Fernando Henrique Cardoso: Decisão dependerá de seu filhos
Por Jorge Serrão
Ninguém se surpreenda se o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso se candidatar este ano a uma vaga ao Senado, pelo Estado de São Paulo, simplesmente para atrapalhar ou inviabilizar um plano não explicitado pelo também ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tentar virar senador para conseguir uma providencial imunidade parlamentar, diante do risco concreto de ser obrigado a acertar as contas com a Justiça, tão logo o PT perca o poder federal. A decisão de FHC depende de seus filhos.
A candidatura de FHC ao Senado (provavelmente contra Lula – ou contra a improvável reeleição de Eduardo Suplicy) promoveria uma “nacionalização” do pleito paulista. Mesmo que não tente o Senado, para reforçar a blindagem pessoal, Lula tem como prioridade máxima a eleição ao governo do Estado de seu ex-ministro da Saúde. Estrategistas de FHC já avaliam que a entrada dele, de surpresa, no cenário eleitoral pode ajudar Geraldo Alckmin a se reeleger, já que o embate paulista teria o foco desviado para uma batalha pessoal entre os “ex-amigos” Lula e FHC.
Nos bastidores tucanos, já se especula que FHC prepara um movimento surpresa, ofensivo, com dois objetivos bem definidos. Primeiro, reforçar, com sua presença direta na campanha, a candidatura presidencial de Aécio Neves – com dificuldade de decolagem. Segundo, impedir que o PT tenha sucesso na tentativa de emplacar o poste Alexandre Padilha no Palácio dos Bandeirantes. O PSDB avalia que, taticamente, manter o Governo de São Paulo é até mais importante que retornar ao Palácio do Planalto.
Os tucanos tem uma certeza. Sem credibilidade junto a investidores internacionais, Dilma Rousseff está praticamente liquidada em seu projeto reeleitoral. Mas os tucanos também sabem que não são os favoritos para derrotá-la. Por isso, a tática imediata é um acordo, já costurado, para que Aécio Neves e Eduardo Campos (PSB), não criem conflitos entre si, de olho na aliança salvadora no segundo turno. O foco dos tucanos é centrar fogo no PT.
O Partido dos Trabalhadores tem o mesmo foco ofensivo, para neutralizar sua principal fragilidade interna: a contaminação pelo Mensalão, Rosegate e outros escândalos que ainda podem estourar durante a campanha, provavelmente depois da Copa do Mundo, cujo desfecho, em meio a protestos previsíveis, será crucial para o destino do governo Dilma.
Por isso, a máquina petista de desinformação investe pesado no Mensalão Mineiro, para tentar atingir diretamente Aécio Neves. O problema é que esse jogo tem um perigo. Transforma dirigentes dos dois partidos em farinhas do mesmo saco de corrupção – o que pode abrir caminho uma “terceira via eleitoral”. O receio é uma improvável candidatura de Joaquim Barbosa – que tem até o final de abril para resistir ao canto da sereia de abandonar o Olimpo do Supremo Tribunal Federal para mergulhar no inferno da política partidária. A tendência é que Barbosa não embarque na canoa furada, e fique assistindo, de camarote, ao afundamento programado do PTitanic.
FHC Lançando o Plano Real: O ex-presidente símbolo da estabilidade econômica poderá voltar à Arena Política para neutralizar a última cartada do Lulopetismo de manter seus projetos de poder.
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