brasil temos os coronéis, que se organizam em oligarquias que emperram o desenvolvimento de municípios e estados, e no país como um todo, promovendo a má política, que é aquela que se distribui cestas básicas em troca de votos, e na distribuição indiscriminada e sem planejamento de Bolsas, como a Bolsa-Família, que tem se constituído no maior programa de compras de voto do mundo...

A Primeira coisa que essas oligarquias fazem, é matar a míngua a educação, que seria uma arma da população, e para eles quanto mais gente ignorante com título de eleitor na mão, quanto melhor...

Como a educação pública é precária, o cidadão comum não se atenta que ao receber cestas básicas, dinheiro, tijolos, cirurgias..etc em troca de seu voto, ele pagará muito mais caro lá na frente, talvez pague até com a vida, pois o mau político que usa desses expedientes é um político medíocre, e será medíocre gerindo os recursos públicos arrecadados, tornando a vida daquele cidadão que se vendeu um inferno...

Como um bumerangue, a 'lei de retorno' fará esse mesmo cidadão perder um ente querido na porta de um hospital ou pronto socorro,(se não morrer ele mesmo) será destroçado por um carro desgovernado cujo mal motorista está com habilitação vencida ou IPVA atrasado, que devido a má gestão do Município,(que este mesmo cidadão legitimou), não há guardas municipais suficientes para fiscalização...

E por aí vai a lista de pesadelos que o cidadão, desatento e manipulado, sofrerá...

Mas eu tinha que terminar meu trabalho, e também o simpático português foi atender um cliente, e nos despedimos para uma próxima oportunidade para uma nova conversa deste nível, que eu torceria que fosse feita em cada esquina e roda de amigos daquele distrito, mas que infelizmente ainda não é...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BELO MONTE: CONSTRUÇÃO da BARRAGEM AUMENTA a VIOLÊNCIA

15/09/2011

Belo Monte, saldo parcial: onze taxistas presos, um menino morto, uma delegacia invadida e um homem sem orelha

Ruy Sposati, de Altamira (PA)

Um menor de idade morto, um homem com o rosto desfigurado, uma delegacia invadida por quarenta trabalhadores - onze deles detidos, um resgate na prisão e justiça feita com as próprias mãos. Este é o saldo de um final de semana em Altamira, principal cidade da região afetada pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Para autoridades policiais e movimentos sociais, a construção da barragem aumenta a violência - e vem desacompanhada de políticas públicas ou mesmo de reforços de contingente policiais.

Segundo o superintendente regional da Policia Civil, o delegado Cristiano Nascimento, não há efetivo suficiente para atender às necessidades, que tem crescido com o início da construção dos alojamentos do canteiro de obras da hidrelétrica. "Somente em Altamira, a criminalidade aumentou 28%, do ano passado para cá. Neste período, sem que novos policiais tivessem sido trazidos para a delegacia", expõe.

Nascimento lembra que a regional é responsável por atender nove municípios da região, e não apenas Altamira. "Neste momento, precisaríamos de 50% a mais do que contamos hoje", acrescenta. Segundo ele, este número dobraria, caso Belo Monte siga seu ritmo de construção.

"As consequências de uma obra como esta, ainda em fase embrionária, são muito mais nefastas e complexas do que os discursos públicos do Ibama e do governo deixam transparecer", comenta a coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Antonia Melo. "A criminalidade cresce e, claro, também cresce entre as camadas mais jovens e empobrecidas da população. O que vai acontecer com toda essa juventude? O que vai ser da vida aqui?", questiona. Para ela, Belo Monte é um caos e o governo sequer consegue colocar panos quentes em questões simples, como o aumento do reforço da polícia civil na região. "Nem isso eles fazem, o que dirá uma política pública séria que realmente trate de todas as consequências desse monstro... A cidade está completamente fora de controle. O governo e a Norte Energia simplesmente estão ignorando a vida de quem mora no entorno deste monstro que eles querem construir", lamenta.

