Compartilho da opinião de que a comissão técnica da seleção foi a grande vilã, (Scollari, Parreira, Murtosa) são ultrapassados e de repertório nada moderno comparado aos outros técnicos da Copa. Parreira tinha voltado inclusive de aposentadoria. Ele tinha feito papelão treinando a África do Sul na última Copa em 2010 e entrado na história com aquela seleção pois pela primeira vez uma anfitriã era eliminada na 1ª fase. Felipão havia rebaixado o Palmeiras em seu último trabalho em clube. O time e a forma equivocada de como a seleção jogou mostra bem o nível deles. Porém colocar quem no lugar? eis a primeira encruzilhada.Técnico Brasileiro com repertório moderno não há. Fala-se em estrangeiro, (sou a favor). Outra 'encruzilhada': O Futebol Brasileiro tem que fazer uma profunda reforma, tem que ter planejamento e se estruturar.... e como fazer isso se sua dona, CBF, (é...não sabia? o futebol Brasileiro tem dono) é avessa à mudanças estruturais e a planejamento de longo prazo?
Para ilustrar nossa opinião, compartilho o artigo com uma análise excelente que aprofunda o tema:
por Paulo André (do Blog do Juca Kfouri)
Para não parecer
oportunista, apesar de estar lutando publicamente contra as mazelas do nosso
futebol há um bom tempo, decidi não escrever sobre o jogo, os sete gols, a
comissão técnica, etc..
O resultado da partida e
a consequente eliminação do Brasil não alteram, em nada, a minha opinião sobre
a crise existencial que arrasa o futebol brasileiro há mais de uma década.
Porém, devo confessar
que o título, se conquistado fosse, me assustaria na mesma medida de grandeza
que me assustou esta impressionante derrota. No fim, a vitória (pela qual eu
torci) também não influenciaria a minha análise, apesar de eu saber que
passaria os próximos 10 anos falando às moscas, como faz, desde 2002, o meu
querido amigo, visionário e fundador da Universidade do Futebol, Prof. Medina.
Nos últimos dias muito
se falou, muito se escreveu e muito se criticou.
O que só fez aumentar o
meu temor com relação ao futuro.
Digo isto porque este
filme é uma cópia fidedigna do que aconteceu na derrota do Santos para o
Barcelona, em 2011.
Aquele jogo deixou a
mesma péssima impressão, de homens jogando contra meninos; causou os mesmos
óbvios questionamentos (exaustivamente mastigados pela crítica) e, promoveu uma
tentativa de caça as bruxas, mudança de mentalidade e “evolução tática” que em
nada resultou.
O buraco é muito mais
embaixo.
Os que dirigem o futebol
nacional não deram as caras, se esconderam em ambas oportunidades. Como de
costume, evitaram e evitarão ao máximo falar sobre as propostas para o futuro
pois não entendem bulhufas do que deve ser feito. Entendem de política, de se
manter no poder, de explorar o futebol, de mamar nas tetas da vaca.
E como disse o senhor
José Maria Marin na primeira reunião do Bom Senso na CBF: “Posso afirmar que
não temos nada a aprender com ninguém de fora, principalmente no futebol.
Sempre tivemos os melhores do mundo no Brasil. Já vencemos cinco vezes a Copa”.
Ninguém tem necessidade
daquilo que desconhece. “Coitado”, ele e seus pares achavam que tudo ia muito
bem e que o talento bruto resolveria a questão. Não fazem ideia de que a
Seleção Brasileira é o menor, apenas a ponta do iceberg (incrível dizer isso
depois de tomar de 7), dos problemas do nosso futebol.
Devemos aceitar esta
derrota como mais uma das muitas importantes lições que a Copa nos trouxe até
aqui. Se a procura por um legado era apenas para justificar o excesso dos
gastos públicos, agora passou a ser o último lampejo de dignidade. Então
proponho uma solução ao caos, DEMOCRATIZEM A CBF e salvem o futebol brasileiro.
Campeões, Bicampeões,
Tricampeões, Tetracampeões, Pentacampeões, vocês que construíram o futebol
brasileiro dentro de campo, estão convocados.
Precisamos de vocês,
precisamos ainda mais dos que já provaram sua capacidade fora de campo,
gerindo, planejando, vivenciando o que há de melhor no futebol contemporâneo
mundial.
Leonardo, Raí, Cafu,
Juninho Pernambucano, Kaká, Ricardo Gomes, Roque Junior, Edmilson, Juninho
Paulista, Vagner Mancini, Tite, Paulo Autuori e tantos outros, venham, passou
da hora de discutirmos um plano de desenvolvimento nacional do futebol, de
criarmos regras e licenças para capacitar os novos treinadores, de formar
melhor as nossas jovens promessas, de desenvolver ou resgatar o estilo de jogo
brasileiro, de proteger as boas práticas de gestão, de punir os infratores, de
trazer a família de volta aos estádios de futebol, etc…
Se a CBF não promove
esse debate, montemos a nossa Seleção fora dos gramados para desbancar a
paralisia da entidade e desatar os nós das amarras políticas que impedem o
desenvolvimento, a transparência e a democracia do nosso futebol.
Não os queremos apenas
para que deem a cara e tenham a imagem explorada como aconteceu com alguns de
nossos companheiros nos últimos anos. Queremos sua experiência, sua paixão pelo
esporte, sua alma vencedora e incansável para concretizar mudanças
significativas a longo prazo. Acadêmicos, cientistas, estudiosos também são bem
vindos, o conhecimento de vocês é fundamental na construção de um novo rumo.
À imprensa e ao
torcedor, digo: Não esperem milagres, não acreditem em soluções mágicas como
uma simples troca de comissão técnica ou o aparecimento de um novo Neymar. Se o
planejamento e o trabalho forem executados por pessoas competentes, apaixonadas
e com conhecimento técnico em cada uma das diversas dimensões do futebol, ainda
assim, levaremos pelo menos 10 anos para chegar lá. Uma caminhada de mil milhas
começa com um simples primeiro passo.
PS: Explicarei no
próximo texto o que quero dizer com democratizar a CBF, o gol que pode salvar a
Copa
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