De Sucesso na Copa do Brasil na década de 90, Nas últimas edições o Remo só tem dado vexames
“Até quando o meu Querido Clube do
Remo será comandado por ‘cabeças’ medíocres que se juntarem em um ‘pirão’ não
vai dar nem para um bom caldo? “
Quando era mais novo, me lembro das proezas do Clube do Remo
na Copa do Brasil, onde eliminou o Vasco em 1991, tendo chegado nas semifinais
naquela que (ainda) é a melhor colocação de um clube do Norte e da Amazônia na
história da competição.
Também eliminou Botafogo (2001) e Internacional (2003). O
Primeiro vencendo em Belém e no Maracanã. Me lembro também, ainda nos anos 90, puxando
de memória e não pesquisando, de vitórias marcantes eliminando Goiás e Náutico,
com vitória na casa desses respeitáveis adversários. O Remo era a referência do
Pará na Copa do Brasil. Me lembro que esperava - em minha adolescência - ansioso
por esta competição pois sempre o Remo fazia boa figura, mesmo quando era
eliminado, vendia caro e era sempre no sufoco, como uma vez que perdeu para o
Atlético-MG do então craque Renato Gaúcho. Como esquecer do confronto com o
Corinthians onde empatou fora (0-0) jogando muito bem, e em casa perante um
Mangueirão abarrotado, jogava com autoridade e ia eliminar o Corinthians, pois
conseguiu fazer 1-0, se não fosse o lance espírita do atabalhoado jogador ‘castor’
que em um lance acidental e no último minuto colocou para o fundo das próprias redes.
Mas foi um lance acidental, o time foi melhor que o Corinthians na soma dos
dois jogos.
Porém, nos últimos anos veio uma sequência de vexames e
eliminações para clubes sem nenhuma tradição, como para o desconhecido Palmas-TO
quando perdeu em casa por 3x1, (depois de vencer fora por 2x0), e uma outra ocasião
que perdeu para o Figueirense também em casa por 4x2 (depois também de ter
vencido e feito um bom jogo fora, onde venceu por 1-0). Também foi eliminado
pelo Central de Caruaru perdendo em casa.
Na atual edição, ao ver o confronto com o Flamengo, tanto na
derrota em Belém (1-0) quanto no RJ por vexatórios 3-0, fiquei a me perguntar,
voltando a memória dos tempos que assistia o Remo na Copa do Brasil quando ele
entrava para ir longe, o que aconteceu?
Fiquei envergonhado já na partida de ida, no Mangueirão,
quando enfrentou um dos piores times do Flamengo de todos os tempos, que havia
perdido para um desconhecido Audax e sido praticamente eliminado do campeonato
carioca, mesmo assim o Remo jogou um futebol medíocre, não tendo conseguido se
impor em nenhum momento, se acovardando e no final ainda conseguiu a proeza de
perder para um adversário que não estava ganhando de ninguém.
Fiquei mais alarmado, ao constatar que muita gente comemorou
o fato ter ‘só’ ter perdido de 1-0, pois assim, ficou com toda a renda do jogo,
que totalizou quase 700 mil reais. Também
fiquei chocado ouvindo radialistas e comentaristas esportivos dizerem que o
Remo jogou bem....Quer dizer, o Remo de hoje entra em campo na Copa do Brasil
para não perder de muito, ao invés de
entrar para ganhar sempre como fazia
antigamente – seja qual adversário fosse- ,
inclusive adquirira fama de time imbatível em casa.
Uma das explicações – em minha opinião - para os desempenhos
medíocres nesta competição nos últimos anos, é o excesso de importações de
jogadores de fora. Isso tira a identidade com a agremiação esportiva e com a
torcida e consequentemente a vibração que somente os locais tem quando
preparados desde o berço até o time profissional. O Barcelona é um exemplo aí
para quem quiser seguir. Quando importava estrangeiros em demasia para seu
elenco, o time catalão em 100 anos de história ganhara somente uma Liga dos
Campeões. Foi só mudar a política e colocar como base os jogadores das canteras (formados no clube) que em poucos anos
conquistou 3 Ligas dos Campeões.
Aliás fica a pergunta, o Remo tem um trabalho de base? Se
tem, porque trouxe todo um time de fora nesta temporada?
O Atual time do Remo praticamente só tem o volante Jonnathan
como paraense.
Antigamente, no período que citei onde se fazia excelentes
campanhas nesta competição, as estrelas era os jogadores locais, tais como
Belterra, Edil, Ageu Sabiá, Giovanni, Rogerinho, Vélber, Rogério Belém, ..etc e apenas se compunha o elenco com
contratações de fora para preencher posições específicas. O Pará não deixou de
produzir bons talentos, apenas eles não tiveram mais chance.
Ao longo dos anos, também com presidentes e suas respectivas
diretorias que pensam como avestruzes que enterram a cabeça e não pensam de
forma moderna e profissional, claro, contribuíram (decisivamente!) para o
declínio do Clube nesta competição, que outrora servia para reafirmar sua
condição de uma das principais forças do Norte-Nordeste, e agora não consegue passar nem da 1ª
fase.....
Até quando o meu Querido Clube do Remo será comandado por
‘cabeças’ medíocres que se juntarem em um ‘pirão’ não vai dar nem para um bom
caldo?
Com a palavra, o fenômeno azul, que tem que tomar a
iniciativa de pressionar para o clube abrir suas portas, trazer os milhares de
sócios para ter voz (e voto), pois a lógica nos diz que várias cabeças pensam
melhor que uma, ou ‘umas’, pois o Clube do Remo atual é uma oligarquia fechada
em si mesma, sob uma estrutura política-administrativa arcaica, atrasada e
exaurida. Eu digo o Fenômeno azul tem que pressionar, porque não se pode
esperar muita coisa de quem se beneficia com o atual sistema. O Atual
presidente, disse que faria eleições diretas e não fez, adiou para a próxima
vez. E assim as velhas práticas permanecem. Outra coisa a se exigir, é a
transparência, pois no primeiro trimestre, o clube arrecadou 3,3 milhões de
reais, e alguém sabe me dizer em que foi gasto esse dinheiro?
Pois os funcionários do clube, - um absurdo monumental –
continuam com seus salários atrasados....
As mudanças terão que vir de iniciativas de fora para dentro, caso
contrário, continuará sendo um Clube patinando em competições nacionais como a
Copa do Brasil, onde antes dava orgulho, e agora só nos dá vergonha....
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