Condicionantes

Sobre as condicionantes, o delegado é bastante explícito. “Sabe-se que há um planejamento para atender a região e que a Norte Energia assinou convênio com o estado de 174 milhões para a segurança, mas entre o planejamento e a execução, tem um pulo muito grande”. Para que haja contratações, é necessário haver concurso público - e segundo Nascimento, não há ainda nem o edital do concurso lançado. "Ou seja, até que seja feito o concurso, chamados e treinados, os novos policiais só poderão chegar em, no mínimo, um ano".

Para o representante do Instituto Socioambiental, Marcelo Salazar, as obras deveriam ter começado apenas depois que a região estivesse preparada para suportar as consequências que uma obra deste porte carrega consigo. "É um crime o IBAMA ter liberado essa licença. A quem será responsabilizado o caos que estamos assistindo? Ao taxista assaltado que não achou aparo na justiça e buscou soluções fora dela? Ao delegado que não tem condições de realizar seu trabalho? A falta de planejamento da prefeitura e do estado por não aparelhar a segurança da cidade?", levanta. Marcelo também credita a responsabilidade pela violência e desamparo à Nesa e ao governo federal a responsabilidade. "Eles conseguem planejar e executar as obras, mas não consegue cumprir as condições prévias de preparação socioambiental que uma obra dessa envergadura exige - e ainda afirmam que tudo está sub controle, escondendo a sujeira, o descaso, os próprios crimes", pontua.

Entenda

No sábado (10), um taxista foi assaltado, humilhado e quase morto em Altamira. Foi à pé até a delegacia, somente de cuecas, registrar a ocorrência.

Prevendo que seus pertences não seriam resgatados, organizou-se com outros trabalhadores e foram, em grupo, atrás dos criminosos. Não conseguiram reaver o que foi roubado, mas carregaram dois dos ladrões até a delegacia. Um foi preso e o outro foi liberado, por ser menor e idade.

Os taxistas voltaram novamente à residência do menor de idade, em busca dos pertences. Houve um conflito e o irmão do menor que estava na delegacia - também menor, com 15 anos de idade - foi morto, após esfaquear o rosto de um dos taxistas.

A polícia, então, deteve o taxista desfigurado por suspeita de homicídio, o que revoltou seus colegas de trabalho. No domingo (11), a delegacia regional da Polícia Civil de Altamira, no Pará, foi invadida por 40 taxistas. Eles renderam o delegado, um escrivão e um agente, entortaram com as mãos as grades apodrecidas do presídio e resgataram o taxista. O resultado foi a prisão de onze taxistas envolvidos no "resgate".

Neste mesmo final de semana, uma mulher foi assassinada. O culpado não foi encontrado. Na sexta-feira que antecedeu o feriado de 7 de setembro, três jovens foram esfaqueados e mortos na porta de uma discoteca na principal avenida da região central da cidade.

Ruy Sposati é jornalista e integrante do Movimento Xingu Vivo

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PLANO de MUDAR A CAPITAL JÁ PRONTO NA MESA DOS FAZENDEIROS CASO SAIA A DIVISÃO



Já trabalhei em Marabá, e tenho muitos amigos na região sul e sudeste do Pará, onde seria o hipotético estado de Carajás.

Há uma semana, conversei com três deles que estavam de passagem em Belém, onde tem negócios.Residem em Redenção, embora sejam de sapucaia.

Antes de repassar aqui o que eles me relataram, a respeito do plano que está na mesa dos fazendeiros daquela região com os quais esses amigos tem contato muito próximo, por terem relações profissionais com os mesmos, capturei no Blog do Nassar, um artigo que vem a ser a "cola" ou o "quebra cabeça" que faltava para montar o fidedigno e privilegiado relato que me passaram, confirmando o que os mesmos disseram, vamos ao texto:

Marabá seria apenas capital provisoria de carajás

Segundo o diretor regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Jandir Merla, Marabá seria uma capital provisória e a capital definitiva seria construída entre os municípios de Eldorado dos Carajás, Xinguara, Sapucaia e Rio Maria.

“É justamente nessa faixa do estado paraense que Daniel Dantas (foto, acima, no centro) mais comprou terras nos últimos tempos, vejo o gado como fachada, pretexto. Para mim, o grupo de Dantas por ser muito forte teve informações privilegiadas e sabia que a nova capital de Carajás poderia ser construída naquela região”, diz.

