terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FUTEBOL PERDE GRANDE E HABILIDOSO ASTRO.

                              Ilia Tsimbalar: Craque do Spartak e da Seleção Russa (1969-2013)

O Futebol é um esporte fascinante em vários aspectos. Um deles é o de que, embora tenha sido os ingleses os inventores, vários países do mundo criam suas histórias e conquistas no Esporte de acordo com seu nível de competitividade. O Taití, por exemplo,  uma ilha no pacífico que participou da Copa das Confederações em Junho no Brasil, certamente saiu da competição vitorioso. Não ganhou nada, pelo contrário, perdeu as três partidas e levou 24 gols e só fez 1. Mas isso pouco importa, a simplicidade e carisma o fizeram angariar simpatia e aplausos da torcida brasileira à tudo que fizessem, mesmo que fosse algumas poucas trocas de passe. Saíram com o sentimento de dever cumprido.

É um esporte injusto, é verdade, muito em função das regras que os "velhinhos da FIFA" insistem em não atualizar, e também por darem por demais poder às interpretações subjetivas aos árbitros, que são seres humanos falíveis, (e/ou manipuláveis...)  e que tal problema poderia ser resolvido com o auxilio da tecnologia, que eles tem horror.

E mesmo se a FIFA ajeitasse isso, o esporte não perderia seu encanto, pois seu nível de imprevisibilidade sempre será alto. Quem imaginaria que o esquadrão húngaro de 1954 perderia a Copa depois de quatro anos invictos e vencendo de goleada todas as melhores seleções do mundo na época? perderam na final para alemães apenas esforçados, que eles haviam trucidado dias antes por sonoros 8x3!

E os holandeses 20 anos depois com o seu carrosel? revolucionaram o futebol colocando os adversários na roda com suas táticas inovadoras. Também perderam na final, depois de fazerem 1x0 sem que o adversário tocasse na bola. Grande Injustiça!

O Brasil também merecia ter vencido com sua plêiade de craques de 1982, cujo mestre Telê conseguiu a proeza de colocar no mesmo time e o fazerem jogar por música: Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Júnior e cia Ltda. Em um time de craques, curiosamente foram eliminados sofrendo três gols de um perna-de-pau chamado Paulo Rossi, que não fez outra coisa na carreira de mais importante do que aqueles gols em 1982. Ironias do Futebol!

Muitas vezes o futebol se ganha mais pela robustez emocional e psicológica do que somente pelo talento. Talvez isso explique como um jogador de enorme talento e com uma canhota tão talentosa como a do russo Ilia Tsimbalar tenha passado despercebida por grande parte do público do mundo da bola, (principalmente no Brasil).

Ele morreu no último dia 28 de Dezembro, aos 44 anos, vítima de ataque cardíaco em sua casa. A Ambulância chegou a ser chamada mas quando chegou o ex-jogador já estava morto.

Vi o Tsimbalar jogar várias vezes, nos canais de futebol internacional, como a ESPN, e me encantava com seus gols, sua habilidade e sua visão de jogo. O Vi jogar na Liga dos Campeões pelo Spartak, e também pela seleção Russa. Nunca esqueço uma falta que cobrou com perfeição como se a bola tivesse sido colocada 'com a mão' no ângulo esquerdo do goleiro alemão Ilgner, do Real Madrid, em uma partida em que o Spartak venceu por 2x1.

Pela seleção fazia jogadas sensacionais, como um drible que deu desconcertante no famoso zagueiro alemão Mathias Sammer, na Euro 1996. Deu também um drible magistral no então zagueiro campeão mundial pela França Marcel Desailly, já quase na linha de fundo, dando um passe para Karpin chegar batendo, dando uma vitória inesquecível da Rússia sobre a França por 3-2 em pleno palco da final de 98 em Saint-Dennis.

Se Tsimbalar tivesse jogado na Europa, - como inexplicavelmente não jogou - tería obtido grande sucesso. Jogou e se destacou no Spartak de Moscou, onde jogou 204 partidas e marcou 54 gols, seis vezes campeão da Rússia, (93, 94, 96, 97, 98 e 99) além de ter jogado 28 partidas pela seleção marcando 4 gols.

Para quem gosta de futebol-arte, e o viu jogar, sabe que o futebol perdeu um grande artista da bola.



Alguns momentos do Ilia:


Gol da falta de Tsimbalar contra o Real Madrid pela Liga dos Campeões.
http://www.youtube.com/watch?v=KPsd4oFRFD4

Lance em que ele dribla magistralmente Marcel Desailly e dá a assistência para o gol de Karpin na vitória da Rússia sobre os campeões mundiais franceses em Paris:
http://www.youtube.com/watch?v=bugswl3vHG4

Resumo de alguns de seus gols e jogadas em poucos minutos
http://www.youtube.com/watch?v=YDjEci3lqhU

Aqui também (com trilha sonora)
http://www.youtube.com/watch?v=mJ43oibZRHc

RESUMO EM NÚMEROS DE SUA CARREIRA

Jogou sete temporadas pelo Spartak de Moscou, onde disputou 204 partidas e marcou 54 gols. Foi seis vezes campeão da Rússia (93,94, 96, 97, 98 e 99) ganhou duas copas da Rússia (94 e 98) e em 1995 foi nomeado o melhor jogador da Rússia. Por quatro vezes ele entrou no número um da lista dos 33 melhores jogadores da Rússia (94, 95, 96, 98) e de 1994 a 1999 defendeu a seleção Russa, para a qual jogou 28 partidas tendo marcado 4 gols. Jogou a Copa do Mundo de 1994 nos EUA e a Eurocopa de 1996, na Inglaterra.






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