sexta-feira, 20 de junho de 2014

Geopolítica: RÚSSIA É ALVO DE AÇÕES HOSTIS ORQUESTRADAS PELOS EUA E UE QUE PODEM RESULTAR EM GUERRA

O terrorismo sobre o Planeta Terra - administração estadunidense e comissão europeia - preparativos para 3ª guerra mundial.

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Por Saurius Botas*

Desde o golpe na Ucrânia em 22 de Fevereiro de 2014 e, em especial, na sequência dos desenvolvimentos na península da Crimeia, no Mar Negro, começou a correr uma campanha política nos meios de comunicação nos EUA, na NATO (mais conhecida no Brasil como OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte -  nota do Blogueiro) e nos países da EU, (União Européia) que acusa histericamente a Rússia e, em particular, o presidente russo, Vladimir Putin, duma política implacável pelo poder e de "roubar territórios" violando o direito internacional. A incorporação da Crimeia na Federação Russa foi classificada como "anexação em violação do direito internacional" por importantes governos da NATO.

Com esta campanha, pretende-se esconder o verdadeiro carácter da crise na Ucrânia com uma manobra anti-russa e estão a ser preparadas psicologicamente mais acções hostis contra a Federação Russa.

Primeiro que tudo, é espantoso que países, que até aqui têm violado continuadamente o direito internacional, incluindo o ataque à República Federal da Jugoslávia em 1999, a invasão do Afeganistão em 2001 e a do Iraque em 2003, o reconhecimento da soberania do Kosovo em 2008, adoptem tão obviamente um duplo padrão quando se trata de ajuizar das acções russas.

As mesmas pessoas que nos querem fazer crer que os interesses de segurança da Alemanha estão a ser defendidos no distante Afeganistão, negam à Rússia o direito de zelar pelos seus indiscutíveis direitos de segurança na sua vizinhança próxima. Mas é o que acontece, perante a flagrante diferença de que, na defesa dos interesses alemães no Afeganistão, um tal general Klein ordenou em tempos um massacre de mais de 100 civis, enquanto a adesão da Crimeia à Federação Russa ocorreu sem um único ato violento por parte da Rússia e em total acordo com uma grande maioria da população da Crimeia.

As mesmas pessoas que reconheceram o Kosovo com base numa declaração unilateral de independência pelo governo provincial, contra a vontade do legítimo governo central na Sérvia, negam à Federação Russa o direito de satisfazer a vontade de incorporação da população da Crimeia, um desejo expresso através de um referendo com um resultado que fala por si, numa altura em que não existe na Ucrânia um governo central legítimo.

Porque foram os EUA, a NATO (OTAN) e a UE que, na realidade, puseram uma parte da Ucrânia sob a sua influência, em violação do direito internacional e violando a constituição da Ucrânia.

Ninguém elegeu o intitulado "governo interino" em Kiev; foi ali colocado em substituição do anterior governo nacional através de meios ilegais e violentos. Logo a seguir, a UE concluiu a primeira parte dum acordo de associação com os líderes do golpe – um tratado em linha com o direito internacional que até inclui a "integração" da Ucrânia nas estruturas militares da UE. 

E é esse o caso, apesar de haver partes do país que ainda são controladas pelos anteriores órgãos legítimos do estado. Na realidade, isso significa que os países ocidentais referidos separaram basicamente o oeste da Ucrânia do resto do país. São eles que, na verdade, "criaram fatos" – uma acusação que incessantemente atiram contra a Rússia.

A partir da adesão pacífica da Crimeia à Federação Russa, o conflito na Ucrânia assumiu uma forma violenta. Outras partes do país, em que há uma maioria de habitantes de língua russa têm continuado a sua resistência contra o regime golpista de Kiev. O regime chama "terroristas" aos combatentes da resistência; os meios de comunicação*, leais à NATO, e no mesmo comprimento de onda, chamam-lhes "separatistas pró-russos". Os dois termos viram a situação básica na Ucrânia de pernas para o ar – conforme a propaganda contra a adesão da Crimeia à Rússia já tinha feito: os atuais dirigentes em Kiev subiram ao poder usando o terrorismo e foram os líderes golpistas que criaram um estado separado no oeste da Ucrânia porque, desde o início, apenas conseguiram assumir o controlo da parte ocidental da Ucrânia.

*No Brasil, o Jornal Nacional da rede Globo, ainda o telejornal de maior audiência do país, reproduz a versão americana do conflito na Ucrânia, em claro alinhamento com a farsa das mídias estadunidenses, da qual é ligada.

Seja qual for a crise que continue a desenvolver-se na Ucrânia, deve dizer-se que foi provocada pelas políticas dos EUA e dos seus aliados na NATO (OTAN) e na UE e continua a intensificar-se. Com a Ucrânia, é mais um país que se abre aos grandes bancos e grupos de empresas que operam globalmente e que se esforçam por submeter a riqueza de todo o mundo ao seu sistema monopolista de tributo. A "ordem mundial" supranacional que a NATO e a UE estão a tentar é a supremacia global de uma meia dúzia de pessoas super-ricas no mundo ocidental e noutros países.

A crise mundial contém a hipótese de mudanças revolucionárias para um desenvolvimento contínuo para uma sociedade socialista* mas, simultaneamente, um perigo real: que uma destruição militar maciça da capacidade de produção e da população "excedentária" possa aparecer às potências imperialistas como a única "saída" se quiserem manter a sua "ordem mundial".

*Alguns pensadores, como o geopolítico russo Dugin, afirmam que a atual crise está colocando em prática um novo modelo, que ele chama de a 'quarta teoria política', (pesquisar na net, vale a pena, para saber mais a respeito)  que não tem a ver com o socialismo. 

A série de intervenções e agressões desencadeada ao abrigo desta estratégia é dirigida contra os países que aparecem nesta constelação, quer como "rivais" (Rússia, China, Índia, Brasil, etc.) e/ou "perturbadores" (Jugoslávia, Coreia do Norte, Síria, Irão, Cuba, Venezuela, etc.). Este novo cenário que pode levar a outra guerra mundial é a expressão das metamorfoses do imperialismo. O capitalismo monopolista do século passado evoluiu, passando pela fase de capitalismo monopolista de estado e para o actual capitalismo monopolista transnacional.

Uma terceira guerra mundial só pode ser evitada do lado da Rússia. Só solidariamente com a Rússia é que o movimento pela paz, pode tornar-se num factor a ser levado a sério.

Portugal ainda faz parte deste Planeta . . .

*Saurius Botas é português é discorre sobre Geopolítica com brilhantismo.

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