quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ADESÃO DO PARÁ À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: Entre a HISTÓRIA E A REALIDADE


O QUE DIZ A HISTÓRIA


Há exatos 190 anos, em 15 de agosto de 1823, foi assinada a Adesão do Pará à independência do Brasil. Um fato que determinou a história recente do Estado. A adesão aconteceu quase um ano depois do famoso grito às margens do Ipiranga.

Isso porque, naquela época, o país era dividido em duas Capitanias: A província do Grão Pará e Maranhão e a Província do Brasil. Os dois territórios faziam parte da colônia Portuguesa, mas quase não havia comunicação entre eles. O Pará se reportava diretamente a Portugal e pouco contato tinha com o resto do país.

Por ordem do Imperador Dom Pedro I, a esquadra comandada pelo almirante John Pascoe Grenfell desembarcou em vários estados forçando os que ainda não haviam aderido à Independência, a aceitar a separação definitiva entre Brasil e Portugal. Mas a missão deveria ir apenas até a Bahia. Não havia ordens para chegar ao extremo norte. Mesmo assim, eles desembarcaram no Porto de Salinas no dia 11 de agosto de 1823, conta o historiador João Lúcio Mazzini.

Golpe – Um blefe de Grenfell convenceu os responsáveis pelo Estado a aceitar a adesão. O Almirante trazia uma carta que seria de Dom Pedro I. O documento comunicava que os governantes do Pará deveriam se unir ao Brasil, caso contrário teriam os territórios invadidos. A esquadra imperial estaria esperando em Salinas, pronta para bloquear o acesso ao porto da capital e assim sufocar a economia, baseada nas exportações.

No mesmo dia 11, foi convocada uma assembleia no Palácio Lauro Sodré, sede administrativa na época. Acreditando na história e temendo um ataque, os governantes preferiram aderir à Independência, sob a condição de que os postos e cargos públicos fossem mantidos. A adesão foi assinada quatro dias depois, data escolhida para o feriado. A ata com as assinaturas faz parte do acervo do Arquivo Público do Estado do Pará.

Foi uma revolução que não mudou absolutamente nada. Deixamos de pertencer ao império português e passamos a pertencer ao império brasileiro, mas para as pessoas comuns; negras, índias e pobres, não houve mudança, explica o historiador. Foi realmente um golpe. Era uma esquadra formada por 100 homens sob o comando de Grenfell, que tinha apenas 23 anos. A população de Belém era de pelo menos 15 mil pessoas. Não havia possibilidade de confronto.

Revoltas – A manutenção do poder com a adesão resultaria, três meses depois, na Revolta do Brigue Palhaço, quando 256 pessoas foram confinadas no porão do navio São José Diligente e morreram asfixiadas, sufocadas ou fuziladas. A repressão contra os movimentos populares naquele momento que também culminou na Revolta da Cabanagem, em 1835, explica Mazzina. Se não fosse por esta união entre o Pará e o Brasil, nossa situação hoje poderia ser diferente. Poderíamos ter evoluído para um Reino Unido a Portugal ou ao Brasil ou mesmo para um país independente”.

(Não identificado autor)

A REALIDADE DE HOJE,

 por Fábio Macedo (Blogueiro)


15 de Agosto, é feriado estadual no Pará, pois se comemora a 'adesão do Estado à Independência do Brasil'.... não deveria ser feriado, e sim luto....daqueles em que poderíamos ficar 10 minutos em silêncio....é uma data pouco auspiciosa, lúgubre....pois faz jús a frase atribuída a Napoleão Bonaparte que teria dito: "O que é a história senão uma fábula que beneficia a quem conta".... 

E a história só beneficia ao Brasil, do qual viramos 'colônia de exploração', desde essa data, onde hemorragias de minérios, e agora de energia elétrica, - com o Belo Monstro e outros Frankenstein's que pretendem nos impor - escorrem sem que sejamos beneficiados em nada....Aliás para nós, - paraenses - fica somente os impactos ambientais, sociais, e as migalhas....

Os Frankenstein's aqui, ou pode-se dizer 'cavalos de tróia', só são para beneficiar a quem está há milhares de quilômetros de distância de nós...A Estrada de Ferro de Carajás, que poderia ser chamada de a 'Ferrovia da infâmia', pois leva daqui nossas riquezas e retorna com milhares de pessoas sem nenhuma qualificação, trazendo problemas sociais diversos, é um acinte semanal em nossas consciências.... 

Não temos autonomia para nada....todas as licenças para se fazer algo no Pará são concedidas pelo Governo Federal... não apitamos nada.... O 'Brasil-metrópole' Só olha para o 'Pará-Colônia' como almoxarifado, nada mais.... A Transamazônica o Governo federal nunca asfaltou, fizeram as eclusas mas esqueceram de tirar as pedras do Lourenção, que impedem a navegação (e por consequência, nosso desenvolvimento) plena em nossa hidrovia do Tocantins, e por aí vai.... 

Aliás nos impuseram 'modelos de desenvolvimento' que só nos deixaram destruição de florestas, acabaram com a vida de nossos indígenas, e relegaram Belém a uma capital sem importância.... 

O 'integrar para não entregar' dos militares demagogos, e agora a Dilma com suas obsessões em instalar e fazer do Pará e da Amazônia um carrossel de hidrelétricas que mais destroem do que constroem.... vamos comemorar o dia de hoje! cada um coloca uma fitinha preta na manga.... é o protesto silencioso de nosso bravo povo, que sofre na pele a discriminação e o isolamento.....protesto tbm pela falta de reciprocidade e de um verdadeiro sentido de país, que, com essa colcha de retalhos que é e cujo pacto federativo que possui faz do Pará um cativo algemado na masmorra, sem sequer poder olhar a luz do sol....

Até Quando?

2 comentários:

  1. MUITO BOM ESSE COMENTARIO,VOU GUARDAR,QUE SABE ALGUM DIA NÃO VOU PRECISAR.

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  2. Concordo, com Fabio, porém, é bom lembrarmos qual o desenvolvimento que se quer em nossas terras! Pois o mundo atual criou um novo conceito de desenvolvimento o qual não se baseia na construção de concretos e sim a prevalência da natureza, pois não adianta termos dinheiro e modernas construções e ao mesmo tempo não termos como
    vivermos no planeta, sufocado pelo calor, falta de agua etc.
    Agora, quanto a levarem tudo daqui acho que o nosso povo tem uma grande parcela de culpa em não se interessar em evoluir para uma sociedade transformadora de seus interesses, nosso povo traz nas veias um interesse maior por coisas banais, como festas entre outros.
    A sociedade paraense não dá valor a educação, entre escolher educar o filho, fazer lição e destinar ao mundo do prazer é o mundo do prazer que prevalece. Então não temos como evoluir se não mudarmos nossas escolhas, pois a educação nos fará a termos um respaldo, ou seja, é um alicerce para um povo esteja firme no caminho das mudanças em nossas qualidade de vida.

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