quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Prefeito de Paragominas escreve manifesto contra a divisão do Pará


PLEBISCITO – O manifesto do prefeito
Em seguida, a transcrição, na íntegra, do manifesto do prefeito de Paragominas, Adnan Demachki,(Foto, acima) no qual ele repele, enfaticamente, a proposta separatista.

“Amigos de Paragominas,

“Dia 11 decidiremos não os próximos quatro anos, mas o futuro do Pará. Respeito o posicionamento de todos, afinal vivemos uma democracia plena. Mas tenho o dever de expor meu pensamento acerca do plebiscito. Voto NÃO e NÃO, pelos seguintes motivos:

“1. Bilhões de reais deverão ser gastos nas novas estruturas de poder (governadores, Assembleias Legislativas, tribunais de Justiça, tribunais de Contas, etc). Esses recursos podem ser aplicados em educação, saúde, estradas, etc;

“2. Quando Tocantins foi emancipado, estava-se elaborando a Constituição Federal e os Constituintes inseriram o art. 234, perdoando a dívida do Estado mãe - Goiás, e no mesmo dispositivo, proibiram novos perdões. Ou seja, o remanescente do Pará (incluso Paragominas) ficaria somente com 17 por cento do atual território, perderia o minério do sul do Estado, perderia as riquezas florestais do oeste do Estado, perderia a hidrelétrica de Tucuruí, perderia a futura hidrelétrica de Belo Monte (de produtor passaria a importador de energia) e a atual dívida do Estado ficaria somente para o Pará. Tapajós e Carajás não assumiriam sequer parte da atual dívida;

“3. Passam pela mídia, o sentimento de que a divisão do Estado é a solução para todos os problemas do interior. Sabemos que as regiões distantes não são lembradas como a capital. Paragominas também fica no interior, e talvez tenha sido um dos municípios mais esquecidos pelo governo do Estado, no mandato anterior. Busquem os índices desse período. Avançamos em todos os índices. Claro que temos problemas, mas é inegável que avançamos muito. Isso porque, acreditamos que quem resolve nossas demandas somos nós, a sociedade local. Ninguém vem de fora, como salvador da pátria, resolver nossos problemas. Aqui, poder público municipal pactuando com a sociedade civil, permitindo que pudéssemos avançar em todos os indicadores e na própria infraestrutura da cidade. Se vier algo de fora, ótimo. Mas não ficamos esperando em berço esplêndido;

“4. Para resolver as demandas do Estado, não é a divisão que devemos buscar. Devemos nos unir em torno da luta contra a Lei Kandir, que impõe perdas ao Estado (também a Paragominas), já que zera o imposto sobre a exportação de minérios/madeira/ etc. Deveríamos, sim, nos juntar para que o Pará receba ICMS da energia elétrica que produz. Hoje quem recebe não e o Estado que produz, mas o que distribui na ponta;

“5. Com a divisão o nosso Pará perderia receitas, mas continuaria com a maioria das despesas (e com a dívida), pois nele estaria também a maior parte da população paraense (64 por cento da população atual)

“Por isso, amigos de Paragominas, reafirmo meu respeito às posições contrárias. Contudo, reitero meu posicionamento, acreditando que a divisão não é a saída para a melhoria da qualidade de vida de todos os paraenses, muito menos para o que restaria do Pará, incluindo-se ai a nossa Paragominas.

“Voto NÃO e NÃO.”


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ADNAN DEMACHKI

Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará, foi fundador da subseção da OAB em Paragominas e ficou na presidência do órgão por dez anos. Foi vice-prefeito de 2001 a 2004 e prefeito por dois mandatos (de 2005 a 2008 e 2009 até 2012, seu último ano como Prefeito).

Na reeleição, teve a segunda maior votação proporcional do país, com mais de 80% dos votos. No exercício de seu mandato como prefeito, foi eleito por três vezes, pelo SEBRAE, como Prefeito Empreendedor do Pará, recebeu por oito anos consecutivos o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, além do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente, em reconhecimento ao projeto Município Verde desenvolvido em Paragominas. Essa iniciativa foi transformada em programa Estadual Municípios Verdes, com a adesão de 94 municípios paraenses.

O prefeito de Paragominas (PA), Adnan Demachki, tirou o município do topo da lista das cidades que mais desmatam e poluem no Brasil para tornar-se case mundial de sucesso na redução do desmatamento.