O texto completo pode-se ver em http://www.brasildefato.com.br/node/7300, copie e cole em seu navegador.

Posto este texto, o que meu amigo (que prefiro preservar-lhe de dizer seu nome, evitando exposição desnecessária) disse foi que os fazendeiros da região pretendem colocar a capital do Carajás, caso ele saia, na faixa de terras que o texto acima menciona, porque seria uma forma de vender cerca 500 mil alqueires de terras ao Incra, e este distribuir em lotes de 10, 20 mil alqueires, para se fazer reforma agrária,já que há uma pobreza reinante (e mantida) na região, principalmente de migrantes maranhenses fugindo da devastação da oligarquia dos Sarney.

Assim, como se previa, a venda milionária (ou bilionária) ao Incra, único em condições de comprar tamanha quantidade de terras, que grande parte foi grilada, fará circular dinheiro em circuito fechado nos bolsos de poucos, e pior, dinheiro público, nosso, que tornará mais milionários, bilionários uma dúzia de fazendeiros e empresários da região que já são multi-milionários....

Como se previa, a divisão beneficiará poucos, em detrimento dos muitos pobres que tem esperanças que suas vidas mudem...

A pobreza na região, como disse, não é combatida porque é necessária,tanto que este meu amigo viu com seus próprios olhos o supermercado araguaia, em Redenção, distribuir cerca de 300 cestas básicas para o MST e demais migrantes miseráveis vindos em geral do Maranhão,e porque distribuem cestas básicas?

Justamente porque essa massa de indigentes será importante no plano maquiavélico dos fazendeiros e empresários da região, então é interessante para eles mantê-los por perto, para lhes distribuir os lotes....

Um dos amigos disse que mais de 200 cabeças de gado morreram na agropecuária santa bárbara, recentemente, controlada pelo banqueiro Daniel Dantas, e nada foi feito...ninguém ligou....porque? "porque os gados são para lavar dinheiro" me relatou o outro amigo da região....

Então, seria incorreto inferir que todos que estão empenhados na proposta de dividir o Pará tem o mesmo pensamento escuso, mas certamente grandes e intrincados interesses permeiam nas mesas dos fazendeiros da região que abriga milhares de cabeças de gado, 11 helicópteros, entre outras riquezas com dinheiro sabe-se-lá-de-onde...

Para estes, a divisão, se vier a sair, será uma grande negócio....

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SHOW DE NILSON CHAVES





O Prestigiado cantor Paraense Nilson Chaves fará um show beneficente a realizar-se amanhã, (08 de setembro)no Teatro Margarida Schivassappa, no Centur, às 20h.

O Valor do ingresso, será revestido para o Centro de Valorização da Vida, (CVV) posto de Belém do Pará.

Fundado em São Paulo em 1962, o Centro de Valorização da Vida é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973, mantenedora e responsável pelo Programa CVV de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio, desenvolvido pelos Postos do CVV em todo o Brasil. .


Através dos Postos espalhados por todo o país, presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, oferecido a todas as pessoas que querem e precisam conversar sobre suas dores e descobertas, dificuldades e alegrias.



O trabalho consiste no diálogo compreensivo e na doação incondicional do calor humano. O Voluntário trabalha no sentido de compreender a pessoa que procura o CVV, dessa forma, valorizando sua vida. O atendimento é feito por telefone, pessoalmente, por correspondência, chat ou e-mail. A pessoa que procura o CVV tem o sigilo assegurado, a total privacidade e anonimato. O atendimento ocorre em clima de profundo respeito e confiança.

Basta que a pessoa ligue para o telefone 141, ou acesse o site www.CVV.org.br para falar com o Posto CVV de sua região.

O Posto de Belém fica localizado na Presidente Vargas.

Compre seu ingresso, e ajude a manter esse trabalho dignificante, e ainda por cima terá um show de alto nível na voz consagrada do nosso cantor Paraense Nilson Chaves, ícone da Música brasileira.

Quem tiver interessado ligar para o número: (91) 8118.8469 ou 3225.6258 em qualquer horário, (falar com Fábio Macedo) ou mande e-mail para mim>> fabiodimacedo@gmail.com, corra que já há poucos ingressos!

Desde Já muito Agradecido!

BELO MONTE: O PARÁ COLÔNIA




Violações à lei, ao meio ambiente e ao ser humano na Amazônia

Artigos de Felício Pontes Jr., procurador da República no Pará e mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio.
Belo Monte: o Pará colônia
Felício Pontes Jr.
(artigo publicado pelo Diário do Pará em 07/09/11)

A notícia caiu como uma bomba mesmo sobre setores que acham que a hidrelétrica de Belo Monte é sinal de desenvolvimento no Pará. Os grupos encarregados da obra compraram algo entre R$ 50 mi e R$ 1,3 bi em máquinas e equipamentos em outros estados.

Logo algumas autoridades do estado protestaram. Com razão. Ameaçaram barrar a entrada das máquinas se não houver pelo menos o pagamento da diferença do ICMS. Com razão também. Mas é o máximo que podem exigir: uma parcela do imposto. A outra já está nos cofres de estados como São Paulo e Espírito Santo.

Esse fato merece reflexão. Ele é o oposto da propaganda feita pelos arautos de Belo Monte desde os tempos da ditadura militar, quando o projeto foi concebido. Seus mentores sempre disseram que o Pará iria ganhar muito com o barramento do rio Xingu. A começar pelos imposto arrecadados.

O principal imposto nesses casos – o ICMS – não é cobrado na geração de energia, mas sim no consumo. Como o Pará será o destino de apenas 3% da energia de Belo Monte – se tanto –, nota-se que 97% da energia produzida aqui deve gerar dinheiro para os cofres públicos de outros Estados.

Segundo o próprio Diário do Pará informou recentemente, um cálculo ligeiro projeta em valor próximo de R$ 2 bilhões anuais o montante das perdas com ICMS que o Pará vai experimentar com a usina do Xingu.

Ao Pará sobraria o imposto pela compra de equipamentos na fase de construção da usina. Embora não seja uma receita mensal como o consumo de energia, poderia significar dinheiro para atender gestantes prestes a dar à luz em portas fechadas de maternidades. Mas, com a compra dos equipamentos em outros estados, nem isso sobrou ao Pará.

Os primeiros atos dessa ópera trágica que é Belo Monte em todos os sentidos – ambiental, social e econômico – mostram que somos colônia. Estamos longe da independência, apesar de termos contribuído no ano passado com US$ 12 bi para o saldo da balança comercial brasileira. Somos o segundo maior estado em volume de divisas para o Brasil.

Aos olhos dos setores da sociedade paraense que promovem o modelo socioambiental de desenvolvimento não há nada de novo. Quem vive da exploração sustentável dos recursos da floresta pode repetir o dito popular: está tudo como dantes no quartel de Abrantes.

A floresta vira carvão para alimentar os fornos das guseiras. Ou soja apara alimentar os porcos da Europa. Ou pasto para formar a ineficiente equação de um boi/hectare. Ou é inundada para produzir energia para empresas de outros países...

Nesse dia da independência do Brasil, Belo Monte nos ajuda a entender como vamos nos tornando cada vez mais colônia. A banda de rock paraense dos anos 80 Mosaico de Ravena já perguntava: “Por que ninguém nos leva a sério? Só o nosso minério?”.

Muito tempo se passou desde que os cabanos fizeram sua revolta contra a exploração, mas talvez seja um pouco do espírito de resistência deles que ande nos faltando nesses tempos tão modernos.



O autor é procurador da República no Pará e Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

OS CAMINHOS TORTUOSOS DA PROPOSTA DE REDIVISÃO DO PARÁ




Este artigo sairia no semanário da Universidade da Amazônia (UNAMA) em Jornal impresso e On-Line denominado "comunicado",(http://www.unama.br/comunicadoOnLine/), neste dua 5, mas uma de suas editoras me informou que mudou-se o foco,(fui inclusive solicitado para escrever algo sobre o Círio que se avizinha, que é o foco que eles estão no momento)e, portanto, uma vez também que já havia sido publicado artigo sobre o mesmo tema na semana retrasada, e, por conseguinte, meu artigo ficará em stand-by para ser publicado posteriormente.