De acordo com Demachki, o marco inicial da virada foi o pacto firmado em agosto de 2008 entre governo, empresas e organizações sociais. Como o município é muito grande – possui 20 mil km2, mais ou menos o tamanho da Bélgica – foi preciso adotar o monitoramento do desmatamento por satélite. Técnicos iam checar desmatamentos em tempo real e tomavam providências legais cabíveis.

Em apenas um ano, o desmatamento teve uma redução de 86%. Não foi um processo fácil. “No início, o desemprego na região aumentou e a população se ressentiu. Perdemos cerca de mil empregos por ano. Houve revoltas, inclusive. Mas como havíamos feito um pacto, fomos adiante. Em 2010 todos os empregos haviam sido recuperados. Ficamos com uma situação melhor do que a anterior, pois trocamos subempregos por empregos sustentáveis”, orgulha-se.

PARAGOMINAS X DIVISÃO DO PARÁ (Palavras do Blogueiro)


Porque depois de reproduzir o manifesto por escrito do Prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, contra a divisão do Pará, coloco um breve resumo de seu Currículo e de seus feitos?

Porque quem está se posicionando não é qualquer um.É alguém corajoso que está realizando um grande trabalho, mudou paradigmas, modelos, mas não ficou na retórica, nas palavras, foi lá e fez.

Alguém que ajudou a transformar um buraco no meio da floresta Amazônica, em exemplo de cidade que otimiza recursos, através de uma gestão pública responsável e eficaz e com respeito ao meio-ambiente.

Esse 'buraco'foi aberto pela atividade madeireira predatória e criminosa, e que de tão predatória aumentou até se transformar em uma clareira gigantesca, um cemitério de árvores, onde só se ouvia o barulho das serrarias e cheiro de fumaça da queima de carvões em meio a uma imensa extensão de poeira que foi o que restou de uma imensa e luxuriante floresta nativa.Um amontoado de gente, a maioria migrantes de todos os lados, vinham para trabalhar naquele povoado que viria a ser a cidade de Paragominas.

Hoje, Paragominas é um exemplo de que, literalmente, pode-se das cinzas passar a ser o exemplo que dá o norte à todas as outras cidades paraenses, em termos de desenvolvimento sustentável, ou seja, àquele que não precisa deixar uma floresta nua para ganhar dinheiro, mas, pelo contrário, usando essa mesma floresta de pé para render muito mais lucro e gerar emprego e renda em todos o segmentos de atividade.

A maioria dos municípios do sul e sudeste do Pará, nos quais seus políticos pleiteiam a divisão do estado, foram formadas com o desmatamento, como Paragominas.

A diferença, porém, é a gestão.A visão.Com a adoção do projeto municípios verdes, entre 2010 e junho de 2011, a cidade viu crescer as ofertas de emprego em 3.830 vagas com carteira assinada, segundo dados da prefeitura.Hoje mesmo, lendo o jornal Diário do Pará, saiu outro dado: com gestão eficiente dos estoques dos medicamentos, a Prefeitura que gastava 2,7 milhões em 2008, passou a ter um custo em 2009 de R$ 668.6 mil, e em 2010 fechou em 613,8 mil.

Como se vê, é o tipico caso de imigrantes que vieram para cá, bagunçaram a casa, e agora não só estão consertando os erros do passado como também colocando-a em um outro patamar de desenvolvimento.É desses migrantes que o Pará precisa, e não daqueles que chegaram aqui, destruíram, não consertaram, e ainda jogam a culpa dos próprios erros nos outros, como se não lhes dissessem respeito, e esse é o perfil da maioria dos separatistas....


para saber mais sobre Paragominas:

http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/um-modelo-para-a-amazonia/

http://www.imazon.org.br/publicacoes/livros/municipios-verdes-caminhos-para-a-sustentabilidade

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=247&codigo=548977

2 comentários:

  1. Arrasou! Quem que dera que os outros prefeitos seguissem o exemplo dele. Parabéns pela excelente argumentação.

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  2. Essa Prefeito, é também a minha posição a respeito da divisão do Estado, e VExa., de forma racional descreve a posição em que o povo deve se portar no dia 11 de dezembro, acredito que com a força do povo do Pará (incluindo tb os nossos Parlamentares)possamos mudar o cenário que ora se apresenta (falta de políticas públicas nos Municípios).

    PARABÉNS pelo manifesto e pela administração a frente de Paragominas (Exemplo de Gestão).

    Francisco Castro de Oliveira
    FAMEP

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