Enquanto isso não acontece, publico o mesmo aqui para que os caros amigos deste espaço leiam, em primeira mão, o que será publicado futuramente pela Unama (em versão resumida, por falta de espaço), seus comentários serão bem-vindos, ei-lo:

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Foi uma tremenda irresponsabilidade dos Deputados Giovanni Queiroz, (PDT), Lira Maia (DEM) e do ‘Zequinha’ Marinho (PSC), lançarem mão de uma manobra para aprovar o Plebiscito que no dia 11 de Dezembro, os paraenses se verão obrigados a votar: pelo ‘sim’ (a favor da Divisão) ou ‘Não’ (Contra a Divisão) do estado do Pará.

A manobra foi a seguinte: Primeiro os três escolheram bem o dia, uma quinta-feira, quando a maioria dos parlamentares já deixou Brasília.Depois, ameaçaram obstruir a pauta na Câmara Federal , caso o projeto de desmembramento do estado do Pará não fosse aprovado apenas pelos líderes, sem precisar ir ao plenário para a votação coletiva.O Governo, empenhado em limpar a pauta para aprovar seus principais itens, cedeu...

Eu digo irresponsabilidade, porque além de não ter sido discutido e votado em plenário, como o bom senso pedia, a proposta não tinha (não tem, na verdade) nenhuma base técnica e científica de que o estado do Pará dividido em três trará o que a população daquelas regiões (de forma legítima) tanto almejam: Desenvolvimento e cidadania.

Somente depois de aprovado plebiscito, (e não antes, como deveria), é que foram feitos projeções, pelo IPEA, que demonstraram que os novos estados já nasceriam deficitários e com custos enormes de manutenção por parte da União.

Na Bahia, por exemplo, onde se teve uma proposta de divisão, foi logo sustado porque estudos técnicos do governo baiano indicavam que o novo estado do São Francisco seria “pobre, inviável, concentrador de riqueza e com dificuldades de geração de investimentos para os municípios menores”, afirmou Geraldo Reis, responsável pelo estudo.

Porém, como já diz o adágio popular, “Deus escreve certo por linhas tortas”.

Embora os referidos parlamentares tenham jogado a população paraense no escuro, tendo que votar algo sem nenhuma garantia técnica de que essa proposta traria melhorias, eles – inadvertidamente, é bom que se diga – propiciaram um salutar debate que nunca houve na História deste estado e deste país: O debate sobre a situação de todos os Paraenses, nativos ou de coração, nos quatro quadrantes deste estado.

A questão central, em minha avaliação, são duas: Gestão e Receber o que tem de direito pelas riquezas que geramos.

Temos que lutar para que o Pará receba o dinheiro do imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de sua energia elétrica, pois é taxada no estado que a recebe (destino) e não no Pará (origem) o que faz o estado deixar de arrecadar cerca de um bilhão de reais por ano, com a nossa Hidrelétrica de Tucuruí...

O Estado do Pará também não recebe o ICMS na exportação de seus minérios, isso mesmo, pasmem! VALE não paga um centavo ao Pará devido a uma Lei Iníqua chamada Lei Kandir, que fez o Pará deixar de receber, desde que ela entrou em vigor, (em 1996), 21 bilhões de reais, cerca de 1,5 bilhão de perdas por ano, segundo recente estudo do tribunal de contas do estado (TCE).

Esta lei foi criada para desonerar as exportações de produtos elaborados e semi-elaborados como minério e madeira, pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, com a justificativa de melhorar a competitividade das exportações brasileiras, o Pará, cuja base de exportação permanece em sua maioria atrelado a estes itens, é um dos estados mais prejudicados....

E, por fim, melhorar a gestão deste estado, para que os recursos cheguem à toda a sua extensão territorial.Umas das maneiras disso acontecer é promover a descentralização.Lugarejos distantes, por exemplo, que não tenham juízes, que coloque novas varas, e para isso não precisa ter o ônus bilionário da divisão.

Se nós nos unirmos (sociedade civil, parlamentares e empresários) e recebermos esse dinheiro que é nosso de direito, (e somos desrespeitados pelo governo federal) aliado a uma gestão competente, os recursos serão suficientes para todos.Mas veja que, no final das contas, a questão-chave é unir, e não separar...o caminho do almejado desenvolvimento é justamente o oposto desta proposta de divisão.

domingo, 4 de setembro de 2011

Pergunta x Resposta sobre ter armas em casa e suas consequências na perspectiva espiritualista



Ter armas em casa (seja revólver, espada, etc) ou ter que trabalhar com elas (no caso de policiais ou praticantes de esportes) pode trazer algo de negativo para quem as usa? Só o fato de uma arma ser concebida para causar dano já cria uma "egrégora" r

Já leu o Baghavad Gitá?

Entendo que o policial ou segurança que precisa usar uma arma no exercício de sua função apenas cumpre seu dharma (missão de vida, ocupação, realização), como Arjuna. Realiza seu papel no mundo, um papel importante e justo, mesmo que um dia precise usá-la.

Já quem tem arma em casa por "suposta" segurança, não está cumprindo seu dharma. Ao contrário, ele a possui por imaginar mentalmente uma situação crítica e negativa. E pior, reagiu fisicamente (comprar a arma) a uma situação infeliz que criou em sua própria cabeça. Não é de seu dharma matar. Mas é uma atitude (karma) comprar a arma, já prevendo intencionalmente a consequência (karma, ação e reação).

A arma não "cria" uma egrégora. O conceito de egrégora implica em uma série de pessoas fazendo uma atitude por uma série de tempo, uma espécie de holopensene coletivo (pensamentos+sentimentos+energias), a ponto daquilo criar uma instância "protetora" da sua existência. Pelo conceito espiritualista, o comprador da arma tem um holopensene, mas não uma egrégora. Ele talvez ALIMENTE uma espécie de "egrégora negativa", um arremedo de egrégora, mas chamaríamos isso mais de um holopensene coletivo, que não é o mesmo que egrégora (que religiões e ordens tem). Em termos populares, ele entra na "onda baixo astral" paranóica e coletiva em que tanto Datenas quanto bandidos quanto telespectadores sintonizam e alimentam, um mundo mental bárbaro onde todos devem matar e morrer, onde perigos persecutórios estão para todo lado.

Do ponto de vista espiritualista e energético, não seria surpresa se os telespectadores desse tipo de programa ou compradores de armas de fogo atraíssem mais assaltantes que a média, afinal, eles se retro-alimentam mentalmente, e comprar uma arma pensando em matar alguém (ainda que em suposta defesa), além de ser "karma", também é uma maneira de aumentar uma suposta guerra cada vez mais mortal. Quanto mais riscos de armas em casas, pode estar certo que mais agressiva e fatal precisará ser as ações dos bandidos.

Então, pela lógica espiritualista, dentro das crenças desse paradigma, SIM, ter armas em casa seria algo negativo, e poderia até mesmo atrair coisas ruins. Já usá-las como parte de uma profissão necessária e de interesse coletivo, não, até mesmo ao contrário, pois nesse caso sim, as corporações teriam a sua "egrégora" protetora (aí sim egrégora de fato, e não apenas um holopensene coletivo e negativo).

Por outro lado, de acordo com o pensamento de algumas linhas budistas, perguntar-se-ia porque a intenção de trabalhar em algo que causa dor ao semelhante. No caso do policial, a intenção do dharma é proteger. Mas trabalhar em uma indústria de armamentos, por exemplo, mesmo indiretamente, não seria o que chamam de "trabalho lícito". Na medida do possível, o adequado seria ter ações - no amor, no trabalho, na vida - que evitem causar sofrimento aos semelhantes. O dharma de um bom policial seria uma (boa) excessão, que não deveria ser usado para justificar a posse de armas por cidadãos comuns - até exatamente por já haver pessoas preparadas para exercer esse dharma.


Resposta dada por Lázaro Freire,(Foto) Psicanalista e Filósofo. Palestrante Espiritualista, Escritor e Tecladista. Ex-Eng de Software, Ex-Corpiano e Ex-Comungado. Cri-crítico, herege e piadista.Criador do maior fórum virtual sobre estes temas.Seu Formspring é>> http://www.formspring.me/LazaroFreire?utm_medium=email&utm_source=notifications&utm_campaign=bimonthlydigest?1315149264808